Olha, acho que pela primeira vez consegui rir muito de algo do Danilo Gentili, e felizmente foi no cinema, com um longa que funciona perfeitamente dentro da proposta que foi colocado, de modo que "Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro" entrega grandiosas sacadas envolvendo tudo das comédias bem escrachadas, misturando com muita classe os terrores mais sangrentos possíveis, criando bem a atmosfera de filmes debochado de detetives contra algo misterioso, aliando insanidades, violência, e claro muita escatologia, além de com toda essa loucura, divertir na medida certa de forma que certamente aguardaremos ansiosos por uma continuação, afinal quando algo funciona, temos de valorizar e torcer por bons frutos, e aqui merecem ter uma boa bilheteria, pois foram coerentes no que desejavam, e acertaram a mão com força.
A sinopse nos conta que um quarteto de amigos céticos e charlatões protagonizam um decadente "reality show" paranormal no Youtube até o dia que recebem um chamado para examinar uma escola. Segundo o diretor, os alunos estariam histéricos com a suposta aparição do fantasma lendário da Loira do Banheiro.
Os oportunistas aceitam a proposta para ganhar dinheiro e gravar mais um conteúdo para o programa deles. Mas tudo muda quando, por acidente, eles libertam uma ameaça real e se deparam com o sobrenatural de verdade. Eles descobrem da pior forma possível que fantasmas existem e que a lenda urbana mais famosa do Brasil quer matá-los.
Trancados na escola junto com alunos e professores, esses idiotas farsantes precisarão aprender a caçar fantasmas de verdade se quiserem sobreviver.
O diretor Fabrício Bittar após dirigir o primeiro filme de Danilo Gentili volta a produzir junto com o comediante algo originado da mente doentia de Gentili, e com um grande primor de ideias, boas referências à diversos filmes do gênero, e aliando estilo de terror com suspense investigativo, e claro, incorporando um tom cômico exagerado para cada cena funcionar, o resultado do roteiro do apresentador caiu como uma luva nas mãos de Bittar, de modo que ele soube ser criativo, e com um orçamento muito bem usado e ousado fazer um estilo próprio para ser trabalhado e virar um grandioso nicho dentro não apenas do cinema nacional, mas sim que possa ser vendido lá fora também, pois funciona, diverte, e mesmo apelando para alguns momentos bem forçados resulta em algo que diria incrível para se divertir, rir, e claro se assustar com sustos premeditado, ou seja, um trabalho de primeira linha, que certamente não esperava ver na telona, afinal fui pronto para tacar mil pedras na produção, e cá estou elogiando tudo, então parabéns aos envolvidos, e claro ao diretor que soube orquestrar tudo muito bem.
Quanto das atuações, é claro que tudo é muito exagerado, cheio de trejeitos forçados, muita bizarrice, e claro das loucuras da equipe de Gentili, mas para a ideia do filme, tudo acaba funcionando, e embora brinquem com coadjuvantes e personagens secundários usando das ideias de filmes do gênero, o elenco principal agrada bastante e funciona muito. Para começar, Danilo Gentili faz seus trejeitos bobos, se dá de galã em alguns momentos, trabalha olhares e tudo mais com seu Jack, mas agrada mais por não estragar como poderia, entregando personalidade para o papel, e assim sendo desenvolve bons momentos agradando até o fim. Léo Lins acaba um pouco exagerado com seu Fred, mas soube ser funcional para a trama como o líder desesperado e que só faz trapalhadas, e com isso resulta em algo bem trabalhado e que agrada. Murilo Couto cai como uma luva para o personagem secundário Tulio, que acaba sendo importante ao final por ninguém ouvir ele, e claro fazendo as bobagens usuais que costuma fazer entrega bem seus momentos e agrada também. A jovem Pietra Quintela faz a fantasma de maneira bem coesa e agrada dando bons sustos no público, de modo que tem futuro pela forma expressiva de entregar tudo. Dani Calabresa aparece pouco, mas se sai bem nos momentos que dá para sua personagem. Quanto aos demais, vale destacar apenas o japonês e a professora Helena vividos por Matheus Ueta e Barbara Bruno pois fizeram boas cenas e agiram mais durante o filme, enquanto os demais apenas foram enfeites.
No conceito cênico, a equipe de arte gastou bem o orçamento com muito sangue, aproveitou o colégio imenso para usar todas as salas, e com muitos objetos bizarros conseguiu entregar as cenas mais absurdas possíveis, de modo que o filme se faz valer e agrada muito visualmente. A fotografia brincou bastante com as cenas escuras para que os efeitos visuais funcionassem, tirando a cena besta do cocô, e assim sendo mostra que podem tirar leite de pedra em um filme razoavelmente barato, mas bem trabalhado, agradando de forma coerente.
Enfim, esperava ver um filme bem ruim, e sai da sessão muito feliz com o resultado final, mostrando que se investirem nesse estilo certamente o cinema nacional vai ter um nicho para mais que um público, afinal é incomum algo bizarro dar certo. Sendo assim, recomendo com certeza o filme para todos que gostarem de rir e também de tomar alguns sustos, pois é um ótimo filme mesmo com alguns erros bizarros. Bem é isso, fico por aqui agora, mas vamos para mais um longa agora, então abraços e até logo mais.
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