Quando ouvi falar tão mal de "J.Edgar", não confiei na maioria das opiniões, primeiro por ser um filme de Clint Eastwood, o qual não costuma errar a mão nos filmes que dirige, segundo por estar sendo distribuído pela Warner, que também raramente pega filmes ruins, mas comecei a ter sérias desconfianças quando o filme foi lançado no fim de janeiro somente nas capitais e nada de aparecer pelo interior, ou seja nem fizeram questão de lançar várias cópias de um filme que foi indicado ao Globo de Ouro. Bom, depois de exatos 3 meses, eis que resolve aparecer aqui pelo interior, e cá estou eu escrevendo sobre ele. Não que tenha achado o filme ruim, mas tem sérios problemas em quesitos técnicos, de história, e pasmem de condução da trama, ou seja de direção, e isso pesou para que o filme ficasse monótono e bastante cansativo.
A história mostra que ao longo de sua vida, J. Edgar Hoover tornou-se o homem mais poderoso da América. Nos quase cinquenta anos durante os quais chefiou o FBI, ele agiu incansavelmente na defesa do seu país. Hoover testemunhou oito mandatos presidenciais e travou batalhas contra ameaças reais e imaginárias, além de frequentemente quebrar regras para salvaguardar seus compatriotas. Seus métodos eram ao mesmo tempo implacáveis e heróicos e contavam com a admiração do mundo - seu prêmio, quiçá ilusório, mas mais ambicionado. Hoover valorizava muito os segredos, particularmente os de terceiros, e não tinha medo de usar essas informações para exercer autoridade sobre as principais figuras da nação. Sabendo que conhecimento é poder e que o medo traz oportunidades, ele usou ambos para influenciar e construir uma reputação formidável e intocável. Ele era tão discreto em sua vida pessoal quanto era na pública, e apenas um pequeno círculo de amigos íntimos e cuidadosos desfrutava de sua confiança. Seu amigo mais próximo, Clyde Tolson, também era sua companhia constante. Sua secretária, Helen Gandy, talvez a pessoa com mais conhecimento sobre os projetos de Hoover, lhe foi fiel até o fim, e também depois disso. Somente a mãe de Hoover, sua inspiração e consciência, o abandonou; sua morte teve um efeito arrasador sobre o filho, que buscou seu amor e aprovação até o fim de seus dias. Visto através dos olhos do próprio Hoover, `J. Edgar´ explora a vida pessoal e pública, além dos relacionamentos do homem que podia distorcer a verdade tão facilmente quanto a enaltecia ao longo de uma vida devotada a sua própria ideia de justiça, frequentemente seduzida pelo lado negro do poder.
Lendo a sinopse, o filme pode se tornar grandioso e magnífico de assistir, mas a forma que é contada de Hoover para um biografista e com tantas idas e vindas e com um erro grotesco da equipe de maquiagem em transformar os atores em velhos, fica mais evidente ainda os erros. Muitos reclamaram de ficar mostrando ou tentando afirmar que Hoover era gay, mas isso não me incomodou, fiquei mais incomodado em a história não ter um propósito senão o de apenas mostrar a vida privada de um homem público do que suas façanhas no seu período de governo, que poderia agradar bem mais. Fora o excesso de idas e vindas constantes, que nem parecem serem de um filme do diretor conceituado que é o Eastwood, pois só servem para confundir o espectador e nada mais.
Quanto das atuações, não digo que estão ótimas, mas estão agradáveis pela consistência e acredito que se o filme não fosse tão disforme, poderiam ter mostrado melhor. As interpretações dos personagens nas idades jovens são interessantes de ver e todos estão muito bem em cena, tanto Leonardo DiCaprio quanto Naomi Watts e Armie Hammer se mostram bem desenvoltos. Porém na idade avançada na minha opinião somente a interpretação de velho de Hammer convence, os demais juntou a maquiagem ruim com interpretações tão joviais que ficaram falsos. Outro destaque no filme são para os diálogos de Judi Dench que como mãe de Hoover se põe num papel magnífico mesmo em seu leito de morte.
No quesito recriação de época, gostei bastante da direção de arte que diferente da equipe de maquiagem, não pecou em quesito algum fazendo cenários bem coerentes com a data em que se passa o filme e colocando elementos clássicos de ser vistos em outros filmes dá época dos anos 20-30-40-50. A fotografia poderia ter escolhido dois tons para trabalhar com o passado e presente do filme que agradaria mais, mas preferiu ficar com planos detalhes principalmente nas cenas de DiCaprio velho que pecou mais ainda mostrando a maquiagem ruim.
Enfim, o filme teve esses pecados que o pessoal mais técnico irá ver e reclamar, assim como estou reclamando, mas como o filme é bem devagar e não tem uma lógica muito intrigante talvez vá fazer com que o público em geral também não goste do que verá na tela. Poderia ser bem melhor como disse se optasse pela vida pública conturbada que sabemos que o personagem teve, mas não foi feito assim, então a biografia ficou feita dessa forma. Recomendo ver apenas em casa quando for lançado, pois pode cansar e incomodar os 137 minutos dispensados numa sala de cinema. É isso, fico por aqui, mas ainda nessa segunda tem mais por aqui, então até breve e abraços pessoal.
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