E eis que o filme de elenco volta a dar as caras. Falo isso pelo seguinte motivo, a história é boa? Sim, mas o que vai fazer você gostar do filme "Histórias Cruzadas", não é o fato de mostrar como o racismo era forte nos EUA na época em que se passa o longa e sim, todo o elenco carismático que consegue fazer rir e emocionar ao mesmo tempo com singelas palavras ditas no momento certo.
O filme mostra três diferentes mulheres extraordinárias no Mississipi durante os anos 60 que constroem uma improvável amizade devido a um projeto literário secreto que abala as regras da sociedade, colocando-as em perigo. De sua improvável aliança surge uma incrível irmandade, criando em todas elas a coragem para transcender os limites que as definem e a conscientização de que às vezes esses limites existem para serem ultrapassados, mesmo que isso signifique fazer com que todas as pessoas da cidade encarem os novos tempos. Intensa, cheia de pungência, humor e esperança, "Histórias Cruzadas" é uma história eterna e universal sobre a capacidade de criar mudanças.
É um roteiro forte, mas muito bem executado, de forma que o filme ficasse levíssimo e agradável de assistir mesmo sendo bem longo(137 minutos). A única coisa que mudaria na minha opinião é que o diretor poderia ter dado mais closes nas expressões das atrizes para que emocionasse mais em alguns momentos, mas mesmo usando do básico com a câmera aberta e parada ele conseguiu eximir um trabalho forte e dramático.
Como falei no início é um filme de atuação, ou seja os prêmios que vem saindo pro elenco são mais do que merecidos. Viola Davis e Octavia Spencer conseguem fazer duas empregadas que sofrem ao extremo com seus "amos", e a forma que elas mostram seu sofrimento com tudo que passam é de um sentimento que raramente se vê no cinema. Jessica Chastain mostra o porque foi indicada por esse filme e não pelo "Árvore da Vida" como muitos queriam, já que aqui sim ela atua e muito sofrendo praticamente do mesmo que os negros da cidade. E embora seja "apenas" a escritora renegada na história, Emma Stone também agrada com o que mostra em cena, embora pudesse ser mais bem aproveitada na minha opinião.
A arte sessentista é vista de forma interessante pela escolha do diretor de arte, usando sempre de vestidos floridos e uma cenografia "tropical", nem aparenta ser os EUA da época, mas agrada o visual e é visto bastante das referências ditas em alguns livros. A fotografia optaram por não envelhecer a película e com planos tradicionais está de forma bem leve e agradável.
Com uma trilha suave feita na medida, o filme vai andando sem cansar e acredito que vá agradar a todos com certeza que assistir.
Gostei bastante do filme, e assim como "Discurso do Rei" foi um filme de elenco que ganhou ano passado o Oscar, ainda sem ver alguns, minhas fichas do Oscar irei apostar nesse filme. Recomendo com certeza pra todos que gostam de um drama bem estruturado sem muitos enigmas para resolver apenas acompanhar e deleitar. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços.
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