Alguns romances literários são transportados para a tela do
cinema de forma tão superficial que acabam nem agradando os leitores do livro que são baseados e nem os
espectadores normais de filmes, mas “Para Sempre” consegue fazer uma linha de
filme diferenciada que poderia ser enxergado apenas como um filme, pois a
preocupação com elementos literários não foi empregada e com isso acabou
agradando pelo menos as pessoas que estavam assistindo ele como filme na sala em que estive, porém deixo os
comentários abertos para quem tenha lido o livro para incrementar se foi bem
transpassado para a tela.
Com uma história praticamente linear, tendo apenas alguns
momentos de volta para mostrar como o casal se conheceu, mas teoricamente nem
seria necessário e poderia ter caminhado de forma normal sem esse pedaço, o
filme nos conduz de forma a ver que o cérebro é um órgão extremamente complexo,
tanto que ainda não se consegue fazer com que pessoas que tenham perca de
memória recuperem algo ou então estudar o complexo todo que ele possui, com
esse enfoque o roteiro fica fiel em não fantasiar o espectador, o que bem
poderia acontecer como já vimos em diversos filmes, mas caso fale muito mais
entregaria o filme todo aqui no texto, então apenas analisando essa
complexidade do cérebro, o filme se transparece como visto na sinopse e no
trailer a partir da perca completa de um determinado período da vida de Paige
com um acidente e a partir daí a história rola. O que é interessante destacar
no roteiro e na direção é a forma de condução alinhada muitas vezes na opinião
de Leo em vez de o foco ficar em Paige, como seria costumeiramente, e essa
opção do diretor, ou do escritor(afinal não li o livro pra dizer de quem é), é bem inversa a
maioria dos filmes que tentaria mostrar ela tentando lembrar de tudo para o bem
maior.
No quesito atuação, Channing Tatum está com tudo em
Hollywood, e deve impregnar as telas por um bom tempo, ando gostando do que vem
demonstrando em tela, sendo um bom nome pra começar a se pensar em bons papéis
para ser colocado, pois leva um bom público feminino para as salas e também tem
uma boa expressão, aqui fez bem o papel de uma forma tranquila, sem precisar
apelar da força de expressão, apenas parecendo uma pessoa comum. Rachel McAdams
sempre foi uma atriz bem versátil, tanto no quesito interpretação quanto no
quesito visual(somente nesse filme faz 3 cortes de cabelo diferentes) e nesse
filme conseguiu transparecer bem o papel de não se lembrar de nada, fazendo uma
bela interpretação, um destaque na cena que estão comendo chocolates, que
provavelmente foi uma cena errada e ficou tão natural que foi colocada no
filme. Os demais atores nem praticamente merecem destaque, pois todos são
coadjuvantes com poucas falas, apenas para ligar alguma cena e sendo assim,
qualquer ator poderia fazer sem aparecer nem chamar mais atenção que os
próprios protagonistas.
A cenografia embora seja bem simples usando poucas locações,
tem todo um charme com o uso da neve, como sempre falo cai bem para qualquer
filme romântico, e a iluminação empregada faz sempre sombras agradáveis de se
ver enaltecendo os elementos de cena necessários para cada momento. A
fotografia fez bem em escolher um tom de cor mais claro, evitando que o filme
se caísse para o lado mais dramático, deixando o filme leve e agradável, sempre
optando por câmeras com movimentos sutis de travelings ou mesmo cenas calmas
com a câmera parada.
Diferente do que vem acontecendo nos filmes românticos, esse
longa não ficou tão preso à trilha sonora, preferindo utilizar-se do clima
sonoro mesmo com alguns toques apenas para confrontar, mas nunca pesando para o
lado dramático e sim sempre suavizando para tons baixos.
Enfim, é um filme gostoso de se assistir, nada muito para se
falar que foi o melhor romance que já vi, mas muito longe de ser os milhões de
filmes encomendados de livros que ultimamente vem aparecendo nas telas. Tem um
final coerente, que mesmo com leves pitadas de açúcar não fica meloso
suficiente para estragar. Eu diria que no geral agrada, e deve ser daqueles
filmes que vão passar muitas vezes na TV, onde os namorados não precisam ficar
preocupados de ir com suas namoradas, pois elas não irão lavar o cinema nem
ficar se lamuriando então recomendo ver. É uma pena apenas que a Sony optou por
poucas cópias no Brasil, era pra ser o grande nome na semana dos namorados, ou
seja assim como eu consegui ver apenas em outra cidade, quem sabe apareça na
sua também em breve, para que todos consigam assistir. Fico por aqui, mas essa
semana ainda tem mais um para fechar. Abraços e até mais.
2 comentários:
Depois de Blue Valentine não assisto filme de romance meloso. Aquele filme me "tocou" muito mais do que qualquer filme de romance. Realmente muito bom.
Olá Evil, como vai? Blue Valentine como o Wesley, que sempre comenta aqui, falou foi um tapa... apesar do lançamento errado no Brasil, mas toca bonito fundo na alma... Eu também prefiro filmes menos melosos, afinal sempre vou assistir filmes solitário né?? Mas que sejam românticos pelo menos, nesse quesito os dois filmes são bons!! Valeu o comentário amigo, abraços!!
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