Bem amigos, não posso afirmar hoje com precisão quantas indicações à prêmios o longa "Nasce Uma Estrela" terá, mas posso com toda certeza dizer que pelo menos trilha sonora e canção se não levar, ao menos estará presente. Digo isso fazendo leves apostas de que ouviremos muito todas as belíssimas canções nos rádios, e não só isso, pois diferente de um musical aonde as canções acabam virando textos das atuações, aqui temos uma formação musical, ou seja, temos a história sendo desenvolvida para mostrar toda a dramaticidade de uma jovem virando uma estrela, enquanto seu parceiro desaba na bebida, e as canções são cantadas nos shows, ou em momentos de ensaios, ou seja, mesmo que elas digam muito sobre a história de cada um, seus momentos e tudo mais, não espere ver os protagonistas dizendo canções enquanto passeiam pelas ruas, pois não é esse o formato da trama. Dito isso, tenho de pontuar que o filme é bem longo (136 minutos), e que trabalha bem a dramaticidade casual que muitos longas de premiações costumam usar e ousar (e funciona!!), fazendo com que até pareça um pouco arrastado, mas a beleza dinâmica que Bradley conseguiu passar em sua primeira direção é algo nato de quem já fez diversos filmes, e com isso, o resultado acaba impressionando, emocionando com as brilhantes atuações e fluindo num daqueles resultados que vamos ficar lembrando por muito tempo. Outra marcação interessante, é que o trailer me arrepiou muito todas as vezes que conferi, e no filme embora tenha momentos emocionantes, não chega a ser daqueles que arrepiamos, mas no contexto geral é um filme incrível que quem gostar do estilo sairá apaixonado com tudo o que verá, afinal temos mais um detalhe, pois ele todo foi cantado ao vivo, sem gravações em estúdio, ou seja, os atores/cantores botaram o gogó pra jogo e arrasaram.
A sinopse nos conta que Jackson Maine (Bradley Cooper) é um cantor no auge da fama. Um dia, após deixar uma apresentação, ele para em um bar para beber algo. É quando conhece Ally (Lady Gaga), uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela mulher e seu talento, decidindo acolhê-la debaixo de suas asas. Ao mesmo tempo em que Ally ascende ao estrelato, Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.
Com 19 anos de carreira, Bradley Cooper já participou de quase 60 filmes como ator, e sempre teve um carisma e uma personalidade bem marcante, e agora chegou o momento em que decidiu que não bastava estar na frente das câmeras, mas sim trabalhar um pouco mais, entregando não só o protagonismo do longa, como também o roteiro (que é baseado no original de 1937 e nas refilmagens de 1954 e 1976), a produção e claro a direção da trama, ou seja, fazendo tudo para que o filme fosse realmente seu, e posso dizer após conferir que ele soube dar vida para uma trama funcionar de forma bem dramatizada, cheia de pontos com vértices para emocionar, e ainda seguiu literalmente a cartilha tradicional que diz que cada ato dramático deva ser respeitado seu momento, com longas pausas para reflexões, e embora isso funcione para premiações, cansa um pouco o espectador, de forma que o filme poderia certamente ter no mínimo uns 20 minutos a menos de duração que ainda entregaria tudo o que desejavam mostrar e muito mais. Outra grande sacada, foi ambos os protagonistas cantarem realmente na trama, pois já vimos muitos musicais, e é fato vermos a diferença entre atores interpretando e cantando em cena, durante os atos, e aqueles que gravaram em estúdio todas as canções para depois apenas dublar e fazer caras e bocas na tela, e aqui a naturalidade ficou incrível, mostrando que o diretor soube incorporar muito bem como cantor, agradando como realmente um bom cantor country saberia fazer. Ou seja, é um filme de essência, que serviu para mostrar que se Bradley realmente seguir carreira na direção, tende a acertar muito, pois não vemos as tradicionais falhas que ocorrem quando um diretor quer fazer tudo no seu filme, e isso já mostra que aprendeu muito nos filmes que participou, para saber aonde desejava estar em cada ato, e como comandar todos os demais, estando na frente da câmera também.
Temos no longa muitos personagens, alguns com um pouco mais que figuração, que até conseguem chamar a atenção, agradando por serem funcionais, mas basicamente temos de falar apenas de quatro pessoas. E claro que temos de começar pela grande estrela Lady Gaga, ou Stefani Germanotta como poderia ter se apresentado, pois ela entregou uma outra pessoa completamente diferente de tudo o que já vimos ela fazer, e por mais que sua personagem Ally fosse uma cantora, ela conseguiu trabalhar trejeitos de iniciante, medos, desenvolturas e tudo mais para que a personagem despontasse, e não a Gaga, ou seja, foi precisa em olhares, movimentos, danças, e claro, como era de se esperar deu um show com sua voz marcante entregando algo que preencheu a sala do cinema por completo. Bradley Cooper, como ator, acabou entregando um Jackson cheio de vertentes, com olhares e trejeitos que nos faz ficar com pena de seu vício e toda a situação que acaba passando, de modo que conseguiu soar incrível ao ponto de pensarmos realmente na possibilidade de prêmios de atuação para ele, que além de cantar muito em cena, conseguiu também trabalhar o visual do personagem para que ficasse completamente diferente de qualquer outro personagem seu. Sam Elliott conseguiu trabalhar seu Bobby com um carisma forte, e bem colocado como tradicionalmente ocorre entre irmãos empresários que brigam muito com os artistas, de modo a ser difícil de demonstrar o afeto entre eles, mas aqui o ator veterano soube entregar eixos diretos tão bem colocados que praticamente em todas as suas cenas acabamos nos emocionando, ou seja, um grande acerto. E para finalizar temos de colocar o quase-vilão, Rafi Gavron, que fez do empresário Rez, um elo marcante tanto no desenrolar da trama para um vértice diferenciado, como também soube ter domínio para algumas das cenas mais fortes do filme, com diálogos bem colocados e tradicionalmente ditos por empresários de artistas, ou seja, mostrou personalidade.
No conceito cênico, a trama brincou muito com grandiosos shows, que provavelmente não colocaram tantas pessoas lá para curtir, mas como todas as canções foram gravadas ao vivo durante as encenações, certamente tiveram um grandioso trabalho para que toda a cenografia de um grande show fosse montada, com banda, equipamentos, e ao menos uma boa quantidade de figurantes entre técnicos e tudo mais, o que deu um ar de superprodução para a trama, e usando de elementos singelos para realçar os momentos mais simples, souberam encantar com detalhes, figurinos bem preparados para cada ato, de forma que o filme funciona e agrada muito visualmente, só tendo um detalhe da cor de cabelo da protagonista para o segundo ato que ficou levemente estranho, mas que foi uma opção interessante para chamar atenção ao menos. Outro ponto incrível do longa ficou a cargo da fotografia, que usou e abusou de luzes de contra, sempre realçando cada detalhe dos trejeitos dos protagonistas, ambientando cada ato dramático, e que junto de ângulos perfeitamente bem escolhidos conseguiu enfatizar cada ato para algo que brilhasse realmente na telona, ou seja, muito bem escolhido os tons não muito chamativos, mas que também não soassem apagados.
Estamos falando de um longa que tem base em cima de algo musical, então é claro que o ponto máximo da trama fica a cargo das ótimas canções compostas em sua maioria por Lady Gaga, e interpretadas pelos dois protagonistas com uma perfeição mais do que incrível, que cativa o público, faz com que ficássemos batendo nossos pés no ritmo e nos envolvêssemos com cada momento do longa pela boa mensagem de cada canção, e é óbvio que não deixaria de colocar aqui todas as músicas para podermos ouvir repetidas vezes. Outro ponto perfeito foi a mixagem de áudio do longa, pois as músicas reverberam preenchendo completamente a sala do cinema, o público dos shows interagindo, de modo que cada detalhe sonoro parece fazer com que estivéssemos realmente dentro do longa curtindo um belo show musical.
Enfim, é um filme que até possui leves defeitos, que falha principalmente na duração muito alongada que poderia ser reduzida (como é o primeiro filme do diretor, certamente ele ficou com dó de cortar alguns momentos, mas vai aprender!!), mas que agrada por demais, envolve, emociona e faz com que quem goste do estilo, dos atores, e de um bom filme realmente saísse feliz da sessão com tudo o que acabou assistindo, e sendo assim, é claro que recomendo o longa para todos. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal essa semana veio bem recheada, então abraços e até logo mais.
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