A Casa Dos Mortos (Demonic)

2/12/2015 10:24:00 PM |

A maioria que me conhece sabe que sou fã do que James Wan bota a mão, mas acho que ele precisa começar a procurar novas feiras de roteiro para escolher melhor as produções que bota seu rico dinheirinho que ganhou com "Jogos Mortais", "Sobrenatural" e "Invocação do Mal". Claro que nesses que citei ele pôs além do dinheiro a mão na câmera também, enquanto aqui em "A Casa Dos Mortos" apenas escreveu essa cópia e botou fogo em 3 milhões que estava embaixo do colchão dele, dando para algum amigo dirigir, já que estava envolvido com "Velozes e Furiosos 7". Digo isso, pois o longa é um compilado praticamente de tudo, mas tudo mesmo, que já vimos em outros filmes de terror, não tem sequer uma cena que você olhe e fale: "Nossa, isso é novidade", muito pelo contrário, a todo momento vira quase um jogo de "Em que filme teve essa cena mesmo?". Poxa, terror foi feito para assustar, certo? Então vamos pesquisar, trabalhar ideias novas, que a mesma forma de bolo, as vezes vem com um recheio inovador que agrada também, mas comer sempre o sabor, uma hora enjoa.

O filme nos mostra que cinco amigos decidem sair à caça de fantasmas em uma casa abandonada, mas acabam sendo brutalmente assassinados. O único sobrevivente é interrogado, e diz que o local está possuído por demônios e serve como um portal para o inferno. Um policial e uma psicóloga não acreditam nessa história e passam a investigar o caso.

Quando vi o trailer do longa há algumas semanas, parecia ser algo interessante, e logo que fiquei sabendo que o roteiro era de Wan, acabei mais empolgado ainda com o que poderia ser um filme de terror para realmente sair arrepiado da sessão, mas não tem jeito, enquanto um dos mestres do terror não acabar de ganhar dinheiro com a franquia de carros velozes, a chance dele acertar a mão em algo macabro está praticamente impossível. Até aí vai, já que roteiro de terror, geralmente sai uma base e na hora do diretor montar consegue fazer milagres místicos e assustar o público, mas não me pegam e dão para o diretor praticamente estreante Will Canon, já que o seu "Brotherhood" nem apareceu por aqui, e o que ele faz, usa todas suas referências não como base, mas como cópia, daí vemos a casa assombrada por espíritos, pernas e pessoas que aparecem do nada, e pasmem até bichos saindo da garganta dos personagens, além de muita câmera espalhada que não gravou praticamente nada, e ainda me vem com a piada mortal de que congelando o HD recuperaram algumas filmagens (Sensacional!). Ou seja, se faltou genialidade nas tomadas, ao menos capricharam nas maquiagens e nos atores, não é o que você pensaria? Infelizmente também não, por usar muito da técnica de aparição repentina para assustar, é notável que a maquiagem foi falha e cheia de problemas, com sangue falso, mais falso ainda, e atores que não nos motivam a nada. Ou seja, fria completa que o jovem se enfiou, e que agora vai ser meio difícil de achar outro maluco para dar um roteiro de graça nas suas mãos.

Já que falei um pouco dos atores, a salvação razoável é de Maria Bello que sabe ser cética e acreditar mesmo nas histórias que lhe contam, fazendo espanto sempre e com boas expressões faz de sua psicóloga Klein, alguém que vemos talvez uma tentativa de salvar o filme, mas sua cena inicial do encontro quase jogou tudo a perder com um desdém falso que chegou a doer. Frank Grillo também tem bons momentos como o detetive Lewis, mas ao forçar para parecer o policial machão e forte que quer fazer tudo sozinho sendo imponente, acabou um pouco risível nas cenas mais impactantes, se fosse com mais calma ao pote, agradaria e ainda seria satisfatório no papel. Dos demais, quase todos fazem caras e bocas, tentando ser convincentes na sua forma de caça fantasmas, mas apenas o protagonista Dustin Milligan consegue ter alguma expressão para mostrar, nas suas cenas finais principalmente, aonde mostra que seu John não era a flor que se cheirava desde o princípio, e como a edição se atrapalhou também com isso, temos quase que uma cena sequencial que acaba ocorrendo antes, ou seja, uma bagunça também na edição, e na cena do mercadinho Scott Mechlowicz beira o engraçado com seu Bryan chutando tudo e gritando, fraco demais.

A casa em si foi bem decorada para tentar causar uma impressão ruim, afinal todo terror tem que ter essa impressão na mobília e na decoração ao menos, de modo que tudo possa ser olhado com certo temor de cair ou assustar, mas não foi suficiente, pois economizaram demais, ficando algo que parece datado, com uma casa completamente fechada, e de repente temos um extintor praticamente novinho em folha, microfone ultra tecnológico que ouve tudo, ouvindo os batimentos até do bebê na barriga da moça, e na cena que mais necessita ouvir qualquer coisa, cadê ele? Essas falhas de continuísmo são inaceitáveis em produções pequena, em filmes de ação é difícil refazer uma tomada, mas em longas sem explosões e afins, só voltar e gravar que tudo se resolve, e cenografia em terror é tudo. No quesito fotografia, como o lance do filme é pegar você desprevenido, usaram bem o tom da câmera de captação no escuro, e funcionou já que temos quase tudo muito escuro, de onde aparece um ou outro personagem do nada para que o público pule na poltrona, e isso ao menos está bem feito, o que não é mais do que a obrigação dentro do estilo.

Enfim, é um filme que mesmo quem for extremamente fã do gênero pode pular completamente de ver nos cinemas, pois é uma falha atrás de outra, além de praticamente tudo você já ter visto em outro filme. Aqueles que curtem tomar um ou outro susto, podem até não digo gostar, mas assustar com algumas cenas, mas não vai ser esse filme com certeza que lhe tirará o sono. Ou seja, pode ir dormir tranquilamente e economizar de ver essa bomba que nos enganou completamente no trailer cheio de suspense, mas que falha monstruosamente em tudo. Fico por aqui hoje, mas ainda tenho outros longas para conferir nesse final de semana carnavalesco, e já começo a rezar para que algum preste, o que estou achando bem difícil. Deixo aqui meus abraços e até amanhã pessoal.


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