É fato que Michael Bay é um produtor fantástico e ele dando entrevistas que após esse filme deseja fazer algo menor e mais sútil é quase uma blasfêmia, pois sempre foi o rei das destruições gigantescas e que impressionam só de olhar. Dito isso, quem for ver o quinto longa da franquia Transformers denominado: "Transformers: O Último Cavaleiro", e não se impressionar pelo tamanho da produção, realmente dormiu e não assistiu ao longa. Como de praxe, seus filmes não possuem roteiro muito elaborado, muito pelo contrário, é uma bagunça completa que mistura de tudo, mas dizer que isso é ruim, é exagero, pois acaba divertindo bastante toda essa bagunça, e assim sendo o resultado completo da trama fica interessante para quem procura diversão no limite máximo, mas ridículo para quem procura apenas texto, ou seja, essa é a dica que eu dou, se você gosta de ir ao cinema para se divertir com um 3D muito bom, com algo que você não sabe mais quem é bonzinho ou quem é do mal, vá, compra um bom combo de pipoca e se divirta muito, agora se não é desse time, passe longe que vai odiar do começo ao fim. Como todos aqui já me conhecem, sou produtor e amo grandes produções (bem feitas e executadas), e aqui vi isso do começo ao fim também, portanto, foi algo muito bom de ver!
A sinopse nos conta que os humanos estão em guerra com os Transformers, que precisam se esconder na medida do possível. Cade Yeager é um de seus protetores, liderando um núcleo de resistência situado em um ferro-velho. É lá que conhece Izabella, uma garota de 15 anos que luta para proteger um pequeno robô defeituoso. Paralelamente, Optimus Prime viaja pelo universo rumo a Cybertron, seu planeta-natal, de forma a entender o porquê dele ter sido destruído. Só que, na Terra, Megatron se prepara para um novo retorno, mais uma vez disposto a tornar os Decepticons os novos soberanos do planeta.
Já disse muito de Michael Bay na abertura do texto, mas embora muitos não gostem dele (chegando até o ponto de odiar), no conceito desse que vos escreve quase todo dia, ele juntamente com Spielberg são os maiores produtores do cinema atual (e coincidentemente Spielberg também assina aqui a produção!) e quando querem gastar não pensam duas vezes para criar algo grandioso (aqui foi apenas a bagatela de 260 milhões de dólares!!!), e o resultado é fato quanto maior a produção, maior a maquiagem para um texto falho, e isso todos já sabemos muito bem, afinal nenhum (friso novamente nenhum) dos Transformers foi algo elaborado nesse conceito, bagunçando a cabeça do espectador de quem é quem, quem salva quem, quem luta com quem, quem é bom, quem é mal, se vieram de um lugar ou de outro, e por aí vai, mas aqui nossos amigos roteiristas foram bem longe na inspiração, misturando lendas de Camelot, destruição do planeta Terra (que para os robôs tem outro nome) no melhor estilo dos filmes-catástrofe, alienígenas, robôs, humanos bons e ruins, e por aí vai, fazendo uma massaroca completa que se o diretor conseguiu entender o roteiro para filmar tudo e a equipe de edição conseguiu finalizar, esses sim merecem o parabéns, pois tem de ter muita imaginação para encontrar o resultado final dessa soma. E por mais maluquice que possa ser imaginar tudo isso junto, a ideia completa acaba divertindo (claro que exigiríamos alguma moral maior, e Optimus Prime com suas grandes frases de efeito, e aquela voz forte, até nos entrega algumas, mas queríamos algo a mais nesse conceito) e quem for esperando isso vai gostar muito. Ainda acredito que Bay não vai largar o osso e fazer pelo menos mais um com a deixa final bem colocada na cena inter-créditos, mas vamos esperar pra ver a bilheteria, pois o gasto foi alto.
Sobre as atuações, é algo que pouco vemos nesse filme, afinal a maioria dos momentos só ficamos com as vozes dos robôs, não que isso seja ruim, muito pelo contrário, pois já estamos acostumados com o timbre de Peter Cullen com seu Optimus Prime impactante, Frank Welder com seu Megatron e diversos outros de bom tom, mas temos também os humanos perdidos que voam, levam tiros, fagulhas, caem, rolam e só têm leves ralados ou algum tiro superficial (leve spoiler: se um deles não morresse ia ficar muito bravo!), então vamos falar deles também. Começando pelo protagonista desde o último filme da série, Mark Wahlberg com seu Cade Yeager que foi até bem colocado, fez caras e bocas, e até diverte com seu personagem, mas em diversos momentos pareceu bem perdido para onde olhar, afinal como bem sabemos grava-se tudo sem os robôs, apenas olhando para referências e depois junta com a computação gráfica, e nas cenas finais aonde a ação explode mesmo, ele parecia um maluco olhando pra tudo quanto é lado, ou seja, sei que é difícil, mas poderia ser bem melhor. Laura Haddock ainda deve estar rindo de suas cenas como Viviane, pois já vi coisas absurdas no cinema, mas a ideia da concepção da personagem é algo que vai muito além, e se chegasse um roteiro desse naipe na mão de qualquer ator/atriz a pessoa só poderia rir de tanta maluquice, mas ela ao menos expressou alguma seriedade e fez bem seu papel. Josh Duhamel ficou de fora apenas do último filme com seu Lenoxx, participando desde o primeiro longa da franquia, e aqui voltou ao seu estilo G.I.Joe de ser e apareceu ao menos, não fazendo nada que fosse muito expressivo, mas também não errando. Anthony Hopkins sempre será um ator bem colocado, e mesmo que seu Edmund seja daqueles que estão apenas para montar o filme, ligando as partes, ele conseguiu chamar a atenção para si em diversas cenas bem encaixadas, agradando bem ao fazer jus ao seu salário no filme. A garotinha Isabela Moner deve ser mais usada no restante da franquia, pois aqui apareceu em alguns momentos bem jogados (alguns absurdíssimos como nas cenas finais), mas fez bem as caras expressivas ao menos. Dos demais, chega a ser piada, suas participações, então melhor nem falar nada, deixando como apenas um filme para vermos os robôs, e esquecer que tem humanos na trama.
Agora é fato que a qualidade visual da trama é algo inegável, e sempre vão colocar cada vez mais computação gráfica, criando mundos paralelos, muita destruição, cenários movimentando para todo lado e por aí vai, pois hoje é muito mais fácil de filmar com as câmeras super leves (ops, pausa aqui no texto, o longa foi filmado com câmeras Imax 3D que pesam muitos quilos, então não teve essa facilidade), ou seja, a arte gráfica até teve boas locações, cenários bem preparados para aparecer, mas certamente muitos dos atores nem viram nada do filme até assistir no cinema, pois gravaram em panos verdes para todo lado, pulando, gritando e por aí vai, para depois cair todo o trabalho magnífico dos artistas gráficos que fizeram robôs cada vez melhores em peças/detalhes, muitos efeitos especiais explodindo e voando coisas para todo lado, e uma cenografia melhor que a outra, desde as cenas nos diversos países (Cuba mais uma vez entrando pra Hollywood pela segunda vez em 1 ano apenas de abertura de mercado), passando pelas cenas no espaço, no fundo do mar, e claro na grande nave afundada maravilhosa, ou seja, um trabalho minucioso de muitos computadores que agradaram na medida. A fotografia ficou no limite do escuro, tendo muitas cores escuras para dar um tom mais dramático para muitas cenas, mas na maioria dos momentos cômicos o tom sempre puxava para uma gama mais alegre de objetos ao redor, dando uma média interessante de ver.
Agora faço até questão de colocar em um parágrafo a parte, pois já disse isso algumas vezes e volto a frisar, se vão nos entregar um longa em 3D, que filmem em 3D, pois a conversão na maioria das vezes fica ruim, ou até inexistente, e aqui quem for conferir vale muito ir na maior sala possível (como sempre recomendo a Imax, que em Ribeirão fica na rede UCI), pois são peças voando, faíscas pra todo lado, muita profundidade de campo, e uma percepção que quase coloca você junto dos robôs, e claro que se tenho de destacar algum momento, ficamos com as cenas finais de batalha, que ali é tiro, explosão, peças, robôs voando e tudo mais que se pensar, mas no fundo do mar, o resultado também ficou bem interessante com a tecnologia. Ou seja, se é pra pagar mais caro numa sessão 3D, esse é o que vale pela tecnologia.
Enfim, muitos vão odiar (sei disso) pela história fraquíssima e bagunçada, mas volto a pontuar que quem gosta de boa ação, e uma produção gigantesca, não tem como não se divertir com tudo o que o longa nos proporciona. Está longe de ser o meu estilo de filme preferido, tanto que muitos sabem o quanto odiava Transformers na época da faculdade, afinal história passa longe aqui, mas o último longa e esse me conquistaram pela tecnologia e pela grandiosidade cênica em si. Portanto, volto a falar isso, vá sem pretensões alguma, compre uma pipoca, e se divirta, pois é só isso que o longa vai trazer para você, quase 3 horas de muita ação e diversão (alguns absurdos gigantescos que você vai reclamar, bater na cabeça e sair inconformado - mas aqui vale a pena rir, pois é feito propositalmente) que vai fazer você passar seu tempo precioso numa boa sessão. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto na próxima quinta com mais uma estreia aqui no interior, então abraços e até breve.
PS: não estou maluco com a nota, pois gostei muito do que vi, mesmo com a quantidade de absurdos!
6 comentários:
Estou doido para ver esse filme. ainda não tive tempo mas, assim que puder irei ver. parece ser ótimo! A era da extinção gostei muito!
Mais uma vez, obrigado por estar sempre nos recomendando filmes com uma bela crítica.
Olá Mauro... rapaz, filmão mesmo, apesar dos excessos é bem bacana! Por aqui já anda saindo de cartaz, então corra pra não perder... abraços e que bom que curte meus textos!
Olá Fernando! Assisti o filme. Cara... Excelente mesmo! Um ótimo 3D, uma boa história, e com certeza... Se forem nos entregar um filme em 3D então, que seja filmado em 3D. E sobre seus textos, 100000000000000000000000000 "abração!
Exatamente Mauro, se vamos pagar mais caro para ver um filme 3D, que a equipe gaste dinheiro fazendo ele também em 3D para mostrar serviço!! E que bom que curte os textos!! Abraços!!
Acho que todos os transformers só valem a pena pelos efeitos visuais. Os dois últimos com 3d espetacular. Mas Fernando, acho que dar nota 8 e 10 (nota dada ao era da extinção) é demasiadamente forçado, pois o roteiro é muito comercial, com piadas sem graça. Acho que a nota só deveria ser mesmo pelos efeitos visuais e sonoros. Assim, quando um filme leva 10, deve ser bom em todos os aspectos ou principalmente no roteiro. Valeu
Olá amigo anônimo... quem dá nota e análise por história são jornalistas!! No meu caso como sou produtor, analiso os filmes pela qualidade completa em entreter, vender ingressos e funcionar com a proposta que deseja, então sendo assim, sempre minhas notas irão se embasar nesse quesito, e outros sites irão dar notas de forma diferente, afinal como sempre digo cada um tem um gosto e um jeito de analisar... Abraços!
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