A Dama de Ferro

2/18/2012 08:37:00 PM |

Filmes que contam histórias de personagens conhecidos quase sempre são marcados por atuações memoráveis, mas o caso de Meryl Streep em "A Dama de Ferro" é algo que a atriz entrou dentro do personagem de tal forma que se fosse possível a volta no tempo para gravar tudo de forma atuada ninguém iria negar que a própria Margaret Tatcher não tivesse interpretado a si mesmo, de tão impressionante que ficou a atuação desta bela atriz onde em hipótese alguma se reconhece a atriz e sim vemos em tela apenas o personagem.

O filme nos mostra um olhar sobre as medidas tomadas pela primeira ministra britânica Margaret Thatcher, nos dias que antecederam a Guerra das Malvinas em 1982. Diz a história de uma mulher que quebrou as barreiras de gênero e classe para ser ouvido em um mundo dominado pelos homens. A história diz respeito a potência e o preço que se paga pelo poder, e é um retrato surpreendente e perspicaz de uma mulher extraordinária e complexa.

A diretora Phyllida Lloyd, sim a mesma de um dos musicais que mais adoro "Mamma Mia!", embasada na biografia escrita por Carol Thatcher, filha de Margaret, e usando de imagens de arquivos para ilustrar o cenário do povo que conviveu no período de rebeliões sindicais onde viveu a primeira-ministra, conseguiu transmitir mais do que apenas uma mulher que "mudou" a forma de as mulheres serem vistas num olhar político e machista da Inglaterra. E usando novamente de sua atriz favorita, a diretora conseguiu não dar um tiro no escuro fazendo um filme politicamente correto e mostrando apenas o lado bom de uma pessoa, mas sim mostrar todas as facetas de uma mulher forte e determinada que sempre fez o que quis.

Como vocês devem estar vendo estou falando tanto da Meryl que novamente podemos dizer que é um filme de atuação, onde a diretora não quis se dispersar e fez certo ao jogar nas mãos da atriz toda a responsabilidade do filme que já deu um novo Globo de Ouro para ela e deve dar com certeza por merecimento um novo Oscar a Meryl, pois a atriz literalmente roubou a alma de Thatcher para fazer um dos papéis mais densos e ao mesmo tempo sútil de sua carreira. Outro ator que mostra estar perfeito em cena é Jim Broadbent que conseguiu mostrar-se como uma bela alucinação na vida da primeira-ministra e com isso puxar alguns alívios cômicos para que o drama não ficasse tão pesado.

Agora falemos sobre o melhor do longa, a maquiagem. Sair do filme sem ter ficado impressionado com o trabalho da equipe de J. Roy Helland (maquiador pessoal de Meryl) e Mark Coulier (protético responsável por vários trabalhos magníficos no cinema, vide "X-Men Primeira Classe" e todos "Harry Potter" apenas para citar os mais atuais). Eles conseguiram transformar Meryl em outra pessoa completamente desconhecida para todos, e o melhor usando da maquiagem tradicional e não ficando em cima de computadores apenas. É definitivamente algo que tenha de ter seu valor bem reconhecido com um prêmio sem nenhuma dúvida.

O tradicional de dramas hoje, está sendo usar o mínimo de trilha sonora possível, deixando o peso dramático recair sobre o silêncio de cena em cima da atuação. O longa faz uso disso e também usa boas canções para não ficar preso apenas na tradicionalidade que a moda está ditando. Agrada bastante e não ficou piegas.

Enfim é um bom filme, agrada bastante e recomendo para todos que desejam conhecer um pouco mais do que foi visto apenas nos noticiários da época sobre a primeira-ministra. E claro, ver uma atuação memorável de Meryl Streep para ficar já torcendo mais ainda na semana que vem para que ganhe o Oscar. Encerro por aqui, mas amanhã com certeza tem mais. Abraços pessoal.





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