Passaram-se dois anos desde que voltamos para o mundo bruxo e acabamos apaixonados por cada efeito, por cada animal, e claro por um roteiro completamente envolvente e cheio de coisas que nos referenciavam a voltar para todo o passado mágico que vivemos durante 8 anos, vibrando a cada novo texto e tudo mais, mas se todos os filmes de Harry Potter tinham o embasamento dos livros, e o primeiro filme de "Animais Fantásticos e Onde Habitam" também, agora com algo completamente novo e inesperado, muitos tem se assustado com o que é entregue em "Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald", por trabalhar situações que alguns que comiam a cultura de J.K. Rowling já conheciam apresentados de forma diferente, e outrora por situações impactantes acontecendo, mas sem dúvida alguma, a trama que é 100% voltada para fãs desse Universo, vai emocionar e empolgar quem for conferir e estiver enquadrado nesse estilo, pois tudo é cheio de detalhes, temos muitos personagens conectados ao que já vivenciamos, e com uma boa história que certamente daria para fazer no mínimo dois filmes, talvez três pela grande quantidade de momentos, situações e envolvimentos, o resultado acaba sendo empolgante e encerrado com uma cena incrivelmente chocante para nos prepararmos para mais um longa daqui dois anos, ou seja, um filme incrível que até possui falhas, mas para quem for fã tudo passará de lado, e certamente sairá da sessão vibrando, mas quem não for, só verá falhas e odiará cada momento visto.
A sinopse nos lembra que no final do primeiro filme, o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald foi capturado pelo MACUSA (Congresso Mágico dos Estados Unidos da América) com a ajuda de Newt Scamander. Contudo, cumprindo sua promessa, Grindelwald fugiu da prisão e passou a reunir seguidores que, na maioria dos casos, desconheciam suas verdadeiras intenções: criar magos de sangue puro para dominar todos os seres não mágicos.
Na tentativa de frustrar os planos de Grindelwald, Albus Dumbledore recruta seu ex-aluno Newt Scamander, que concorda em ajudá-lo, sem saber dos perigos que enfrentará pelo caminho. Dois lados se enfrentam, à medida que o amor e a lealdade são postos à prova, até mesmo entre amigos e famílias, em um mundo de bruxaria cada vez mais dividido.
Para quem ainda não estava sabendo, teremos 5 filmes, felizmente todos dirigidos (por enquanto) por David Yates (que fez também os últimos 4 filmes de Harry Potter) e roteirizados por J.K. Rowling (afinal ela é a dona de tudo, nada melhor que ela que inventou o mundo mágico, continue inventando mais e mais). Dito isso, o que vemos aqui é a segunda parte de cinco, e sendo assim nem metade nos foi apresentado e nossos queixos já foram parar lá no chão, conhecendo mais e até se confundindo um pouco com cada personagem ligado a outros que já conhecíamos, que já apareceram ou até que tiveram algo ligado nos demais filmes (contando os 8 de Harry Potter e o primeiro Animais), mas podemos falar que a ideia é complexa, tudo é envolvente e cada ato parece ir não apenas se complementando, mas sim incrementando o anterior, e aumentando todo o fator, de modo que o público nem pisca na sessão e vai adentrando ainda mais a cada novo ato, soltando gritinhos ao aparecer velhos personagens em suas versões jovens, e principalmente se desesperando ao descobrir o grande ato do filme, na penúltima cena do longa, que aí sim temos o grande choque e o queixo você irá recolher no chão do lado da tela ao final do filme, pois amarraram tudo tão bem, nos levando a crer em algo tão diferente do que é entregue, que surpreende, e mostra que a dinâmica criada por Yates e Rowling é completamente premeditada, que por mais que possa tomar rumos nada ortodoxos acabaram resultando em um filme visceral e cheio de novidades, além claro de trabalhar muito bem com ótimos efeitos e locações incríveis. Ou seja, um filme aonde certamente muitos irão achar defeitos no roteiro de Rowling, outros acharão exageros de Yates, mas que principalmente a maioria dos fãs enxergarão a volta da expectativa de esperar por novos filmes de um tema, que há tempos não tínhamos, e assim sendo, o acerto no formato foi perfeito.
Quanto das atuações, mais uma vez Eddie Redmayne mostra o motivo de ser um dos grandes novos nomes do cinema, entregando expressões tão simples e interessantes para a personalidade de seu Newt que não tem como não se conectar com ele, e ir junto na exploração de tudo o que está ocorrendo, e muitos até talvez reclamem que aqui ele não teve mais aquela dinâmica de protagonista-mor que tem de estar presente em todas as cenas, sendo que em algumas ele até fica como mero coadjuvante, mas ainda assim entrega todo o carisma necessário para que seu personagem funcione e emocione com seus diversos bichões e bichinhos (destaque claro para os diversos pelúcios e o zouwu chinês gigante). Muitos fizeram boicote ao filme por Johnny Depp estar como Grindelwald, mais pela sua vida pessoal do que pela forma de atuar, pois o icônico ator conseguiu vir sem seus tradicionais estereótipos e se não fosse pela bizarrice estranha de olhos de cores diferentes, veríamos apenas ele mais uma vez entregando um ótimo personagem, com trejeitos fortes e bem colocados, de modo que acaba até sendo uma bobeira boicotar o longa pelo ator, pois o personagem é forte, excêntrico e com impulsos dramáticos bem colocados, e ele possui todas essas qualidades para o papel, e acaba agradando muito. Jude Law entrega em diversas cenas (até menos do que esperava), um Albus Dumbledore jovial e que lembra muito outros papeis do ator, com uma dinâmica bem colocada e até bem diferente do que conhecemos do grande diretor de Hogwarts nos filmes de Harry Potter, mas certamente o veremos mais impactante na sequência, e ele como um ótimo ator, certamente encontrará o carisma necessário para agradar ainda mais os fãs. Ezra Miller mais uma vez conseguiu ser misterioso com seu Creedence, trabalhando olhares e movimentos em busca de saber quem realmente ele é, e o ator embora pudesse ter feito mais em cena, foi bem colocado, usando sua personalidade para chamar a responsabilidade sem forçar até termos sua grande cena ao final, e certamente a bomba do terceiro filme ficará com ele, o jeito será aguardar. Quanto das garotas, tivemos bons momentos com Katherine Waterston com sua Tina, fazendo trejeitos de raiva pelas notícias que teve à distância de Newt, e sendo bem dinâmica quando precisou, mas sem dúvidas as grandes cenas ficaram a cargo de Zoë Kravitz com sua Leta Lestrange, que se envolve em diversos atos desde o começo, e acabou trabalhando forte para que seus momentos fossem bem chamativos, o que foi alcançado com sucesso. Quanto aos demais, apenas tivemos novamente cenas bem divertidas com Dan Fogler e seu Jacob, e conseguiram um ator muito parecido com Redmayne para fazer seu irmão Theseus, o que ficou a cargo de Callum Turner, que agradou nos poucos atos que fez. Além desses tivemos diversas participações, que agradaram e valeriam a pena destacar, mas o texto ficaria imenso, então melhor apenas dizer que cada um fez com toda certeza o seu melhor, e agradou ao menos expressivamente sem erros.
No conceito artístico conseguiram moldar (claro que de forma bem computacional), uma Paris cheia de sentidos, com cores neutras, mas com seu charme tradicional, puxando os personagens para diversos locais com muita cenografia bem escolhida para representar, tivemos também uma Londres com sua névoa característica (que no filme nada mais é do que mais uma magia dos protagonistas), e claro fomos para dentro da maleta e da casa de Newt, aonde seus diversos animais realmente fantásticos deram um show de visual, aonde nos entregaram tanto personagens maravilhosos, quanto lugares mágicos para viajar e agradar, aonde cada situação empolga. Ou seja, o filme possui muitos detalhes bem pequenos, como nas cenas aonde Newt junto com seu pelúcio saem farejando os rastros de Tina, mostrando elementos cênicos bem precisos e interessantes de ver, envolvendo e servindo para não apenas vermos algo mágico na telona, mas sim entrar no clima que o filme pedia, e sendo assim, o resultado visual não tem outra palavra a não ser mágico. No ar fotográfico, o filme possui muitas cenas com tons bem secos e duros puxando para o cinza meio esverdeado para dar uma nuance mais dramática, mas nas cenas de ação o colorido dominou brincando bastante com o vermelho e com o azul para dar um ar diferenciado e empolgante, trabalhando sempre opostos de tonalidades e de iluminações para que o filme tivesse ângulos e dinâmicas coerentes.
Agora como já era esperado por muitos, se você quer um grandioso exemplar de como um filme 3D tem que funcionar, aqui está a resposta, com cenas com grandiosas profundidades, personagens em diversas camadas, e principalmente muitos elementos saindo da tela e entrando na tela passando pelos espectadores, ou seja, um filme que vale completamente pagar pelo ingresso mais caro e se divertir vendo tudo funcionando para dar um ar diferenciado na produção, que até podemos dizer de não ser algo completamente necessário, mas como estamos falando de um filme que envolve magia, acaba sendo obrigatório trabalharem bem os efeitos para que o filme funcionasse com a tecnologia.
Enfim, foi um filme que foi bem além do que esperava ver, que claro possui muitos detalhes que poderiam ter sido melhor desenvolvidos e outros que nem precisariam aparecer, mas que certamente serão usados nas demais continuações. De modo que o resultado acabou me empolgando demais, e que acabo recomendando o filme para todos que são fãs desse universo de magia que fomos apresentados bem lá trás, e que foi retomado há 2 anos. Claro que volto a frisar, se você não for fã, passe longe do filme, pois ele não lhe fará virar fã, muito pelo contrário, é bem propenso que você odeie cada momento na sessão como tem acontecido com diversos críticos de grandes jornais e sites, mas do contrário, vá correndo, que certamente você desejará ver mais do que uma vez. Ainda pontuo que está abaixo do excelente primeiro filme, e por isso, e algumas leves falhas não irei dar nota máxima como acabei dando para o longa de 2016, mas nem por isso a trama não foi incrível. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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