Todos sabem que se existe um gênero que gosto muito de assistir é o tal do terror, mais ainda quando envolve suspense do que filmes de matança em si, então a proposta de algo novo de Shyamalan que já fez grandes suspenses e é considerado um dos mestres do terror, certamente caberia bem para uma sessão noturna de Sábado não é mesmo? Pois a resposta é não, fuja pras colinas e não passe sequer na porta de uma sessão do longa "A Visita", pois como diria o melhor do filme personificado como um garotinho rapper, "fiquei cego" após as visões horrendas de velhos nus, aonde nada assusta e principalmente NADA (em letras maiúsculas mesmo) consegue ter um sentido interessante para que o gênero qualifique o longa como terror. Tudo bem que a proposta do bom uso da câmera na mão foi excelente, as crianças atuaram muito bem, a reviravolta é interessante (e que nem diria um rapaz que conversava atrás de mim com a família, "agora que o bicho vai pegar"), mas nada acontece nem assim, ou seja, um filme morno que você irá mais rir do que assustar e só, não dá vontade nem de continuar o texto, mas vou ser perseverante e colocarei mais algumas linhas.
A base da história é bem simples e nos mostra que dois irmãos pequenos vão passar uma semana na fazenda dos avós na Pensilvânia. O que era para uma visita divertida e tranquila se transforma numa experiência aterradora quando eles descobrem que os idosos estão envolvidos numa situação perturbadora, que faz as crianças se tornarem prisioneiras na propriedade.
Volto a afirmar que a proposta do roteiro não é ruim, e se fosse usada de uma maneira mais densa (a qual o diretor sabe fazer muito bem), ainda continuaria sendo um longa de baixíssimo orçamento e acabaria deixando as pessoas aterrorizadas com tudo o que os velhinhos fizeram. Mas para isso o diretor teria de ter usado menos as crianças e mais os velhos, criando perspectivas e histórias que ligassem mais eles com a clínica psiquiátrica, e dessa maneira tudo acabaria ficando de uma forma completamente diferente e bem mais tensa. Mas o diretor infelizmente não anda na boa forma que lhe concedeu o título de Mestre do Terror, e não vai voltar enquanto ficar fazendo besteiras do estilo desse filme, aonde a cena mais forte preferiram somente simbolizar, e nada além disso. A proposta do found-footage foi muito bem utilizada, uma das melhores que já vi inclusive, pois não quiseram colocar efeitos bobos nas cenas, nem as crianças correndo desenfreadas balançando tudo, e dessa forma até tivemos um ar mais clássico para tudo o que estava sendo mostrado, mas como eles fizeram um "documentário" bem leve para "curar" a mãe dos jovens, o resultado foi quase um longa natalino de tão leve que ficou tudo.
Para falarmos das atuações podemos ir por dois caminhos, a que mostra bons atores que possuem futuro, no caso as crianças, ou falar que todos estavam passeando num filme que era pra ser de terror e não souberam nem o que fizeram. Irei preferir a primeira opção para não ser um Coelho tão malvado. Para uma jovem atriz em seu primeiro longa, Olivia DeJonge soube muito bem tanto como mostrar-se como diretora de documentários, quanto como uma jovem interessante que é bem curiosa, mas caso houvesse mais cenas assustadoras, ela poderia se espantar mais, sua cena no forno que já está no trailer abaixo é deprimente, e ela faz duas vezes no filme, uma pessoa em sã consciência não faria nem meia, muito menos com a cara de boba que ela faz com sua personagem Becca. Ed Oxenbould definitivamente ganhou meu respeito, o garoto é muito bom, e já havia elogiado ele no filme "Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso" e aqui o seu personagem Tyler é uma figura, cantor de rap, e mostrando uma curiosidade sem limites de jovens de 13 anos dispostos a explorar tudo, claro que suas cenas com medo de germes é algo ridículo demais, mas ainda assim quero muito um longa mais denso para o jovem protagonizar e arrasar, pois ele pode tudo e certamente vai fazer muito bem tudo, já que aqui, mesmo não tendo nada aterrorizador, seu jeito estático para com sua cena densa foi ótima de ver. Deanna Dunagan e Peter McRobbie até fizeram boas expressões aterrorizadoras, mas foi simples demais para que alguém ficasse realmente com medo de seus personagens Nana e Papa, mas nas entrevistas foram bem interessantes e agradaram na medida do possível. Agora por sorte, ou melhor, para que o filme não ficasse pior, Kathryn Hahn apareceu bem pouco na trama como a mãe dos garotos, pois não tem expressão alguma, fazendo a mesma cara nas três cenas que apareceu, e até mesmo para dar a notícia da reviravolta continuou com a mesma expressão, ou seja, era melhor ter cortado suas partes.
No conceito artístico, o diretor foi esperto, e para economizar filmou dentro de sua casa na Pensilvânia, que já é bem antiga e com isso possui locais estranhos para funcionar como longa de terror, mas faltou algo a mais, pois a casa em si não é daquelas que olhamos e já ficamos tensos, e nem tiveram o trabalho de incluir objetos amedrontadores, e dessa forma o filme fluiu leve demais, parecendo ser realmente uma visita à casa dos avós, mas tendo alguns probleminhas no percurso, e isso é errar demais. Se temos de destacar mais um ponto positivo, não tanto para o lado do terror, é com o pessoal da fotografia, pois é muito fácil errar a iluminação com câmera na mão em movimento, e aqui em momento algum tivemos luzes estranhas ou que falhassem para estragar o ambiente que vieram conquistando, claro que na cena do quarto com a velha poderiam ter dado uma densidade dramática melhor, mas ainda assim não atrapalharam tanto.
Enfim, um filme que não recomendo para ninguém que goste de filmes de terror e nem mesmo para quem não goste, pois não serve nem para passar algumas horas curtindo um ar condicionado e uma poltrona boa, portanto, passe bem longe das salas que estiverem exibindo esse filme, pois será gastar dinheiro a toa. Nem para ao menos colocarem umas trilhas mais sombrias serviram, ou seja, nada mesmo salva. Bem é isso pessoal, darei a nota pontuando os dois pontos positivos que enumerei acima no texto completo, e fico por aqui agora, mas nesse Domingo irei conferir dois longas da Itinerância da Mostra Internacional de São Paulo, de modo voltarei para casa com dois textos para postar para vocês, então abraços e até breve.
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