É engraçado como vou ao cinema algumas vezes conferir filmes que sequer vi a sinopse e acabo saindo com os olhos brilhando por ter conhecido algo completamente novo em minha vida, de modo que fico pensando: como algumas bandas podem simplesmente evaporar, e pessoas que escutam rock praticamente todos os dias nem saber da existência delas? Pois bem, se você já ouviu "Mamonas Assassinas", "Ultraje a Rigor", entre outras que satirizam a política nacional, colocam xingamentos de forma engraçada em suas canções e ironizam praticamente tudo com bons acordes de guitarras e baixos atualmente, provavelmente essas foram influenciadas pela banda "O Joelho de Porco", que nos anos 70 fazia isso com muita desenvoltura, e que agora quase 50 anos após o seu fim, o sobrinho do criador da banda, que é cineasta, resolveu fazer uma bela homenagem ao seu tio, entrevistando integrantes, parentes, produtores e junto de muito material de arquivo conseguiu criar um documentário preciso e bem bonito de acompanhar tanto para conhecer a banda, quanto para ver a bagunça que rolava nessa época no cenário underground.
O roteirista e diretor Rafael Terpins apresenta a trajetória de seu tio, Tico Terpins, em uma das bandas de rock mais conhecidas do Brasil entre os anos 1970 e 1980, o Joelho de Porco. Baixista e líder do grupo, Tico foi pioneiro ao lançar canções que satirizavam a política nacional e ainda ao ser uma das primeiras bandas a se lançar de forma independente no cenário musical. Constituído por animação, material de arquivo pessoal e televisivo, o documentário também conta com depoimentos de familiares e integrantes da banda, como o vocalista e baterista Próspero Albanese, Netinho e o produtor Julio Calasso.
O que Rafael Terpins foi quase uma busca pelo conhecimento maior de sua família, para conhecer mais o maluco que foi seu tio na sua época gloriosa, e claro comparar com o que foi ao final da vida, e claro divulgar mais essa banda revolucionária para a época, que hoje como disse praticamente ninguém mais sabe o que foi, e digo isso com propriedade, pois ao falar numa rádio de rock, ninguém nem sabia o que era "Joelho de Porco", ao postar que estava indo para o cinema conferir me questionaram que loucura era essa, e por aí vai, ou seja, como disse no começo praticamente a banda sumiu do conhecimento das pessoas, e os mais jovens sequer imaginaram ouvir músicas do estilo. Claro que estou sendo bem resumido ao público que conheço, e talvez posso estar sendo um pouco fora do eixo, mas ao ouvir as canções gostei muito do que escutei e certamente seria algo que cairia no meu gosto, ou seja, conhecendo muitos amigos que curtem um rock cheio de mensagens politizadas, certamente gostariam de ouvir a banda. E com isso, voltando para o filme, o diretor foi completamente coerente na sua pesquisa, e encaixou bons depoimentos, alguns de arquivo (pois além de seu tio, outros já morreram também!), só exagerou um pouco no modelo de animação um pouco desnecessário, mas como faz parte de sua produtora o estilo, necessitou colocar no longa também.
Enfim, não vou comentar cada um dos entrevistados, e posso dizer que em 36 anos da minha vida sequer havia ouvido falar em Joelho de Porco sem ser comida, e hoje posso falar que recomendo com toda certeza o documentário, e para quem quiser ouvir algumas das músicas que tocam no documentário, eis aqui o link. Mas volto a frisar que quem puder confira o longa, pois vai ser um choque cultural e certamente uma grande diversão, pois a banda era bem louca, e suas histórias então nem se fala. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, e volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve.
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