Demorou pra que eu visse "Reflexões de um Liquidificador" numa sala escura(num foi num cinemão como de costume, pois foi num festival) mas valeu esperar e poder conferir, e agora tenho mais um filme nacional dentro dos filmes que mais gostei de ver juntamente com "Olhos Azuis"
E o que mais me intriga é que ambos conseguiram quebrar todos os paradigmas que eu tenho, de que um filme de arte(sem nenhum pretexto comercial) pode ser agradável e divertir; de que não é necessário uma mega-produção para ter algo bom e até de que uma história simples como a que vi hoje pode me agradar e muito.
A história é bem simples mesmo, mas narrada de uma forma interessantíssima pelo liquidificador da família. A sinopse é a seguinte: Elvira é uma dona de casa que passa por um momento agitado em sua vida, seu marido desapareceu há alguns dias e ela resolve ir à polícia dar queixa do sumiço. A trajetória do casal é narrada pelo liquidificador de Elvira, que ganhou vida quando, tempos atrás, Onofre trocou sua hélice por outra bem maior.
Mais um paradigma quebrado, uma história com off(narração em tempo integral) sob a voz de Selton Mello conseguiu agradar e muito a minha pessoa e sinceramente nunca imaginei que fosse me interessar por algo desse estilo, pelo contrário sempre odiei.
O mais interessante da história é a forma que foi montado e dirigido o longa, tiro o chapéu mesmo, pois uma história que poderia se tornar chata e altamente pesada conseguiu ser conduzida sob uma leveza e mesmo não sendo linear consegue fluir sem confundir nem um pouco o espectador.
A atuação, quase um "monólogo" da protagonista Ana Lucia Torre com o liquidificador(Selton Mello) beira a beleza e a solidão que dizem acontecer com as pessoas quando fazem o que aconteceu, portanto um excelente ponto do longa está ai.
A produção e direção de arte é bem escassa, claro mostrando a família pobre que está contido o elenco, portanto pode não agradar, mas foi muito bem retratado, principalmente nos planos detalhe que a direção de fotografia faz questão de mostrar objeto por objeto, utensílio por utensílio da cozinha onde o protagonista é o liquidificador.
Em resumo, me agradou muito o longa, recomendo a todos que vejam assim que sair nas locadoras (espero que saia, afinal o diretor já fez questão de brigar com toda a logística de distribuição por isso acabou nem passando quase nos cinemas). É isso fico por aqui nessa semana que só teve uma estréia e quem sabe volto com mais algum filme do Festival SESC Melhores Filmes. Abraços.
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