A Separação

3/05/2012 01:23:00 AM |

Nunca pensei encontrar uma sala lotada pra um drama iraniano, tanto que ao chegar já nos trailers na sala, sai pra fora da sala e fui olhar se havia entrado no lugar certo. A única opção que vejo para "A Separação" estar desse jeito é por ter sido tão elogiado pela crítica e levado diversos prêmios que chamou a atenção pra si. E ao término do filme, só tive três palavras pra descrever o filme: "Faça seu questionamento", pois o filme é aberto para tudo julgar a religião impiedosa que se passa no país, quem estava certo e quem estava errado, e tudo mais. E o melhor de tudo é que o diretor/roteirista/produtor Asghar Farhadi, deixou 100% aberto para que você pense da sua forma.

O filme nos mostra que após se divorciar de sua esposa Simi, Nader é obrigado a contratar uma jovem para tomar conta de seu pai idoso que sofre de Alzheimer em estágio avançado. Porém a diarista está grávida, e trabalhando sem o consentimento de seu marido, condições que junto a um terrível incidente, levará as duas famílias a um julgamento de cunho moral e religioso.
Embora a sinopse pareça simples, o diretor pesa a mão e faz um drama com uma carga dramática como não via a tempos no cinema, de tal forma que no meio do filme eu já estava gesticulando com minhas mãos quase querendo mover o filme, "como se pudesse fazer algo". Uma palavra que define principalmente uma das cenas chaves do filme é essa mesmo: Inquietante. E com isso mais uma vez vejo que o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro dos festivais cada ano está mais certo do que nunca.

As atuações nem vou falar separadamente, pois os nomes e letrinhas dos créditos foram meio difíceis de ler, além de não serem atores tão conhecidos por aqui, então vamos no genérico. A forma de atuar dos atores parece ser tão natural que você não se sente assistindo um filme, parece estar numa dessas simulações que a polícia faz para desvendar um crime. Os atores parecem ser pessoas tão comuns que você acaba embarcando e se familiarizando e torcendo por algum personagem em si. Gostei bastante por parecer o mais natural possível e não uma atuação em si.

Da mesma forma que os atores não parecem atores, e isso é bom não estou negativando, a direção de arte e fotografia meio que embarcaram na realidade do País, ou seja, é como se a câmera estivesse grudada aonde eles vão pegando tudo na rua sem fazer nada em cenário, o que deixou o filme mais bacana ainda.

Enfim, poderia falar muito do filme, mas acabaria deixando minha opinião tirada pelo lado que preferi do diretor, mas são muitos os questionamentos que ele prefere deixar em aberto, e com isso daria inúmeros spoilers. É um filme forte, principalmente pra todos que acompanham a forma que o País é mostrado na mídia e sabe um pouquinho a forma que a religião pesa por aqueles lados, então haverá muito o choque de crença. Não é um filme feito para agradar a todos, então não vá esperando sair satisfeito da sala do cinema. Mas eu gostei bastante e recomendo, assim como já recomendei todos os outros ganhadores de Melhor Filme Estrangeiro, ainda sou apaixonado pelo "O Segredo dos Seus Olhos". Enfim é isso, agradeço mais uma vez a Imovision, por ser uma distribuidora pequena entre as grandes, mas acreditar no potencial do filme e distribuir bem ele pelo nosso País. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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