Amazon Prime Video - Remando Para o Ouro (The Boys In The Boat)

3/28/2024 01:10:00 AM |

Já é praxe eu falar isso, mas particularmente eu amo longas com temática de esportes, sendo ou não histórias reais, pois sei que vou me empolgar no miolo, começar a torcer mesmo sabendo o final da trama, e em alguns casos até se emocionar com o fechamento, o que acaba ocorrendo mais quando não é uma história conhecida, mas no caso do longa de hoje a própria sinopse já entrega tudo, mas ainda assim o longa tem uma pegada técnica visual tão impressionante, que consegue remeter bem a época que se passa e entrega muita força e envolvimento dos personagens na tela, de tal forma que não tem como não torcer pelos rapazes, e assim sendo o longa da Amazon Prime Video, "Remando Para o Ouro", mostra que George Clooney ainda não está perfeito como um grande diretor deve ser, mas que está beirando, ele está!

O longa acompanha a inspiradora história da equipe de remo da Universidade de Washington, conhecida por conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos de 1936. Ambientada na década de 1930, a equipe precisa se manter estável e focada. Cada aluno possui suas próprias motivações, mas com o início da Grande Depressão no país, os sonhos de cada universitário são testados, colocando em risco conquistas enquanto são colocados sob os holofotes e enfrentam rivais de elite de todo o mundo.

George Clooney já deu algumas entrevistas dando a entender que quer cada dia menos atuar e mais dirigir, e sabemos bem o potencial que ele já mostrou e vem aprimorando, de tal forma que a grande sacada dele é que como foi um ator fora de série, ele sabe escolher muito bem os projetos que vai pegar para colocar seu máximo e chamar muita atenção, e aqui a o livro que deu origem ao roteiro ficou muito tempo entre os mais vendidos, ou seja, todos conhecem bem a história da equipe de remo que deixou Hitler furioso nas Olimpíadas do seu país em 1936, mas a maioria não conhece como ela foi formada, e a dinâmica escolhida, as imagens, todo o trabalho expressivo que o diretor conseguiu tirar de seus atores acaba sendo marcante e bem funcional na tela, mas pelo jeito não encantou tanto os votantes das premiações, pois como foi um longa que estreou no fim do ano passado nos cinemas americanos, ignoraram ele por completo, o que foi uma grande perda, pois teria muita bala para brigar. Ou seja, é o famoso estilo de filme que você sabe o que vai acontecer, mas que não liga para isso, pois a superação e o esforço cênico conseguem compensar.

Quanto das atuações, uma das grandes marcas do filme é a frase que é dita pelo personagem na última cena que não eram oito homens, mas sim um barco, e isso serviu muito dentro da proposta escolhida para as atuações, pois embora tenham efetivamente dois protagonistas mais soltos de histórias, não vemos grandes saltos de ninguém para fora do eixo, e assim sendo é quase como se tivéssemos uma atuação única conjunta e bem perfeita de se ver. Dito isso, vemos claro todos os trejeitos de dúvida, de imposição e de centralidade que Joel Edgerton entrega para seu treinador Al Ulbrickson, tendo olhares emblemáticos e claro diálogos fortes para motivar e trabalhar seus atletas, o que acaba dando uma personalidade bem forte para ele. Da mesma forma, vemos Callum Turner bem diferente de outros papeis seus aqui fazendo um Joe Rantz emocionalmente fragilizado por ter sido abandonado pelo pai bem jovem e no meio de um EUA devastado, sem empregos, querendo estudar, e com isso lutando para se manter na equipe, sendo charmoso pelo estilo do personagem, mas também duro e fechado de sentimentos, o que acaba chamando muita atenção. Dentre os demais da equipe vale destacar Luke Slattery bem cheio de nuances com seu Bobby Moch gritando e sendo expressivo como um jockey controlando todos os remadores, e claro Jack Mulhern com seu Don Hume quietão, mas que consegue se expressar ao máximo quando precisava. Ainda tivemos outros bons personagens e atores, mas para não me alongar tanto vale o destaque para Hadley Robinson com sua Joyce Simdars mostrando uma garota que ataca mesmo quem ela gosta, não dando brecha em nenhum momento, e o emocional senhorzinho que constrói e dá o trato nos barcos que Peter Guinness entrega com um primor tão bem encaixado que não tem como não gostar.

Visualmente a trama foi incrivelmente bem fotografada, com tons bem clássicos de sol ao fundo, com os barcos remando em treinos infinitos e em competições marcantes, e coube a equipe de arte lotar de figurantes nas arquibancadas, criar barcos bem encaixados (que foram realmente usados e treinados pelos atores não na velocidade insana, mas para representarem bem na tela sem precisar de tanto uso de computação), vemos figurinos bem trabalhados dos anos 30, aonde os ricos estavam sempre com seus clássicos chapeis e ternos, enquanto os mais pobres com suas roupas ultra-surradas, achei genial o trem que acompanha os remadores com a arquibancada de torcida (se eram assim mesmo, quem teve essa ideia merece um prêmio também, pois devia ser horrível ficar na arquibancada esperando só o final da corrida), e além de dois torneios internos bem intensos, nos foi mostrado um pouco das Olímpiadas da Alemanha de 1936, com todas as saudações (ou não) à Hitler com Daniel Philpott bem caracterizado, e toda a simbologia da entrega de medalhas da época, ou seja, trabalharam muito para tudo ficar o mais realista possível.

Enfim, nem falei o que mais me incomodou, mas finalizo o texto com uma pequena nota, afinal a trilha sonora de Alexandre Desplat é sempre marcante, mas aqui chega a ser cansativa e repetitiva demais, parecendo algo muito batido, e não foi usada para empolgar como costumeiramente é usada a trilha em filmes do estilo, mas tirando esse mero detalhe a trama consegue se segurar bem, tem todo um trabalho de reconstrução histórica envolvente e marcante, e assim sendo vale com certeza a recomendação para todos conferirem o longa, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Shirley Para Presidente (Shirley)

3/26/2024 01:26:00 AM |

Costumo dizer que não existe coisa mais difícil de entender que a metodologia de eleição dos EUA, pois é delegado pra tudo quanto é lado, primárias, voto por correio, campanhas multimilionárias que o povo envia dinheiro também por correio, ou seja, uma loucura completa, mas deixando isso de lado, o longa da Netflix, "Shirley Para Presidente", consegue mostrar uma biografia forte e cheia de presença, aonde vemos a primeira deputada negra do país numa disputa bem trabalhada para concorrer à presidência contra tudo e todos, numa época aonde a segregação racial ainda era muito pautada por lá, e conseguiu chegar bem longe com um time pequeno, porém bem determinado. Claro que o filme tem muito de sua emoção e imponência por conta da personalidade que Regina King entregou para sua Shirley, mas o âmbito de influências, os conflitos e toda a determinação mostram que a equipe estudou bastante cada um dos personagens para que a trama ficasse verossímil e envolvente.

O longa é o retrato íntimo do ícone político pioneiro Shirley Chisholm, a primeira congressista negra e a primeira mulher negra a concorrer à presidência dos EUA, e o custo da realização para a própria Shirley. Este filme contará a história da campanha presidencial histórica e revolucionária de Chisholm, baseada em conversas exclusivas e extensas com familiares, amigos e aqueles que a conheceram melhor.

Diria que o diretor e roteirista John Ridley conseguiu captar bem toda a essência e representatividade que a congressista entregou em seus diversos mandatos, e principalmente como foi sua campanha à presidência contando com pouquíssimos recursos e poucos membros para apoiar, de tal forma que o filme em si foca bem mais nisso, na desenvoltura dela com outros grandes membros negros da sociedade na época, e todas as artimanhas que os demais concorrentes tinham para acusar sua campanha de apenas uma piada. Ou seja, a pesquisa que o diretor fez foi bem grandiosa e muito bem desenvolvida na tela, pois a trama poderia recair para os lados mais familiares e humanos da personagem, mas isso traria um vértice emocional não tão chamativo, e já com tudo bem elaborado dessa forma o resultado embora mais confuso (afinal volto a afirmar que não tem como se entender essa bagunça de delegados!) trouxe uma imponência bem maior, afinal a congressista era casca grossa com todos os grandões da câmara.

Quanto das atuações, o longa é praticamente todo de Regina King como Shirley Chisholm, conseguindo incorporar trejeitos e olhares que sabemos que a atriz costumeiramente não faz, e dessa forma ela entrou de cabeça no papel, conseguiu dominar em cima da maquiagem complexa, e foi desabrochando com o andar da trama, de tal forma que se torna a personagem logo no começo do filme, e no final já está dando show. Ainda tivemos muitos bons conselhos e um lado emocional bem encaixado com o Mac feito por Lance Reddick em uma de suas últimas interpretações para o cinema, sabendo aonde encontrar a presença cênica e agradando demais em cada ato seu. Outro que foi sensacional, e incrivelmente parecido com o verdadeiro personagem foi Lucas Hedges com seu Robert Gottlieb, demonstrando apreço pela congressista e demonstrando ser um jovem muito além do comum. E claro vale ainda dar destaque entre os muitos outros que foram bem também para Christina Jackson com sua Barbara Lee, ou seja, um elenco preciso e cheio de nuances que conseguiu dominar toda a cena e ir além da tela com os personagens reais desenvolvidos.

Visualmente a trama mostrou bem toda a vida de um político simples em campanha, analisando o dinheiro, ouvindo conselhos, conversando com aliados, então vemos a casa da protagonista, algumas igrejas e cultos que foi, a mansão de uma artista aonde vai para uma reunião, e claro o quartel general da campanha com vários telefones fazendo as articulações e pedidos, muito dinheiro chegando por cartas, tudo de uma forma bem representativa e interessante, além claro das ótimas maquiagens e figurinos que deixaram todos os atores bem semelhantes aos verdadeiros personagens.

Enfim, é um filme que tem estilo, que é bem marcado dentro da proposta biográfica, mas que se prendeu demais na campanha e seus desdobramentos, de modo que não pode ir mais além para emocionar com a protagonista e suas intensas defesas que marcaram sua vida, mas ainda assim vale a conferida para ver um belo trabalho de composição artística de personagens, afinal as atuações foram bem imponentes e representadas, valendo então a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - A Saudade Que Fica (パレード) (The Parades)

3/24/2024 09:42:00 PM |

Diria que o país que mais consegue trabalhar bem a sintonia e a ideia de um pós-vida, ou melhor traduzindo o título original ao pé da letra, de uma parada antes de ir para o céu ou o inferno, é o Japão, pois eles traduzem sempre com luzes, com emoções e dinâmicas tão bem precisas o fator de se livrar de algo que ficou em dívida por aqui, de um perdão ou adeus, que quando entregam isso usando metalinguagens ou reflexões na tela acabam fluindo tão bem que não tem como não se emocionar, e o longa da Netflix, "A Saudade Que Fica", trabalhou tão bem isso que muitos vão enxergar parentes, e sínteses que por vezes vão muito além de um filme, e com isso acabarão acreditando nas diversas possibilidades e envolvimentos passados. Ou seja, é uma trama bem bonita, bem cheia de reflexões e de simbolismos, que parecia ir por um rumo, mas que conseguiu ter um vértice diferenciado no final que acaba agradando ainda mais, sem precisar ser duplo, o que com certeza muitos irão imaginar de formas e entendimentos diferentes, mas que funcionam também, valendo por completo.

A sinopse nos conta que após um terrível desastre, uma mãe procura seu filho desaparecido até perceber que, na verdade, ela é quem faleceu. Presa entre os mundos dos vivos e dos mortos, ela é acudida por um grupo peculiar de pessoas que possuem seus próprios motivos para não seguir em frente. Juntos, eles descobrem que mesmo após a morte é possível buscar o perdão e o amor, enquanto aprendem a dizer adeus pela última vez.

O diretor e roteirista Michihito Fujii soube segurar a trama com dinâmicas mais amplas e com muita densidade em cima das emoções pessoais dos protagonistas, de modo que conseguimos enxergar bem toda a essência de cada um, todas as virtudes e desenvolturas, e conforme ele vai nos colocando os problemas de cada um dos personagens, junto da busca da protagonista por seu filho, vamos criando vínculos com eles e gostando de cada um mesmo que aparecendo pouco na tela. Outro ponto muito bom que o diretor fez foi o de conseguir segurar sua trama com tantos personagens e possíveis saídas da história de que não virasse um novelão, pois estava muito fácil para que isso acontecesse, e ele amarrou tudo para que sempre ficasse em torno dos seis personagens, e assim acabou entregando algo limpo, bonito e que consegue envolver, trabalhando cada momento solto bem rapidamente, e deixando que a síntese necessária ficasse em cima dos personagens principais, isso sem falar no fechamento com um outro olhar sobre tudo, que aí vai mais além e dá o famoso tapa na cara para vermos aonde ele realmente queria que focássemos.

Quanto das atuações a base toda é em volta de Masami Nagasawa com sua Minako, inicialmente perdida, com olhares de desconfiança e tudo mais, mas logo que se sente em casa com os demais personagens assume o olhar jornalístico da personagem e já prepara histórias, sabe olhar e investigar cada um e entrega muita personalidade na tela. Já Kentarô Sakaguchi trouxe um ar mais emocional para seu Akira, mostrando seu lado escritor, e o mais bonito de ver sobre o motivo que permanece no local, sabendo passar sinceridade no olhar para com todos e agradando bastante com isso. Outro que deu um show de personalidade foi Lily Frank com seu Michael, um cineasta que morreu sem acabar seu último filme, uma obra baseada em sua vida com seus amigos, e a sacada de filmar as últimas cenas com os mortos ali foi de uma virtude e brincadeira tão bem elaborada que a felicidade do ator foi transmitida na tela para fora, ou seja, bem emocional e bacana de ver. Ainda tivemos Ryûsei Yokohama com seu Shuri, um ex-membro da Yakuza, que morreu em conflito da máfia, mas que busca ver como sua amada seguiu sem ele, e chamou muita atenção, Denden fazendo Tanaka um ex-bancário que depois descobrimos ser um guardião do local e Nana Mori bem trabalhada com sua Nana dando depois um estilo final bem diferente do esperado, mas sem dúvida entre os secundários quem chamou mais atenção foi Hana Kino com sua Kaori, a divertida dona do bar, trabalhando os drinques e comidas sem gosto algum para todos, afinal estão mortos, mas que simboliza bem suas virtudes em vida e passa emoção nos atos que visita sua família, agradando bastante na tela.

Visualmente a trama tem todo um trabalho cênico incrível desde a primeira cena, com todos os pedaços de casas, carros e tudo mais no mar revolto, depois vemos os vários pedaços pela praia e pelas ruas do que sobrou do terremoto, num amontoado de cores e bombeiros, vemos algumas cenas no centro de apoio com vários nomes nos murais e tudo bem simbólico do estilo, para aí vermos a protagonista indo para um lugar bonito, meio que como um parque de diversões, todo cheio de luzinhas, vemos ali nuances duplas de locais meio que abandonados que no final acabam sendo ainda mais marcantes com toda a ideia, tivemos atos belíssimos nas procissões da lua nova com lanternas e muitos figurantes, as cenas no cinema e o feitio do filme todo trabalhado, ou seja, a equipe de arte soube gastar cada centavo do orçamento para que tudo ficasse marcante e bem bonito na tela.

Enfim, é um filme que tem muita personalidade, que consegue sair da tela e voltar para ela com metalinguagens e referências, que não se permite cair de ritmo em momento algum, e que ainda assim não soa pesado com o tema envolvendo morte, luto, perdões e tudo mais, então fica a dica para todos conferirem e se envolverem com reflexões sobre tudo o que é mostrado. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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A Matriarca (Juniper)

3/23/2024 11:52:00 PM |

Outro dia numa conversa com um amigo comentando sobre um filme que emocionou bastante, mas que já sabíamos que iria emocionar naquele momento chegamos à conclusão que muito em breve não vamos poder nem ver mais trailers que andam dando spoilers por lá, e com o longa que conferi hoje já posso dizer que foi bem assim, pois nem trailer, nem saber da existência do filme eu estava, e assim o resultado acabou sendo bem interessante. Estou falando do longa "A Matriarca", que estreia no próximo dia 28/03 nos cinemas do país, e traz uma trama que muitos podem achar até de certa forma introspectiva, mas que não chega a ser algo fechado e depressivo como muitas vezes vemos longas sobre os últimos dias de vida de uma pessoa, mas sim algo de conexão familiar, de um jovem meio que problemático que vive isolado em um internato após a morte da mãe, todo rebelde, mas que quando a avó vem morar na sua antiga casa acaba tendo uma dificuldade de aproximação, mas que muita bebida e conversa acabam fazendo com que se conectem melhor e passem a se entender. Diria que o filme tem uma pegada meio que retraída por ambos os personagens não serem pessoas muito sociáveis nos momentos que estão vivendo, mas que vamos entendendo suas perspectivas, e o resultado final acaba sendo bem bonito de acompanhar.

A sinopse nos conta que Ruth é uma ex-correspondente de guerra, agora entediada na aposentadoria com um problema com bebida e uma perna recentemente fraturada. Sam é seu neto rebelde, recentemente expulso do internato e sofrendo com a morte de sua mãe. Quando os dois são reunidos sob o mesmo teto, eles formam um vínculo inesperado.

Diria que para um estreante em longas, o diretor e roteirista Matthew J. Saville foi muito bem na condução de sua obra, que provavelmente usou de experiências pessoais para conseguir criar algo tão bem encaixado e cheio de personalidade. Claro que ele fez algo que chamo de alongamento de trama, pois o filme tem apenas 94 minutos, mas parece que convivemos com os protagonistas por pelo menos umas três horas de projeção, e o melhor é que não são horas cansativas, pois facilmente veríamos muito mais deles, fazendo com que tenhamos conexões emocionais junto dos personagens, e até torcendo para que o clima entre eles vá muito mais além. Ou seja, mesmo não sendo experiente na direção, ele conseguiu assimilar toda a ideia que desejava e não deixou que seu filme saísse de sua mão, de tal forma que não vemos atos muitos explosivos entre os personagens, mas sim duas mentes explosivas que juntas se conectam e acabam indo além.

Quanto das atuações, é inegável a facilidade que Charlotte Rampling consegue entregar para a frieza da personagem Ruth nos atos iniciais e depois vai envolvendo com tudo e vai criando as intensidades certas ao ponto de que nos conectamos com ela e já achamos ela uma senhora bem bacana, algo que num primeiro olhar acaba sendo até difícil, mas que depois se encaixa tão bem que funciona demais, mostrando claro que ela é incrível e sempre pronta para tudo. Diria que o jovem George Ferrier tem um estilo fechado, porém bem expressivo de desenvolvimento, de tal forma que ele consegue soar explosivo em seus atos, mas também passa uma sinceridade no olhar que nos convence da sua conexão com a senhora, e isso é algo que poucos conseguem transmitir com olhares sem precisar se expressar com a voz, ou seja, foi bem no que fez. Ainda tivemos Marton Csokas como o filho de Ruth que não tem tantas conexões com a mãe, e nem fica tão perto para não se conflitar, e claro a jovem enfermeira Sara que Edith Poor entrega bons atos, mas que fiquei esperando ter um leve caso com o protagonista para haver uma certa quebra no conflito da casa, o que não acontece, além dos vários amigos que só apareceram mesmo em cena, mas não dão quase que nenhuma conexão para a trama ir além.

Visualmente o longa mostra uma Nova Zelândia diferente da usual, com bichos diferentes, praias, e toda uma movimentação, recaindo mais para um lado de montanhas e campos, com uma casa simples, oscilando bem pouco entre o quarto da senhora e a cozinha, com alguns poucos momentos do lado de fora como uma festa e uma tarde de tiros na montanha, além de alguns nasceres do sol, além claro de muito gin, ou seja, a equipe de arte não precisou ir muito além, fazendo algo simples, porém efetivo para o funcionamento da trama.

Enfim, é um filme que se olharmos a fundo é bem simples, porém dá para tirar boas reflexões e se envolver bastante com o que ele nos entrega, não sendo algo que vai trazer emoções fortes como o estilo pede, mas que tem sua graciosidade e agrada bastante, valendo a recomendação para todos conferirem nos cinemas a partir do dia 28/03. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje claro agradecendo o pessoal da Pandora Filmes e da Sinny que tem me enviado essas ótimas cabines de imprensa, e também deixando meus abraços para todos meus amigos leitores do site, então até amanhã com mais dicas.


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Amazon Prime Video - Matador de Aluguel (Road House)

3/23/2024 02:18:00 AM |

Olha... não lembro bem como era o original de 1989, mas tenho certeza que não tinha metade das coisas fora do eixo que colocaram da refilmagem da Amazon Prime Video de "Matador de Aluguel" não aconteciam por lá, de tal forma que temos um filme dinâmico, bem cheio de pancadaria e explosões de personalidades, mas que força bem a amizade do começo ao fim, sem trabalhar tanto uma história mais concisa que funcionasse bem na tela. Ou seja, em momento algum diria que é um filme ruim de ver, principalmente por hoje desejar ver um filme de pancadaria que não me cansasse já que a semana foi bem puxada, mas ao menos o diretor Doug Liman poderia ter trabalhado algo menos forçado na tela, não precisaria colocar alguns atos cômicos desnecessários, e talvez trabalhar melhor toda a história para que ela tivesse um contexto geral sem ser apenas pancadaria, memórias de uma luta trágica, mais pancadaria, alguns flertes, mais pancadaria em nível monstro e adeus, deixei uma lembrancinha para vocês. Mas quem gosta, garanto que não vai se decepcionar, afinal colocando lutadores de MMA mesmo em cena, não vemos ceninhas ensaiadas não, e se o protagonista não apanhou suficiente, seu dublê de corpo saiu bem amassado para casa.

A sinopse é bem simples (aliás tinha alguma sinopse?) e nos conta que um ex-lutador de UFC aceita um emprego como segurança em uma taberna em Florida Keys, mas logo descobre que nem tudo é o que parece neste paraíso tropical.

Sabemos que o diretor Doug Liman tem ideias mirabolantes e sabe criar tramas de ação com impacto de forma perfeita, isso é um fato que só colocar "No Limite do Amanhã", "Jumper", "Sr. e Sra. Smith" e "A Identidade Bourne" lado a lado que nem precisamos falar de suas outras obras, porém de uns anos para cá ele vem perdendo seu estilo explosivo e coerente para algo conflitivo e cheio de exageros, de tal forma que torcemos para que volte logo para seu prumo para que entregue algo mais chamativo que funcione bem na tela, pois aqui eu diria que foi ousado de mexer com um clássico do final dos anos 80, que tinha uma personalidade bem definida e colocar na tela algo completamente diferente com uma pegada maluca, o que acabou não funcionando tanto quanto poderia. Ou seja, diria que esqueceram de desenvolver melhor a história e valorizaram apenas a força e as lutas para quem gosta desse estilo, não atingindo nada fora disso.

Quanto das atuações, costumo dizer que gosto do estilo de Jake Gyllenhaal com a desenvoltura que entrega para seu personagem sem ficar doce demais, mas também não virando um canastrão, tendo claro seu problema com o passado de seu Dalton, mas treinou muito para ficar com um corpo digno de lutador, e se jogou por completo em cenas fortes, que claro sabemos que não apanhou o tanto que seu personagem apanha em cena, mas não se deixou ficar morno, claro que talvez pudesse ter diálogos mais desenvolvidos, mas o filme não era para isso. A personagem de Daniela Melchior deveria ser mais amplo na tela, de tal forma que víssemos realmente uma paixão/envolvimento de sua Ellie com o protagonista, mas ficou tudo bem subjetivo e sem grandes elos, de modo que nem deu para a atriz se soltar tanto. Chega a ser engraçado ver Jessica Williams achando a quebradeira em seu bar normal, de tal forma que nem parece se importar com mais nada (aliás na cena final chega a ser de um nível de otimismo que não existe), mas dava para terem trabalhado também melhor sua personagem na tela. O lutador maluco Conor McGregor entrando em seu primeiro filme realmente, fez um pouco dele mesmo para seu Knox, ou seja, forçado ao extremo, completamente insano e não ligando para nada, tanto que faz duas cenas nu sem nenhum problema, ou seja, com certeza já tomou tanta porrada na cabeça que nem liga mais para nada, e se tiverem mais papeis assim, só ligar que ele já vai. Ainda tivemos Billy Magnussen com um papel de mafioso bem filhinho de papai, que não vai muito além na tela, sendo até bobo demais, e ainda tentaram dar um gracejo para a garotinha Hannah Love Lanier, mas sem ter muito como utilizá-la, ou seja, vários personagens secundários que até tentaram aparecer, mas a pancadaria não deixou. 

Visualmente a trama contou com muitos barcos e lanchas bem dispostos, um bar bem cheio de detalhes náuticos, mas que é quebrado quase que por inteiro a cada noite, tendo até uma grade de proteção para os músicos (que deram boas canções e ritmos para que a pancadaria fosse bem ritmada), vemos uma casa barco simples, um crocodilo bem voraz, uma casa dos mafiosos numa bagunça gigantesca, um hospital simples, e uma "praia" no meio do mar bem interessante e bonita de ver. Claro que fiquei com muita dó da equipe de arte, pois tudo voa para todos os lados a cada nova cena, com pedaços se quebrando, coisas arrebentando, barco voando, carro invadindo casa, fogo e tudo mais, de tal forma que chega a ser uma produção caótica para a equipe trabalhar.

Enfim, é uma bagunça cênica que quem procura um filme de pancadaria e ação sem praticamente nenhuma história até vai curtir, pois não é nenhum pouco ruim nesse conceito, mas faltou trabalhar muito mais uma história que chamasse a atenção e agradasse por trás de tudo também, e sendo assim não posso dizer que passou muito além de algo mediano. Ou seja, não digo que não recomendaria ele para quem curte o estilo, mas de um modo mais amplo é melhor procurar algo melhor na tela, aliás o original de 89 também está na Amazon para ser assistido, então acho que será um programa bem melhor. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Acho que fui bem bonzinho com a nota por motivos de estar querendo ver algo desse estilo hoje, mas se eu parar para pensar dá pra remover ainda uns bons coelhos da nota.


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Kung Fu Panda 4 em 3D (Kung Fu Panda 4)

3/21/2024 01:25:00 AM |

2008, 2011, 2016 e 2024! Não é uma progressão aritmética nem nada do tipo, mas sim que ficamos velhos, pois fazem 16 anos desde que um panda gorducho entrou na nossa vida lutando kung-fu e passamos a curtir essa animação divertida da Dreamworks, porém se os primeiros foram bem divertidos, com uma ideia bacana de treinamentos e metas para se alcançar, os últimos já foram meras enrolações para pegar o rico dinheirinho dos pais que vão ter de comprar coisas do filme para os filhos, pois não entregam muitas emoções e envolvimentos, e isso é o que falei há 8 anos atrás, ou seja, fui conferir hoje "Kung Fu Panda 4" sem esperar absolutamente nada, e me foi entregue menos ainda, apenas algo nostálgico de rever o Po e seus vilões com as mesmas dublagens felizmente, numa história de mensagens bagunçadas, e algumas lutas, mas nada que empolgue realmente, pelo contrário, no miolo me segurei para não dormir. Ou seja, faltou toda a ideia que funcionava mesmo de superação, de objetivos, de lutas, e menos conversinhas moles que não levam nada a lugar algum.

Depois de três aventuras arriscando sua própria vida para derrotar os mais poderosos vilões, Po, o Grande Dragão Guerreiro é escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz. A escolha em si já problemática ao colocar o mestre de kung fu mais improvável do mundo em um cargo como esse e além disso, ele precisa encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro antes de assumir a honrada posição e a pessoa certa parece ser Zhen (Awkwafina) uma raposa com muitas habilidades, mas que não gosta muito da ideia de ser treinada. Como se os desafios já não fossem o bastante, a Camaleoa (Viola Davis), uma feiticeira perversa, tenta trazer de volta todos os vilões derrotados por Po do reino espiritual.

Vamos lá, quem me conhece já sabe exatamente o que eu vou falar agora que foi o primeiro e principal erro da produção: trocar os diretores originais, e se a franquia já tinha essa mania desde o segundo filme, mantendo apenas os roteiristas, aqui acabaram escolhendo uma dupla que não aparentou ter uma grande química com Mike Mitchell e Stephanie Stine, pois enquanto o primeiro já dirigiu grandes obras da Dreamworks, a segunda está estreando aqui seu primeiro longa, e não foi muito além de algo simples e sem grandes desenvolturas. Claro que a história até entrega algo interessante da busca por um novo Dragão Guerreiro, e isso deveria ser o grande mote, que se encaixado com a sacada da vilã em segundo plano funcionaria muito mais e teria toda a síntese dos demais, de superação de crescimento e por aí vai, mas tudo é muito rápido e jogado, parecendo que queriam apenas fazer um filme do personagem sem motivo algum para trabalhar melhor. Ou seja, ficou tudo muito subliminar, tudo muito devagar, e a emoção ficou em segundo ou terceiro plano.

Quanto dos personagens e das dublagens, pelo menos ouvimos novamente as vozes de Lucio Mauro Filho com seu Po, cheio de dinâmicas, atrapalhado como sempre, e bem disposto a encontrar a vilã, mas sem tantas lutas e objetivações como nos outros filmes, então chega a ser cansativo em alguns atos, e Leonardo Camilo com seu Shifu, aparece tão pouco que nem vemos sua essência em cena. Enquanto a raposinha no original é dublada por Awkwafina, na nossa versão seguimos com uma de olhinhos puxados com Danny Suzuki, e ela não incomoda, sendo bem dinâmica, astuta e com boa pegada, de modo que valeria ter trabalhado um pouco mais seu passado, mas não sobraria tempo para a enrolação. E a vilã Camaleoa entregou atos interessantes de vilania, mas é bem pequenina, com o mesmo processo de no original ser dublada por Viola Davis e na versão nacional com Taís Araújo, mas que precisou dos poderes dos demais vilões antigos para ser mais imponente, ou seja, talvez com a magia chamasse melhor a atenção sem precisar lutar.

Visualmente a trama também trabalhou pouco toda a magia que já vimos em outros longas, tendo os personagens passando bem correndo por uma cidade incrível que valeria ter trabalhado mais, o ambiente da vilã foi até bem grandioso com a aparição dos vários outros lutadores, com jaulas fortes e com um certo impacto, e já na vila da paz tudo foi bem simples e sem grandes chamarizes, tendo apenas o lançamento da lanchonete pra fazer um gracejo, e uma cena bem rápida de roubo no templo, ou seja, sem grandes nuances, mostrando uma certa preguiça da equipe de arte. E falando em preguiça, o 3D é algo totalmente inútil, ou melhor, se tivemos duas cenas no longa todo que teve qualquer imersão foi muito, de modo que nem borrões quase temos se ficar sem os óculos, ou seja, quem for conferir vá nas salas normais que é bem mais negócio.

Enfim, era melhor ter deixado o pobre panda descansando com algo incrível que foi o segundo filme, do que ter feito um terceiro meia-boca e um quarto filme fraquíssimo, pois pode até ser que quem não tenha conferido os demais curta um pouco a ideia, mas a maioria vai achar legal num primeiro momento ver o saudosismo na tela, mas depois acaba virando algo cansativo que não atinge grandes ápices, e acaba fechando sem muito impacto, o que acaba sendo ruim de ver. Ou seja, erraram na data de lançamento, já que não é uma época de férias para lotar de crianças, e fizeram algo simples demais para um filme da companhia, e assim sendo não vale a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Dois é Demais em Orlando

3/21/2024 12:58:00 AM |

Essa semana eu deveria chamar ela de semana Sessão da Tarde, pois a maioria dos filmes tem me lembrado a época que voltava da escola, e depois curtia uma TV com alguns filmes bem simples, leves e que acabam tendo um carisma maior pela história e desenvoltura entregue, e o melhor de tudo, não tinham tanta enrolação ao ponto de se tornarem novelescos. E felizmente hoje conferi a cabine da comédia nacional "Dois é Demais em Orlando" que traz bem essa desenvoltura leve e gostosa de curtir, aonde já sabemos aonde haverá um conflito, aonde vamos nos divertir e até se emocionar em certo ponto, mas que funciona demais, tem uma boa entrega dos personagens, e forçando apenas para criar um estilo de personagem, o resultado acaba sendo gracioso, e frisando, sem precisar entrar para algo novelesco de se ver na tela. Ou seja, o longa não é algo que você irá falar nossa que obra prima do cinema nacional, nem irá se matar de tanto rir, mas o longa é muito bem produzido, tem boas sacadas, envolve bastante com a química de amizade dos protagonistas, e entrega algo que andou sumido por um tempo que são longas com uma trama juvenil, gostosa e de certa forma lúdica, sem precisar apelar para romantismos e sensualidades, e que funciona para toda a família em qualquer horário.

A sinopse nos conta que João está prestes a realizar o seu grande sonho de infância: conhecer os parques de diversão de Orlando. Mas, logo antes de sua viagem, sua chefe pede um pequeno favor que pode estragar suas férias perfeitas: o filho dela, Carlos Alberto, precisa de um acompanhante nesse mesmo voo. O que era para ser apenas uma "carona" até a Flórida vira uma roubada quando o pai de Carlos Alberto não consegue buscá-lo e João fica preso ao menino de onze anos, que o detesta. Para salvar seu emprego, João se vê obrigado a aturar o garoto, o que é uma verdadeira tortura para os dois. Juntos, eles vão passar por muitas encrencas numa montanha-russa de emoções.

Já conhecemos bem o estilo do diretor Rodrigo Van Der Put, que deu uma acalmada depois dos polêmicos longas do Porta dos Fundos, e se desejavam ver ele entregando uma trama mais família, aqui ele conseguiu usar a base que já vimos em diversos longas do gênero, brincando com o fator "manter o emprego", "quebra de confiança" e até conceitos de diversão em uma viagem, de modo que ele usa o roteiro totalmente ao seu favor, não deixando que seu filme ficasse solto, mas também não ficasse forçado demais, e assim o resultado acaba leve, cheio de brincadeiras pelo estilão do protagonista, e com uma boa dosada de uma criança mais séria, a conexão acaba funcionando para que a história fosse bem contada pelo diretor. E mais do que isso, eles ousaram em ir gravar algo realmente no resort da Universal Pictures, não fazendo como muitas vezes ocorrem de colocar uma ou outra ceninha, e completar com o restante usando chromakey, e isso deu um charme bem trabalhado e prático para que a trama fosse crível. Ou seja, volto a frisar que não é algo que você verá e falará nossa que filmaço, mas sim uma trama gostosa e bem dirigida, que facilmente você pararia na sala para conferir em qualquer momento com quem quer que estivesse por ali, afinal não tem nada que atrapalhe o conteúdo familiar, e isso foi algo muito bem escolhido para que o longa tivesse um estilo próprio, e principalmente mostrasse aonde o diretor pode seguir mais seguro.

Quanto das atuações, posso estar bem equivocado por não conhecer o Eduardo Sterblitch sem ser fazendo um personagem Eduardo Sterblitch, que é alguém bobão, infantil, exagerado e tudo mais, e seu João é exatamente tudo isso, ou seja, lhe deram um personagem para ele fazer o que mais sabe fazer que é parecer estar se divertindo e ainda com o extra de poder fazer isso num parque de Orlando, e assim sendo sua entrega foi bem encaixada, teve uma boa sintonia com os demais, e brincou bastante com tudo o que podia, sendo que alguns até vão achar exagerado demais, mas como já vimos muito dele, sabemos que ele até economizou nas loucuras cênicas e saiu bem. O jovem Pedro Burgarelli já pode ser chamado quase pela idade que João dá para seu Carlos Alberto com a quantidade de filmes, peças, séries, novelas, dublagens e tudo mais que já fez e está fazendo, de tal forma que tem uma experiência muito boa para criar um personagem, e aqui se entregou bem para uma criança mais responsável, mais fechada e densa, mas conseguiu criar um bom vínculo com o seu parceiro de cena de tal maneira que se já não eram amigos antes, agora é capaz de até viajarem juntos nas próximas férias (isso se o jovem tiver com o tanto que trabalha!), ou seja, se jogou bem e entregou bons momentos. Quanto aos demais em cena, vale claro destacar Daniel Furlan como um incômodo nas férias dos dois protagonistas com seu dentista inconveniente Anderson Cabelo bem mala, tivemos Luana Martau como uma mãe bem ocupada com serviço que nem se conecta tanto com o filho, e também Anderson Di Rizzi como um pai também bem acelerado que ao final entendemos o motivo, além dos demais que ficaram no Brasil, mas sem ir muito além.

Visualmente a trama não tinha como dar errado, já que o resort da Universal em meio aos vários parques da companhia entregaram tudo e mais um pouco, e o que foi engraçado ver em todas as entrevistas é que os atores e a equipe se acostumaram bem em gravar das 3 da madrugada até as 2 da tarde todos os dias para pegar atrações vazias para as cenas principais e o movimento do parque quando precisassem de público, e o resultado ficou chamativo com os brinquedos escolhidos, e toda a síntese dos elementos tanto para o dentista que não comia açúcar nenhum, o garoto da equipe de natação que tinha medo de nadar e o fã de parques que tinha medo de montanhas russas, ou seja, um luxo que serviu tanto de marketing para o parque quanto para um filme ficar mais bem produzido, e o resultado é notável na tela.

Enfim, diria que o longa me surpreendeu pela leveza e pelas dinâmicas bem encaixadas, pois esperava com toda certeza algo bem exagerado e bagunçado, sendo que como já disse no começo facilmente pararia para conferir ele passando na sala da casa em qualquer horário, e assim sendo deve agradar quem quiser ir ao cinema conferir ele com toda a família à partir do dia 28/03 nos cinemas, então fica a dica, pois mesmo sendo bobinho e de certa forma meio que ingênuo consegue agradar e divertir. E é isso pessoal, eu fico por aqui agradecendo o pessoal da H2O Filmes pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Alice No País das Trevas (Alice in Terrorland)

3/20/2024 01:16:00 AM |

Confesso que ao mesmo tempo que fiquei interessado em ver o que iriam fazer na versão de terror de "Alice no País das Maravilhas", também fiquei com bastante receio do que poderiam ter entregue, afinal vimos no ano passado o que aconteceu com o pobre Ursinho Pooh que ganhou até o Framboesa de Ouro em diversas categorias, mas felizmente "Alice No País das Trevas" seguiu um outro caminho dentro do estilo, não recaindo para o slasher, mas sim para algo mais psicológico e deturpado, aonde a brincadeira recai para um envenenamento e dentro dos pesadelos estranhos a personagem conversa com seres diferentes que tentam lhe mostrar o que está acontecendo com ela, ou seja, uma sacada diferente que funciona, e que mesmo sendo bem curto e direto ao ponto, consegue funcionar dentro da proposta escolhida. Só diria que não precisavam de ter tantas cenas escuras, já que a locação permitia um algo a mais, mas que quem gosta de ver versões diferentes de um clássico vai acabar achando bacana o resultado final.

A sinopse nos conta que Alice é uma jovem garota que acabou de perder os pais e é obrigada a morar com a sua tia idosa, Beth, em um palacete da sua família, chamado Wonderland. Porém, desde que Alice se mudou para lá, eventos cada vez mais estranhos e misteriosos aconteceram ao seu redor, enquanto a garota vai descobrindo que ela e sua tia não são as únicas que vivem por ali e o seu terror está apenas começando.

Diria que o diretor e roteirista Richard John Taylor trabalhou bem a dinâmica que desejava, colocando na tela todas as nuances que desejava, e acredito que daria até para ser mais sanguinolento com tudo, mas como não era bem essa a ideia ele conseguiu criar alguns vértices bem marcantes e trabalhou bem uma outra faceta da história, afinal o original também dá para imaginar ser algo de sonhos e/ou drogas, e aqui o envenenamento acaba criando loucuras e interações que são más, porém que tentam a salvar da verdadeira vilã. Ou seja, o texto do diretor se olharmos a fundo é bem simples, trabalhando praticamente sete pequenas esquetes, mas que num contexto maior falam entre si, e o mais engraçado de tudo é que ele é bem curto, com apenas 77 minutos, e se tirarmos a abertura e o fechamento sobram quase 10 minutos para cada, que entregam toda a ideia sem errar. Claro que dava para ter trabalhado mais a floresta, dava para impactar mais com algumas aberturas maiores das ideias, e interligar melhor tudo, mas não era essa opção e não atrapalhou o andar da história, e isso é o que importa ver na tela.

Quanto das atuações, diria que todos foram bem encaixados, mas sem grandes chamarizes, de modo que Lizzy Willis trabalhou sua Alice meio que perdida realmente, naquela ideologia de estar "feliz" de estar com um parente, mas em luto pela família, e ainda tendo pesadelos malucos, de modo que dava para ser mais expressiva, mas ao menos não decepcionou. Rula Lenska já puxou sua Beth para um ar mais maquiavélico, com uma pegada meio que duvidosa, e até dava para deixar ela ainda mais amedrontadora, mas não trabalharia tanto a ideia do filme de dupla personalidade. Steve Wraith trouxe um coelho bem estranho, que diria que poderiam ter mostrado mais ele por inteiro para ser algo ainda mais causador, além de que colocaram uma máscara meio estranha demais, mas ainda assim seu estilo de matança foi bem usado. Já Rikki Kimpton trabalhou sua morsa bem chamativa e até meio que maluco demais, usando bem seu triturador e causando bem na tela. Lila Sarner fez sua gêmeas Tallulah e Tara bem duplas de ideias e de conflitos, mas como não vemos praticamente seus semblantes em alguns momentos diria que faltou serem mais expressivas. Ainda tivemos Nikol Atanasova fazendo uma estripadora meio que conflitiva, Nigel Troup como um homem que não parava de fumar e falava coisas intrigantes, mas sem dúvida quem chamou mais atenção ao menos para a história foi J. P. Gates com seu chapeleiro maluco, que fez bons trejeitos e deu a intensidade para a protagonista se ligar de tudo.

Visualmente já coloquei no começo minha reclamação do longa ser escuro demais, e de forma desnecessária, pois tinham locações bem marcantes e interessantes como a mansão gigantesca em meio de uma reforma estranha, os vários apetrechos que as protagonistas utilizam ali, tivemos ambientes de terror bem feios nos pesadelos para dar as devidas conexões, e uma floresta que foi bem pouco usada, ou seja, a equipe de arte entregou muita coisa para o diretor, mas ele foi econômico.

Enfim, não é uma obra de arte daquelas que você vai ficar falando o resto da vida sobre ela, mas passa bem longe de algo problemático como parecia pelo trailer, de tal forma que alguns vão gostar mais e outros irão odiar, mas diria que vale a conferida e a partir de quinta todos já poderão ver nos cinemas do país (incluindo o interior que já vi na programação), então fica a dica para todos e claro o agradecimento ao pessoal da A2 Filmes pela cabine. Então abraços e até amanhã com mais dicas.


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Amazon Prime Video - A Filha do Prisioneiro (Prisoner's Daughter)

3/19/2024 12:49:00 AM |

Muitas vezes o pessoal reclama de filmes clichês, mas o que é um clichê senão uma definição de um estilo próprio? Claro que quando falamos que um filme vai além de sua definição, conseguindo emocionar por algo, ou expressar muitas vezes algo fora do padrão, aí sim temos uma obra chamativa, mas é sempre bom ver um filme clichê para saber que o mundo ainda anda normal sem grandes obras mundo afora. E o longa que dei play hoje tenho certeza que se ainda não existisse as mil e quinhentas plataformas de streaming, passaria pelo menos umas duas vezes no ano na Sessão da Tarde, pois tem toda a pegada clássica do estilo, e se chama "A Filha do Prisioneiro", e pode ser conferido na Amazon Prime Video, entregando a base tradicional de um pai que está preso há anos, e quando está no fim da vida, vai morar com a filha e com o neto mudando a vida conflitiva deles. Ou seja, com certeza você já viu algum filme assim nas suas mudanças de telas, e não tem nada que impressione nesse aqui, mas ele é gostosinho de conferir, tem boas atuações e dinâmicas, e passa o tempo tão bem que vale recomendar, pois a ideia é sempre boa, de se você pode ajudar de alguma forma a mudar a vida de alguém, vá e faça, e sendo assim o resultado funciona na tela, e acaba agradando bem.

O longa acompanha Max, que recebe liberdade compassiva após cumprir 12 anos de prisão com a condição de morar com sua filha distante, Maxine e o neto que nunca conheceu. Quando o ex-marido abusivo e viciado em drogas de sua filha reaparece, o passado sombrio e violento de Max volta para assombrar a todos.

Diria que a diretora Catherine Hardwick não quis ir muito além, pois esse é seu estilão de filmes, de trazer o simples e comum para a tela e convencer com esse formato, de tal forma que ela pegou o roteiro de Mark Bassi que também costuma fazer tramas mais simples, e o encaixe acabou ficando perfeito na tela, pois vemos exatamente o que desejaríamos ver na tela em um filme como esse, de uma família problemática superando alguns obstáculos, e claro alguns sacrifícios para que o melhor acontecesse. De tal forma que talvez o lance das drogas, de algumas doenças e de algumas situações possa até criar alguns gatilhos, mas de uma forma mais ampla o resultado supera essa ideologia e acaba sendo algo tranquilo de se conferir, sem esperar muito dele.

Quanto das atuações, Brian Cox é daqueles atores que tem personalidade e sabem entregar personagens simples com um charme a mais, de forma que seu Max não é explosivo, não traz cenas com um impacto marcante, mas quando entra em cena chama tudo para si, e assim agrada mesmo fazendo trejeitos de velhinhos com dores tradicionais demais. Kate Beckinsale também sabe brincar bastante com as personalidades dos personagens que lhe é entregue, de tal forma que sua Maxine é a tradicional mãe que sofreu muito na infância com os pais, que quer dar o melhor para o filho, mas que não tem como, e seus olhares conseguem ser comoventes e bem encaixados nos atos mais emocionais, que acaba agradando bastante. O jovem Christopher Convery conseguiu ser daqueles jovens adolescentes que falam aos montes com seu Ezra, tendo estilo e sendo bem pegado, além claro de trabalhar bem os atos da doença sem ser tão apelativo, o que conseguiu dar a ele nuances próprias, simples, mas bem colocadas. Ainda tivemos Tyson Ritter como o pai drogado e problemático do garoto, com cenas fortes, mas bem tradicionais, e o amigo lutador do protagonista, vivido por Ernie Hudson sempre bem imponente, mas sem grandes atos para focarmos neles.

Visualmente o longa não usou muito da equipe de arte, tendo uma casa simples, uma escola, um presídio e uma academia de boxe, mas sem grandes trabalhos cênicos, não tendo tantos elementos para representar cada ato, apenas contando com o básico para mostrar a vida simples e difícil da família, o pai drogado que vive num aglomerado de músicos e pessoas com problemas, e alguns atos nos trabalhos da moça, ou seja, o simples bem feito.

Enfim, é o famoso básico que entrega um algo a mais para não ser apenas jogado como um passatempo, que como disse passaria facilmente nos canais da TV em horários da tarde, e teria um público presente do começo ao fim, principalmente por não ser alongado, então dê o play sem esperar muito que vai acabar agradando. Claro que não é um primor que recomendo que todos saiam correndo para ver, mas funciona dentro do que se propõe e não incomoda, o que já está de bom tamanho depois das bombas que vi nos últimos dias, aliás o motivo do nome é usado na frase final do filme, então não se incomode com isso. Então é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Quem Procura Acha (Anweshippin Kandethum)

3/17/2024 09:21:00 PM |

Olha, se hoje eu fosse seguir minha vontade de escrever sobre o longa indiano da Netflix, "Quem Procura Acha", sinceramente colocaria: "Fuja!!!", pois é daquelas tramas novelescas que se amarram tanto em conexões, que tentam explicar tudo, que vai para um rumo depois volta para o outro, e para piorar ainda é cansativo e longo, ou seja, dava para contar a mesma história com metade da duração e ainda ficaria talvez comprido. Claro que tem quem ame esse estilo, e vivem me falando para dar mais chance ao cinema indiano, que tem boas produções e tal, ai lá vai o Coelho cair no golpe da nota boa no IMDB, que com um 7,1 não imaginava a bomba que iria conferir. O que posso dizer sobre o filme é que a entrega dos personagens é até interessante dentro do que foi proposto, de um grupo de policiais que resolvem um caso passando por cima de seus superiores, que falham na entrega do acusado ao tribunal deixando que ele fugisse, e acontecesse uma fatalidade, e para terem uma nova chance antes de sua suspensão vão tentar resolver um caso encerrado sem conclusão em outra cidade, e lá sofrem com a população contrária à polícia, até aí a ideia em si é boa, tem uma boa amarração para entender os casos, mas tudo é lento demais, e com isso acaba cansando, fora que precisaram ligar a todas as pessoas das cidades, e com isso a amarração novelesca acaba sendo mais chata do que empolgante.

Nem precisaria colocar a sinopse, afinal já contei no parágrafo anterior, mas ela nos conta que quatro policiais, que foram suspensos após uma reviravolta desastrosa na investigação do caso de uma mulher desaparecida, têm uma chance de redenção trabalhando em um caso arquivado.

Diria que o problema principal foi o diretor e roteirista estreante Darwin Kuriakose não saber controlar o seu impulso e desejar colocar tudo o que gravou na tela, pois a trama precisava de uma concisão maior para que não ficasse tão arrastada, e não toda uma montagem cheia de personagens, cheia de idas e vindas, com repressões e exageros chamativos demais, de tal forma que por muitas vezes até quase esquecemos quem é realmente o protagonista na tela, e isso acabou pesando na história completa. Ou seja, o diretor quis fazer algo que não conseguiu cumprir e se perdeu bastante, tanto que o segundo caso acaba tão igual o primeiro, e ainda dá a deixa de uma formação de equipe para uma continuação, de tal forma que com certeza eu não darei o play.

Quanto das atuações, como falei acima, o diretor deu abertura para que todos aparecessem bastante, não ficando só em cima do trabalho do protagonista, e isso é meio que arriscado em um filme tão longo, pois perde a ênfase tradicional e dá margem para que a trama fique confusa, mas como o protagonista é a estrela indiana do momento, Tovino Thomas acaba se jogando bastante, fazendo trejeitos fortes e imponentes, e mostrando que seu Anand tem personalidade, é respeitado pelos demais policiais, mas tem se joga demais fora da lei tradicional, e com isso vive tomando bronca dos seus superiores, e assim o ator consegue brilhar como um "vingador" misturado como policial. Nem vou ficar falando dos demais, primeiro pelos nomes serem bem difíceis, e segundo que como cada um apareceu um pouco e não teve algo que destacasse mesmo, é melhor não aprofundar em falhas.

Visualmente a trama foi marcada por vilas meio que afastadas da capital, então não vemos muita superpopulação, porém não pode morrer uma pessoa que já brota todo mundo para ver quem foi, com correria e tudo mais, vemos casas simples, muito isolamento, algumas festividades, chuvas em um resultado simples, porém honesto, que não mostrou nenhum grande trabalho por parte da equipe de arte.

Enfim, é um filme que parecia ser uma coisa pelo chamariz, mas que não foi para rumo algum, sendo daqueles que cansam mais do que agradam, não valendo a recomendação nem pelo estilo policial que consegue prender o público, então veja somente se você for fã do estilo novelesco arrastado, senão a chance de dormir é bem grande. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Code 8: Renegados - Parte 2 (Code 8: Part II)

3/17/2024 02:07:00 AM |

Quando em 2020 disse que o longa "Code 8: Renegados" tinha potencial para virar uma franquia, já fui bem direto que precisaria ter desenvolvido melhor os personagens, e eis que agora 4 anos depois a Netflix lança a continuação "Code 8: Renegados - Parte 2", e o que eles fazem? Um filme com um desenvolvimento de personagens ainda pior, daqueles que todos surgem do nada e levam a lugar algum, de tal forma que até conhecemos novos personagens no meio dos demais que já vimos lá, mas é tudo tão artificial e direto, que acabamos não tendo nenhum momento fluido ou interessante para que o público se conecte a eles, e ainda para ficar mais tenso, se você não se lembrar do longa anterior vai ficar bem perdido com tudo, pois as explicações dos poderes, da droga, das negociações políticas ficam ainda mais em segundo plano. Ou seja, acredito que devam fechar uma trilogia, com algo ainda não falado, mas que apenas jogaram tudo aqui para colocar a garota no meio do caminho, e o restante ser apenas aleatório como costumo falar de ser o famoso filme de meio aonde ninguém acaba se lembrando da existência.

A sinopse nos conta que depois de testemunhar o assassinato de seu irmão e o subsequente encobrimento, uma adolescente com habilidades anormais busca a ajuda de um ex-presidiário e de seu ex-parceiro de crime. Juntos, eles enfrentam uma unidade de policiais corruptos que utilizam tecnologia robótica avançada para evitar serem expostos.

Um ponto que eu sempre fico feliz de ver em continuações é a de manterem os diretores e roteiristas dos primeiros filmes, afinal já sabem aonde conduzir cada personagem e tudo mais, e aqui Jeff Chan voltou bem preparado, conseguiu trabalhar um pouco mais do ambiente em si, e não apenas os personagens principais, mas isso em apenas 20 minutos do longa, pois depois praticamente tudo se fechou novamente, e ficamos em algo sem grandes rumos e sem chamar atenção para os poderes, para as drogas e claro para as tecnologias, de modo que os cachorros são apenas para ficar correndo sem ir muito além disso, ou seja, ao mesmo tempo que fiquei feliz de terem mantido o diretor original, acredito que talvez uma mão nova iria repensar em tudo e dar nuances novas para o longa, que foi o que acabou faltando para que o filme decolasse realmente, pois nem a garotinha que foi introduzida acabou sendo explicado direito o que ela é, e aí a vontade foi pro ralo de vez.

Quanto das atuações, Robbie Amell trabalhou seu Connor com um ar meio desanimado, sem muita explosão, mas conseguiu segurar bem a trama. Já Stephen Amell deu para seu Garrett um estilão mais seco, e soube ser marcante em seus atos, mas nada que fizesse dele algo a mais do que o comum traficante que parece ajudar e depois muda tudo. Sirena Gulamgaus chamou bastante atenção nas cenas de sua Pavani, mas como disse acabou nem sendo apresentada direito no longa, precisando entregar trejeitos fortes, e conseguindo ao menos ter algum bom destaque. O mais engraçado é que se no primeiro filme o personagem de Alex Mallari Jr. ficou bem em segundo plano, aqui seu Kingston já bota a banca e encara tudo com trejeitos bem encaixados, fazendo com que fizesse um vilão meio tradicional em pele de cordeiro, mas que não engana ninguém. 

Visualmente o longa ficou ainda mais simples que o primeiro filme, tendo como locação apenas um agrupamento de apartamentos, mas mostrando praticamente só a entrada e um apartamento sem grandes detalhes, uma feira para apresentação dos cachorros, e a mansão do policial com um pouco mais de requinte, além de vermos um pouco do centro comunitário e uma casa isolada, mas também sem elementos visuais chamativos, ou seja, o que valeu na trama foram os cachorros tecnológicos bem marcantes e nada mais que empolgasse, de tal forma que até mesmo os poderes acabaram sendo bem econômicos na tela.

Enfim, é um filme que poderia ter ido além, ter trabalhado melhor os personagens, as ações e principalmente os poderes deles, mas que ficou tudo em segundo ou terceiro plano, meio que parecendo até que fizeram sem vontade, apenas para cumprir contrato, e o resultado não empolga de forma alguma, então nem tenho como recomendar ele para ninguém. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com quem sabe bons filmes, vamos rezar essa noite para isso. Então abraços e até breve.


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Imaginário - Brinquedo Diabólico (Imaginary)

3/16/2024 07:32:00 PM |

Sinceramente fui conferir "Imaginário - Brinquedo Diabólico" esperando exatamente o que me foi mostrado, pois a essência de "amigos imaginários" é algo que já foi trabalhado muitas vezes no cinema, mas que a maioria das vezes acabam errando por forçar o lado malvado dos entes, criar alusões meio que sem noção, e para piorar geralmente colocam crianças com vozes irritantes para dublar o que desanima ainda mais. Porém felizmente esse vieram algumas cópias legendadas para que a brincadeira de vozes, bichinho de pelúcia e criança funcionassem bem e criassem um ente malvado, mas que em suma quer brincar e comer, em vários sentidos possíveis, e a sacada do desaparecer que o pai da moça fala não tinha feito muito sentido no começo da trama, mas que quando bem elaborado ao final deu um tom bem marcante e digamos "divertido" de ver na tela. Claro que não é bem um filme que você vai sair morrendo de medo da sessão, pensativo com tudo e temendo algo maior, pois a pegada não é bem essa, mas o resultado com a forma escolhida acaba sendo bem interessante e brinca bastante com alegorias de terror mais para os pequeninos, ou seja, é daqueles que entregam uma densidade que alguns até podem achar pesada para crianças, mas eu colocaria fácil ele como uma obra para introduzir os pequenos nesse mundo do terror.

No longa vemos Jessica decide retornar com sua família para a casa onde cresceu e criou boas memórias. Logo quando chegam ao local, sua enteada mais jovem, Alice, fica apegada a Chauncey, um ursinho de pelúcia que ela encontra no porão. Apesar da interação parecer divertida no início, não demora muito para as coisas ficaram sinistras, descobrindo que o amigo imaginário que Jessica deixou para trás é muito real e infeliz por ter sido abandonado.

O mais interessante de observar no estilo do diretor e roteirista Jeff Wadlow é que ele gosta de brincar com as alegorias presentes em cena, de tal forma que seu filme não fica abstrato mesmo trabalhando com coisas imaginárias, e assim sendo embora muitos não enxerguem a mesma coisa que a garotinha e a madrasta veem, o sentido das coisas acaba tendo formato, e isso fez com que o longa tivesse uma presença maior do que apenas um ser do nada conversando com elas. só diria que ele usou muito da equipe artística na composição das cenas finais, e não as usou tanto, e ali sim tinha algo mais trabalhado dentro do terror fantasioso e abstrato, já que é um mundo ilusório, cheio de labirintos, portas e tudo mais, mas como ele optou mais pelo terror de pressão do lado de fora, o resultado ficou um pouco leve demais, já que não quis ir para um rumo mais forte e denso.

Quanto das atuações, sempre costumo falar que filme de terror envolvendo criança é um risco tanto para as gravações quanto para os atores, pois os pequenos muitas das vezes não são instruídos do que vai ser gravado, para não causar traumas, e assim por vezes acabam entregando trejeitos meio que subjetivos, sem grande imposições, mas diria que aqui Pyper Braun conseguiu segurar bem os trejeitos de sua Alice, foi expressiva e não soou tão falsa nas brincadeiras junto do urso e/ou do amigo, de modo que talvez fosse até mais além em alguns atos, mas não cairia bem para ela. Já DeWanda Wise demorou um pouco para encontrar as expressões mais fortes para sua Jessica, mas trabalhou bem sem incomodar e com isso conseguiu chamar a atenção com os atos clássicos do estilo de ir aonde não deve. Ainda tivemos alguns atos espalhados com Taegen Burns com sua Taylor levemente chata como a maioria dos adolescentes, Matthew Sato com um Liam que deveria ter sido comido pelo bicho logo de cara, por ser bem mala, e Beth Buckley bem intrometida com sua Gloria, mas tendo motivos para isso, já Samuel Salary segurou bem suas poucas cenas impactantes, mas sem ser muito usado, agora sem dúvida alguma Tom Payne se recebeu cachê precisa devolver urgentemente, pois foi mero enfeite de cena, em duas ou três cenas, sem necessidade alguma. 

Visualmente já falei no começo que fiquei com dó da equipe de arte que criou algo tão imponente para o mundo imaginário, mas que acabou nem sendo quase usado, sendo cheio de nuances, cheio de quadriculados interessantes, várias portas, e a sacada de um mundo lúdico, porém tenso ficou bem bacana de ver, já fora de lá tivemos uma casa bem tradicional, um quarto cheio de desenhos e pinturas mostrando que a madrasta já teve grandes dias felizes como uma garotinha chegada nas artes visuais, e agora ainda mantendo a criatividade é escritora de livros infantis, tivemos atos bem trabalhados na caça ao tesouro com a garotinha, alguns atos meio que doidos com o garoto no banheiro e no andar de cima, e claro tivemos o tradicional porão bagunçado, cheio de caixas e coisas estranhas, que sempre está presente em longas de terror. E claro não podia deixar de falar do urso feio e estranho que acompanha a trama, pois dá para ter medo só de ver ele como pelúcia, e sua versão maior no mundo imaginário ficou ainda mais feio.

Enfim, não é daqueles filmes que você assiste e sai querendo indicar igual um maluco, mas também passa bem longe de ser algo ruim, de tal forma que com pouquíssimos ajustes acabaria sendo algo marcante e bem intenso, principalmente se brincassem mais com a ideia do imaginário mesmo, mas quem sabe numa continuação, afinal o bicho em si não apareceu morto, então quem sabe, e veremos no que vai dar. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda devo ver mais algo, então abraços e até logo mais.


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Uma Vida - A História de Nicholas Winton (One Life)

3/16/2024 02:45:00 AM |

Desde que vi o trailer do longa "Uma Vida - A História de Nicholas Winton" já tinha a certeza absoluta que a cena mostrada lá faria a galera do cinema lavar a sala de tanto chorar, e foi dito e feito, que mesmo sabendo aonde iria acontecer, a sensação é muito forte e não tem como não se emocionar, afinal o cara salvou quase 700 crianças que provavelmente teriam morrido pelas mãos dos soldados nazistas, em um momento de pura compaixão e força de vontade, pois ele não foi para lá com essa missão, mas ao ver os pequeninos tchecos sofrendo nas ruas, não pensou duas vezes e se juntou com um grupo de britânicos que já estavam por lá e mudou o foco para o futuro de uma nação, e a trama sendo contado com um olhar mais fechado com dois excelentes atores acaba fluindo de uma maneira tão bem alocada que não tem como não entrar na onda. E digo mais fizeram um filme em um tamanho preciso, sem excessos de tal forma que parece ser ainda menor pela maneira dinâmica que montaram tudo, ou seja, é daqueles tão perfeitos que você acaba achando falhas por reparar demais, mas que sem um olhar mais técnico é paixão na primeira conferida, e por incrível que pareça nem foi muito lembrado pelas premiações, veremos então como vai seguir no ano, pois na maioria dos países tem chegado tudo em 2024, mesmo sendo um longa de 2023.

O filme mostra Nicholas Winton em 1938, quando ele visita Praga e se depara com famílias vivendo em condições extremamente precárias e sob a constante ameaça de uma invasão nazista. Em uma corrida contra o tempo, Winton e um improvável grupo de apoio trabalham incansavelmente para resgatar o maior número de crianças possível antes do fechamento das fronteiras. Cinquenta anos depois, em 1988, Winton vive assombrado pelo destino das crianças que não conseguiu levar em segurança para a Inglaterra. Somente após um reencontro surpreendente com algumas dessas pessoas resgatadas, ele finalmente começa a se reconciliar com a culpa e o sofrimento que carregou por cinco décadas.

Ao dar uma pesquisada sobre o diretor James Hawes, vi que esse não é o estilo tradicional de produtos que faz, já que faz mais séries e filmes para TV de terror, suspense e ação, então pegar um roteiro dramático baseado no livro da filha do protagonista, Barbara Winton, é algo que tem que ter muita coragem, e o melhor é que conseguiu captar bem a ideia para que seu filme tivesse estilo, mostrasse tudo, e principalmente sem ficar enrolando, colocando diretamente tudo o que era necessário mostrar sobre o personagem nas suas duas fases, e deixando que a dinâmica em si falasse sozinha, e assim sendo o resultado acaba soando bonito e sem ficar forçado, já que dava para ser ainda mais emotivo, dava para ser uma trama mais seca, mas escolheram o melhor ponto para tudo e acabou agradando bastante. Claro que gostaria de saber mais sobre o personagem principal, sua vida e tudo mais, mas acabaria enrolando muito, então melhor aceitar esse formato e ficar feliz.

Quanto das atuações, um ponto que ficou muito bom na tela foi a escolha dos dois protagonistas, pois Johnny Flynn e Anthony Hopkins não são tão parecidos no mundo real, mas seus olhares são bem densos e chamativos, de tal forma que com a caracterização vemos em Flynn uma versão jovial aceitável de Hopkins, e isso deu muito certo, claro que os milhões de anos de atuação de Anthony Hopkins é algo que ninguém consegue lhe tirar, e daqui 19 anos já irá conseguir alcançar a idade do verdadeiro Nicholas Winton, e mostrar que também é um homem que precisa ficar entre nós, pois sabe demais de como segurar a trama para si, e com bem pouco cativar na tela, já Johnny Flynn precisou trabalhar bem mais, correr para diversos lugares, conversar com diversos nomes para conseguir os pais adotivos, as listas, passaportes e dinheiro para trazer as crianças, sendo bem expressivo e agradando bastante na tela. Ainda tivemos grandes cenas com Helena Bonham Carter não sendo esquisita como costuma ser, mas tendo alguns estilos diferenciados para sua Babette imponente e cheia de personalidade, tivemos Lena Olin bem encaixada como a esposa do protagonista dando um bom suporte para ele, entre muitos outros que deram o tom e chamaram a responsabilidade em suas cenas, mesmo sendo apenas apoio para tudo.

Visualmente a trama é bem intensa, mostrando vários ambientes em 1938 com os refugiados em Praga, com um tom bem escuro e sujo, mostrando pessoas na rua, com o inverno apenas começando em barracas, com pouca comida e tudo de uma forma bem representativa, tivemos um pouco do escritório aonde os membros voluntários se juntavam na cidade para montar todas as listas e documentos, com muita bagunça "organizada", vemos as plataformas de trens saindo com as crianças da cidade e chegando em Londres numa aglomeração bem trabalhada, vemos alguns atos no Ministério de Imigração com a mãe agindo bem, vemos a casa de família rica do jovem e também do senhor, que seguiu acumulando tudo e tendo muita bagunça em seu escritório, e claro as cenas no auditório já em 1987 de um programa de TV com plateia e tudo mais do estilo, sendo algo bem cheio de detalhes que funcionaram bem para agradar e chamar atenção.

Enfim, é um filme que funcionou demais no formato desenvolvido, ambas as épocas não ficaram jogadas nem corridas, sem enrolação alguma, mas que tiveram o tempo exato para conseguir emocionar bastante e agradar a todos que forem conferir, que só não darei a nota máxima por desejar conhecer mais do personagem em si, que valeria uns 10 minutinhos a mais, mas não é nada que atrapalhe a experiência. Então fica a indicação perfeita para todos, e fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Pacto Com o Demônio (Leave)

3/15/2024 09:17:00 PM |

Costumo dizer que um terror para soar marcante precisa causar algo no espectador, para que ele seja lembrado, mas ultimamente a maioria acaba brincando mais com o suspense religioso, trabalhando algumas facetas mais simples, e resultando em tramas que acabam perdendo a força na tela, o que não é nada bom. E o longa norueguês "Pacto Com o Demônio" segue bem essa ideia simples e não efetiva que parecia envolver espíritos, mortes e tudo mais, mas que não vai além, de tal forma que a primeira parte da trama acaba sendo até bem cansativa e sem muitos rumos que empolgue, e já bem próximo ao final que poderia ir para algo, simplesmente tudo se resolve e nada vai além. Ou seja, mediano demais para chamar atenção, mas não sendo tão ruim quanto parecia, apenas esquecível.

Na trama, acompanham-se a história de Hunter White, uma jovem que foi abandonada ainda bebê em um cemitério envolta em um pano com estranhos e misteriosos símbolos. Tentando desvendar este mistério sobre sua vida, a jovem procura qualquer informação sobre suas origens. No entanto, a jornada que deveria lhe trazer clareza sobre seu passado se mostra intimidadora após estranhos eventos acontecerem à sua volta. Logo, White descobre que uma perigosa força espreita sua vida, impedindo-a de achar suas próprias respostas.

Diria que o diretor Alex Herron pegou uma trama que poderia ter sido melhor explorada, mas que já no próprio texto do roteirista Thomas Moldestad não tinha grandes inflexões, e assim acaba sendo algo mais de busca do que uma trama que cause algo realmente no público, porém dava para que ele eliminasse mais cenas do começo e trabalhasse mais o segundo ato, pois ali sim tinha conteúdo para brincar na tela. Porém isso são opções que nem sempre fluem bem no desenvolvimento, e assim sendo o filme acaba entregando algo fraco que parece sem vontade para terminar melhor.

Quanto das atuações, diria que também faltou um pouco mais de expressividade por parte da protagonista Alicia von Rittberg com sua Hunter, pois entrega trejeitos apáticos e sem muita intensidade, aonde acaba não conquistando o público, e fazendo os tradicionais clichês que acabamos até torcendo contra ela, e assim não consegue segurar a trama para si. O jovem Herman Tømmeraas fez com que seu Stian parecesse meio lunático, mas sem entregar o motivo, e isso acaba não indo muito além. Já Stig R. Amdam mostrou bem a loucura de seu Torstein nos olhares iniciais, e próximo do fim já botou fogo na tela, então valeria ter explorado mais sua história. Ainda tivemos Ellen Dorrit Petersen com sua Cecilia meio como uma interlocutora para a protagonista, mas não fluindo tanto quanto poderia, Morten Holst trouxe para seu Kristian alguém que também valeria ter desenvolvido algo a mais, mas todos ficaram bem em segundo plano na trama, sem ajudar muito no resultado final.

Visualmente ficou parecendo que na Noruega só chove, pois todas as cenas são com uma chuva bem falsa ao fundo, com a casa misteriosa sem grandes chamarizes, mas de cara já dava para saber que tinha algo atrás da porta, então ficamos na esperança e até entregam algo ali nos atos finais, porém como é um longa de terror dava para ter valorizado mais os fantasmas e a nevoa, o que ficou meio que jogado apenas.

Enfim, faltou um pouco de cada coisa para que o filme fosse mais além e chamasse atenção como deveria, de tal forma que passou longe de ser um terror que causasse algo, e como suspense também não foi muito longe, então classificaria ele como um drama que tem umas leves pitadas tensas, mas que não dá para recomendar muito não. E é isso pessoal, vou para mais uma sessão agora, então abraços e até logo mais.


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