Como já falei uma vez, ir assistir um filme sem ver a sinopse pode ser ao mesmo tempo bom e ao mesmo tempo chocante. Não sei porque mas quando recebi os ingressos de "A Guerra Está Declarada" há muito tempo atrás antes mesmo dele ser indicado pela França ao Oscar, imaginava ser uma comédia romântica, mas esqueci de ter lido a sinopse e ver que é um grande drama bem triste que mostra uma boa superação.
Quando Roméo e Juliette se conhecem, brincam com a coincidência dos nomes e, em tom de piada, declaram estar fadados a um destino trágico. Os dois se apaixonam, casam e têm seu primeiro filho, Adam. Mas a ilusão do conto de fadas se quebra após uma visita ao pediatra, que diagnostica um tumor cerebral no menino. A partir daí, a rotina da família se transforma numa constante jornada por corredores de hospitais.
Com um roteiro que mostra todo o drama familiar, numa belíssima cena ao mostrar a desconstrução emocional de todos os familiares ao saber da notícia, o filme trata o tema de uma forma bem interessante a qual mais se aproxima da realidade das famílias que passam por esse problema. Não digo que o filme é perfeito por dois únicos motivos, optar por narrações e algumas imagens abstratas que julguei inútil para o decorrer do filme, mas tirando isso é algo tocante e muito bem feito.
Os atores e roteiristas, Valérie Donzelli e Jerémie Elkaim, sim o filme foi escrito pelos atores principais da trama e dirigido pela atriz principal, conseguem se mostrar da forma mais crua possível para o drama, incorporando os papéis no seu cerne sem parecer serem personagens de um filme e sim pessoas reais, não pesquisei a fundo mas acredito que eles possam ter vivenciado algo do estilo para escrever e interpretar tão bem como fazem na tela. Os demais atores praticamente não têm falas, e são meros coadjuvantes, apenas um destaque para Frédéric Pierrot que faz o papel do clássico médico que salva vidas mas não se expõe.
A opção de planos quase sempre fechados, para economizar com cenografia, foi algo bem escolhido e só peca um pouco nos momentos de imagens abstratas de formações celulares que poderiam ser eliminadas do filme sem estragar nada, e pelo contrário agradaria mais. Como é um filme de roteiro, nem quase acabamos nos preocupando com a cenografia, mas está bem presente a realidade dos hospitais públicos e a diferença para um particular no filme.
As trilhas sonoras também poderiam ser melhores usadas, se não optasse pelo estilo abstrato e ficasse mais em músicas usuais para o tema, claro que a forma melancólica ajuda a manter o clima do filme, mas é abstração demais para um filme que caminhava por uma forma comum.
Enfim, é um bom filme, tocante e que por ter sido tratado de forma tão real com certeza o levou a ser escolhido para representar a França no Oscar, mas por não ter o estilo clássico de filmes que a Academia gosta de ver na seleção estrangeira acabou ficando fora dos 5 escolhidos. Bom o filme estreou no Brasil em 6 de janeiro e só apareceu aqui através do Cinecult, então não posso afirmar o roteiro por onde irá passar ainda, mas recomendo que o assista, pois faz bem o gênero que estamos acostumados a ver nas novelas para tratar de uma realidade que é o câncer infantil desde seu início até sua possível cura ou não. É isso, fico por aqui, mas amanhã tem mais aqui para encerrar a semana cinematográfica, então abraços e até mais pessoal.
2 comentários:
Fernando, os dois protagonistas vivenciaram a experiencia mosfrada no filme. O personagem Adam de 8 anos ao final do filme é o Gabriel Elkaim a quem a dupla dedica o projeto. Abraço.
Obrigado pelas informações Rodrigo!!! Que bacana, parabéns mesmo para a dupla de protagonistas e roteiristas que conseguiram mostrar muito bem. Abraço.
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