Se em Setembro do ano passado, a certeza de que "Maze Runner: Correr ou Morrer" era tão grande que nem terminaram o lançamento para começar a gravar o segundo filme, esse ano com "Prova de Fogo" foram mais cautelosos, afinal ainda faltam 2 livros para a história acabar e embora muito mais produzido, o segundo filme não é tão fácil quanto o primeiro, que tinha todo o mistério e a ação em si não dominava a história, enquanto agora temos muita história para tentar ser desenvolvida, e ainda assim a correria desenfreada é no nível máximo. Ou seja, vá ao cinema bem calmo, pois a chance do aceleramento dos fatos, misturado com a aparição de um novo personagem "importante" a cada virada de câmera, e inúmeras histórias que servem para dar todo um sentido no que virá pela frente, pode certamente fazer com que o público se assuste e não empolgue tanto como o que acabou acontecendo com o primeiro filme, além claro de que como são quatro livros (alguns dizem ser uma trilogia, pois o quarto livro teoricamente é antes do primeiro, então pode ser que misturem as explicações nos três ou quatro ou cinco filmes que fizerem), ao final desse é que chegamos ao clímax da história, portanto, até agora foi quase que uma apresentação completa em dois capítulos, e que felizmente mantiveram a mesma equipe para que os rumos não se perdessem e agradasse bastante. O jeito agora é esperar 2017 para ficar ainda com mais raiva de esperar outro que nem data ainda tem, para que finalmente tudo se complete. Mas repito, esse novo está bem mais produzido e interessante de ver, mesmo que não tão fácil como o primeiro filme.
A campanha do longa nos mostra que o Labirinto foi só o começo... o pior está por vir. Depois de superar muitos desafios, Thomas e seus amigos pensam que estão a salvo em uma nova realidade. Mas eles são surpreendidos pelos Cranks, criaturas que querem devorá-los vivos. Agora, para sobreviver nesse mundo hostil, os amigos terão de fazer uma travessia repleta de provas cruéis e desafiadoras em um mundo devastado, sem água, comida ou abrigo.
Acabamos conhecendo o diretor Wes Ball no primeiro filme da série, e se sua ideia no primeiro filme foi amarrar o escritor dos livros James Dashner dentro do set para que a história ficasse o mais próxima do livro, aqui novamente é aparente essa técnica, afinal pelo tanto de histórias colocadas na trama, mesmo que de forma pincelada, pareceu que o diretor quis mostrar tudo o que o livro conta de forma resumida, afinal são 131 minutos contra 368 páginas e isso é algo completamente impossível de caber em detalhes. Porém esse desafio de tentar colocar o máximo de detalhes, acabou transformando o longa em algo que somente quem for muito conectado com o livro, ou talvez assistir mais que uma vez o filme, consiga relacionar tudo o que desejavam, e isso, ao menos na ideologia desse que vos escreve, é um grandioso erro, pois acaba que o filme não fica completo, e muitos personagens parecem aparecer apenas por aparecer, não tendo uma conexão mais plausível ou bem feita para com a trama que está sendo desenvolvida, mas se eliminassem alguns personagens, também os fãs do livro iriam reclamar deles não terem aparecido, ou seja, voltamos na velha discussão do que vale ou não em uma adaptação literária, e poderíamos prolongar o texto infinitamente, o que não vai acontecer hoje, afinal já está bem tarde. Dito isso, posso falar de uma maneira bem simples, que o roteirista T.S.Nowlin até trabalhou bem resumindo o que dava para incluir personagens e que mesmo sendo apenas fagulhas no meio de uma fogueira inteiriça, o resultado de quem prestar muita atenção em tudo, acabará agradando a gregos e troianos. E claro que o diretor já mostrou logo de cara que quanto mais dinheiro colocarem no seu filme, mais efeitos entrarão e o resultado será mais incrível ainda, ou seja, a expectativa dos próximos (que aparentemente já está em pré-produção e o diretor já está quase garantido) é que teremos algo bem impactante, quiçá ainda mais bem produzido e quem sabe com uma história mais centrada por não precisar apresentar mais ninguém, somente conectar os pontinhos e desenvolver tudo.
Quanto das atuações, vou me conter ao máximo para não criar um texto de 100 páginas para falar de cada um, pois repito, surgiram muitos novos personagens na trama, mas antes vamos falar dos principais. Dylan O' Brien está começando a ficar "velho" no quesito de sua fisionomia, e diferente de Harry Potter que cada ano era um novo ano escolar, aqui teoricamente o longa se passa em dias, no máximo meses, então vão precisar correr para que seu Thomas não fique estranho como um adolescente de quase 30 anos no último filme, pois ele é um bom ator, mas somente fazendo a série "Teen Wolf" e aqui nos longas de "Maze Runner", está ficando marcado demais e com expressões de menos para desenvolver, e isso vai pesar mais para frente certamente para o ator. Kaya Scodelario também trabalha bem, e sua Teresa continua bem intrigante, embora falhe no estilo mistério logo que sai do galpão dos cientistas, e isso é algo de errado não por sua culpa, mas falha do ângulo que o diretor escolheu para trabalhar, pois certamente daria para manter o tom misterioso até bem mais para frente, e a atriz ainda sairia bem na fita, mas ainda assim fez boas expressões e agrada de certa forma. Os demais antigos tiveram bem menos importância nesse novo longa, e embora sempre estejam juntos nas correrias e fazendo boas caras Thomas Brodie-Sangster com seu Newt, Dexter Darden com seu Caçarola, Alexander Flores com seu Wiston e Ki Hong Lee ainda dando seu máximo para com seu Minho, ficam sempre em segundo plano frente os demais, e isso acaba não sendo legal, afinal como no primeiro todos tiveram uma boa quantia de importância, esperávamos mais deles nos outros longas, quem sabe no próximo deem mais a cara para bater. Dos novos, temos de dar destaque para Aidan Gillen que trouxe uma seriedade bem assombrosa para o seu Jansen e que quase conseguiu se tornar um vilão que ficaríamos com certa raiva, mas por aparecer bem pouco acaba ficando sutil. Também temos de falar das duas cenas de Patricia Clarkson que ao trabalhar uma nuance séria e rancorosa junto de sua Ava Paige, vai fazer com que muitos queiram exatamente o mesmo que o protagonista declara, afinal o mulher ruim que sua personagem conseguiu passar. E temos de dar uma certa relevância para Giancarlo Esposito, afinal seu Jorge tem bons trejeitos, chama a atenção e deve agradar ainda mais nos próximos filmes, além de ter conseguido uma boa química para com a Brenda de Rosa Salazar, que chama a atenção pela feição mais dura e sofrida, que certamente no livro condiz mais ao detalhar tudo o que passou. Destaques negativos não para a atriz Lili Taylor, mas sim para a rapidez das cenas de sua Mary, não tendo tempo nem para um desenvolvimento mais interessante, e isso é algo ruim de ver. Quanto à Jacob Lofland e seu Aris, ainda prefiro ficar junto de Minho, e não confiar muito no rapaz, pois nem o ator se esforçou para expressar mais carisma, nem o personagem chamou atenção, então veremos o que aguarda. E finalizando essa parte Barry Pepper foi chamativo com seu Vince, mas também foi rápido demais suas cenas, e vai acabar sendo mais importante no próximo filme, ou seja, mais um que foi apenas apresentado aqui, mas que só falou quase 10 palavras.
Se no primeiro filme tínhamos apenas uma cenografia simples, afinal era uma clareira e um labirinto com detalhes e bichões estranhos, agora temos diversos cenários, personagens funcionando como elementos cênicos, e com um trabalho bem minucioso da direção de arte, cada cena nova foi pensada para detalhar ao máximo cada ponto do livro. Portanto é notável a preocupação do diretor em dar closes em objetos junto das cercas, fios, armas, espelhinhos com fotos, cenários destruídos e quando ele explora a abertura máxima da lente, vemos paisagens muito bem trabalhadas para retratar toda a destruição que ocorreu, claro que muito computacional, afinal não conseguiriam construir tudo aquilo para o filme de forma alguma, além de ficar caro demais dentro do orçamento, e dito isso, voltamos no velho ponto de fazer com que atores corram em fundos verdes e se desenvolvam com coisas que não estão presentes junto deles, pois na cena em que Thomas e Brenda estão subindo em uma torre destruída fugindo de um Crank, a câmera se mexe tanto para não aparecer os erros digitais, que acaba incomodando um pouco, mas o resultado final é bem interessante de ver com a profundidade que o 3D convertido funcionou somente nessa cena. Quanto do figurino e maquiagem, posso dizer que os Cranks ficaram medonhos e bem interessantes de ver, certamente "Walking Dead" deu boas inspirações para os artistas e agradaram bastante mesmo nas cenas mais proximais com detalhes fortes. Na questão fotográfica foram bem trabalhados os tons amarelados, que em filmes de ação costumam dar uma certa vertigem, e como a correria é grande, foram bem espertos para que o filme tivesse belas paisagens de fundo para que o olhar não ficasse tão impactado e ainda assim agradasse bastante, além disso o grande trunfo do longa está nas cenas noturnas ou em lugares fechados, com as lanternas dando um show de visual e revelando os lugares somente como se fossem a única fonte de luz em cena, o que agrada bastante. Como falei acima, o 3D foi convertido, e isso já faz do longa algo errado, já que as cenas não foram pensadas para ter uma profundidade interessante ou elementos saindo da tela, então ficou bem falso e são pouquíssimas cenas que funcionam como deveria, ou seja, quem não quiser pagar mais caro, pode ir ver normal que não vai perder nada.
Enfim, tivemos apresentações demais para dois filmes e mesmo que a ação não pare um segundo dos 131 minutos de duração da trama, poderiam ter economizado alguns personagens e desenvolvido mais outros que agradaria bem mais. O resultado em geral é interessante, mas ficamos com a sensação de não saber se gostamos do que vimos, ou vamos precisar de outro para realmente confirmar se vamos vibrar com o fechamento, e isso é algo que de certa maneira me incomoda demais, mas como gosto de longas de ação, o filme me divertiu, e com certeza recomendo ele para quem gosta do estilo, mas deixando a ressalva de que quem se incomoda com longas que precisam de complementos se prepare para reclamar, afinal ainda teremos no mínimo mais um para que tudo desenrole e agrade com algo mais próximo do que já deveriam ter feito nesse filme. Bem, é isso pessoal, fico por aqui hoje, começando e já encerrando essa semana cinematográfica curtíssima, mas felizmente terei uma pré-estreia para conferir, então volto na terça com mais um texto para vocês. Por enquanto deixo meus abraços e venho sempre conferir os comentários, então aguardo suas opiniões também.
PS: Embora merecesse uma nota menor que a do primeiro filme, por cometer esse erro de muitos personagens novos sem desenvolvimento apropriado, a produção e direção de arte compensaram demais, então vou repetir a nota que dei para o primeiro longa.
3 comentários:
Só uma ressalva. O terceiro filme, intitulado "A Cura Mortal", foi marcado para ser lançado no Brasil dia 16 de Fevereiro de 2017, sob o comando do diretor Wes Ball. Link:http://cinepop.com.br/maze-runner-a-cura-mortal-ganha-data-de-estreia-no-brasil-95775
Opa... valeu Kaliel... tá longe ainda né... triste!! Mas obrigado pela data!!!
Realmente ta longe, vai ser difícil esperar. Mas espero que usem esse tempo para pensar melhor no filme e evitar os erros cometidos por esse, como você próprio disse. Finalizando com chave de ouro essa saga magnifica.
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