Ao encerrar o primeiro longa em 2009, todos já saíram das salas apenas esperando a data da sequência de "Sherlock Holmes", e embora tenha sofrido duras críticas de fãs, eu curti bastante aquela versão. Agora nesse novo longa "Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras", que foi feito com mais liberdade das histórias dos livros do detetive, o que vimos na tela é muito mais as características que faltaram no primeiro e nos remete mais ainda ao personagem do livro.
A história mostra que um ano depois dos acontecimentos de Sherlock Holmes, o príncipe da Áustria é encontrado morto após supostamente cometer suicídio, mas o famoso detetive britânico acredita que se trata de um plano maligno criado pelo Professor Moriarty, um homem tão inteligente quanto ele. Ao lado de Watson e da vidente Simza, que possui uma estranha ligação com o príncipe, Holmes tenta desvendar o caso mais difícil de sua carreira.
O roteiro ficou tão bem amarrado com o anterior que mesmo com a saída de Rachel McAdams da produção, conseguiram eliminar ela e como dito na cena final entre Moriarty e Holmes, não há pontas soltas para ter problemas. É um longa muito bem conduzido pelas mãos do diretor Guy Ritchie que soube usar a câmera e o orçamento disposto na medida certa.
Falando em câmera, a direção de fotografia de Philippe Rousselot fez a diferença, usando agora de momentos com muito slow graças à câmera Phantom usada, algumas exageradas confesso, mas que caíram muito bem na trama dando todo o ar pensante do detetive que estamos acostumados a ler em suas histórias. O destaque fica para a cena na floresta que já temos um trecho visto no trailer, mas que empolga e muito no filme.
No quesito atuação, Robert Downey Jr. chegou ao ponto que precisava para fazer o detetive, usando um bom sotaque britânico e com o humor tradicional sem puxar o longa para comédia, melhorou pelo menos uns 90% em relação ao anterior que todos criticaram. Jude Law como Watson está perfeito e intrigante, pois foi lhe dado mais espaço na trama e com isso está um bom resolutor de problemas e menos apenas um parceiro para o detetive. Jared Harris como Moriarty, está razoável pois poderia ser um vilão mais ativo, mas a sua cena final jogando xadrez em pé com Holmes já faz tudo que não havia feito o longa inteiro ser limpo com uma borracha, apenas deixando pequenas marcas, genial a cena. Stephen Fry, como o irmão Mycroft Holmes é o ponto cômico da trama e faz muito bem seu papel. Noomi Rapace é a única que não disse a que veio, ficando apenas como um personagem de ligação e faltando ação para que mostrasse algo que pudesse chamar atenção. Os demais personagens, para não dizer como sempre falo figurantes de luxo com falas, estão bem colocados e fazem bem seus papéis sem atrapalhar e em alguns momentos até ajudando.
Com uma direção de arte na medida, acertando novamente em cheio nos figurinos, cenários e maquiagens, conseguem dar um ar denso e ao mesmo tempo clássico para diversas cidades pelas quais o detetive passa no decorrer da história. Claro, a maioria é digital, com nosso amigo chromakey mandando muito bem, mas em momento algum, na minha opinião atrapalhou a história ou tenha ficado falso, ou seja passa como sendo real que é a obrigação de todo filme.
Muitos que irão assistir o filme, vão fazer a mesma questão que tinha feito ao ver o trailer do longa, porque o diretor não optou por fazer 3D, que dá muito mais lucro e o filme tem muitas cenas em profundidade e com objetos saindo de dimensão? A resposta Guy Ritchie diz na lata, o objetivo do cinema desde os primórdios é fazer com que uma imagem tenha a sombra necessária para parecer dimensionada. E no filme, o que vemos é uma 3ª dimensão perfeita sem necessitar de óculos nenhum, tudo está em camadas muito bem feito.
Falar de trilha sonora num filme que tem Hans Zimmer no comando musical é quase desnecessário, pois ele consegue transformar qualquer trilha antiga numa versão muitas vezes melhorada e com o seu toque ficar genial. Então você ouvirá desde Mozart até Enio Moricone de uma forma que você não está acostumado a ouvir. E com isso ele consegue fazer grandes homenagens à filmes que já passaram apenas usando seu remix.
Enfim, o filme vale muito o ingresso, é definitivamente bem melhor que o primeiro e que venha o terceiro. Recomendo com toda certeza ele para todos, inclusive se seguir o ritmo de pessoas que estavam na estréia hoje vai quebrar a bilheteria facilmente pois a sala estava super lotada. Poderia ser melhor caso os personagens femininos tivessem tido o mesmo destaque do primeiro, mas mesmo assim é muito bom e mostra o que promete. Fico por aqui, mas amanhã tem mais, e essa semana só filmes que prometem. Abraços pessoal.
1 comentários:
Não vou ler tio, quero ver esse filve livre, amei o primeiro, mas é bom saber as coelhadas \o/
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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...