Passados quase um mês do Oscar, finalmente consegui ver “Tão Forte e Tão Perto”, e realmente se faz valer da indicação a qual foi colocado, pois realmente é um filme muito bonito pelo contexto a que se foi proposto, porém poderia causar um pouco mais de impacto caso o diretor optasse por uma velocidade maior dos acontecimentos e aprofundasse mais nos dramas pessoais das pessoas ao redor do garoto e não tanto nele, embora seja o protagonista.
O filme nos mostra Oskar Schell, uma criança excepcional: inventor amador, admirador da cultura francesa, pacifista. Aos 11 anos de idade, ele encontra uma misteriosa chave que pertencia a seu pai, que morreu no atentado às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2011, e embarca em uma jornada secreta pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto vaga pela "Grande Maçã", Oskar encontra pessoas de todos os tipos.
A história poderia comover mais se enfatizasse nos dramas das pessoas que Oskar visita, pois só nas cenas finais que contam um pouco como era cada pessoa que ele se envolveu que temos todo o âmbito de carga emocional que acredito estar bem presente no livro em que foi baseado. Claro, por opção do diretor ele focou nos problemas do garoto que aparenta ser autista ou caso não seja, algo do tipo anti-social. E o garoto corresponde bem, mas acredito que se focasse nas pessoas agradaria bem mais, tanto que as partes que passa com “O Inquilino” são as que mais comovem. A forma dramática escolhida cai bem por não fazer um filme linear e com isso acredito que foi o que mais agradou e fez jus à sua indicação.
Dos atores, o garoto Thomas Horn é bem expressivo, e como disse Max von Sydow que faz o papel do Inquilino em sua entrevista para o Fantástico, foi impressionante trabalhar com ele. E assim temos mais um bom ator para crescer nas tramas hollywoodianas. Tom Hanks faz quase uma participação, mas agrada nos momentos presentes como sempre, afinal é um excelente ator. Sandra Bullock embora seja utilizada mesmo apenas nas cenas finais, consegue comover, mas acredito que poderia ser melhor aproveitada. Agora o grande destaque mesmo do filme fica para Max von Sydow ao interpretar uma pessoa que decidiu parar de falar devido aos seus problemas pessoais no passado, e com isso, a inexpressividade da sua voz fica toda concentrada na emoção que passa somente com o olhar e com as palavras escritas, definitivamente lindo demais. Viola Davis também agrada embora seja um personagem secundário, dos quais o garoto visita em sua saga atrás da fechadura de sua chave, e tem um papel bem importante para a trama. Como disse os demais personagens apenas passam pela vida do garoto e poderiam ser melhor aproveitados, mas enfim são bons e não atrapalham a trama.
Com diversas locações, a equipe de arte consegue eximir uma Nova York abalada pós 11 de setembro que em uma certa cena, o garoto consegue explodir com todas as suas fobias que não só eles tem como toda a população dos EUA acabou ficando. E com isso tem cenas bem amplas para mostrar tudo de forma sonora e diferenciada. Com câmeras diferentes em alguns momentos o diretor aliado ao diretor de fotografia consegue eximir essas fobias de forma interessante.
A trilha sonora tenta fazer com que nos emocionemos, mas não atinge profundamente o coração dos espectadores a não ser que se tenha perdido alguém recentemente. Não que seja ruim, mas poderia comover mais.
Enfim, é um bom filme tocante, mas que poderia ser melhor e emocionar mais. Como disse faz jus à indicação ao prêmio, mas se focasse nas pessoas e no acontecimento daria uma história bem mais comovente e emocionante. Recomendo sim, a todos quando chegar em suas cidades, pois está com uma distribuição bem precária da Warner, tanto que só consegui assistir em outra cidade. É isso, encerro por aqui. Abraços e até mais pessoal.
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