Um Método Perigoso

4/30/2012 10:01:00 PM |

Nunca fui fã de psicologia, e de psicanálise então acho massante, mas confesso que estava com vontade de assistir "Um Método Perigoso" desde que vi o trailer pela primeira vez, mas sabendo que era distribuído pela Imagem Filmes sabia que demoraria para aparecer aqui pelo interior. Pois bem, um mês após a estréia nacional depois de diversos adiamentos pois o filme era pra estrear em novembro do ano passado aqui no Brasil, eis que consegui assistir ele, e chegar a mesma conclusão que eu já esperava: a de um filme feito para psicólogos e psiquiatras mostrando o envolvimento de dois dos mais famosos psiquiatras estudados em todos os cursos de ciências humanas e nada a mais que pudesse atiçar qualquer outra curiosidade ou qualquer instigação.

A história se baseia na peça "The Talking Cure", de Christopher Hampton, que romanceia fatos e acompanha a relação dos pais da psicanálise, Jung e Freud, com a russa Sabina Spielrein, uma das primeiras mulheres psicanalistas da história, que foi paciente no hospital onde Jung trabalhava, em Zurique.

A sinopse não pode nem ser mais aberta do que isso, pois qualquer coisa que se fale a mais revela tudo do filme, e perderia os únicos pontos de virada interessantes para se ver, pois como disse a história é pra quem realmente goste de tudo que é dito em consultórios ou salas de psicólogos, como problemas relacionados a sexualidade e significados dos sonhos. Tirando isso o filme poderia ser visto apenas como um romance conturbado envolvendo a poligamia no início do século XX. Diferentemente do que fez em seus filmes anteriores que instigava o espectador a todo momento, David Cronenberg faz um filme linear sem muitas reviravoltas onde se pode descobrir tudo que vai acontecer mesmo antes do personagem de quebra aparecer na história e com isso ficar um filme monótono, onde apenas se ri com o tanto de coisa irônica que os protagonistas conseguem dialogar.

Os protagonistas estão interessantes por entrarem bem nos papéis e fazerem suas interpretações sem ser cliché de qualquer outro personagem feito na carreira. Mas na minha opinião o destaque fica sem dúvida para Keira Knightley que faz algumas faces medonhas nas cenas que está enlouquecida. Michael Fassbender está virando um nome bem visto em todos os filmes, mas aqui com o trabalho de caracterização está praticamente irreconhecível como Jung, mas seu trabalho como ator está impecável como visto em todos os filmes que vem aparecendo. Um destaque que aparece pouco, mas é ponto chave no filme é o papel de Vincent Cassel que mostra alguns dos diálogos mais interessantes do filme.

Agora uma das coisas mais belas está na caracterização da arte do início do século XX que foi feito pro longa, belos figurinos, boas locações e sobretudo a fotografia fez questão de enaltecer usando bons planos abertos para situar a época sem precisar esconder nada, mesmo aparecendo datas no topo da tela, nem praticamente seria necessário pois é completamente reconhecível. Ótimo trabalho sem dúvida.

Enfim, o filme não faz o meu estilo de histórias que eu goste, mas pelas atuações e pela recriação da arte acabei achando interessante, quem sabe para alguns que sejam da área psicológica ou gostem do gênero saiam da sala do cinema mais felizes do que eu, mas só recomendo para quem realmente se interesse pelo gênero e pela história, senão irá acabar o filme sem que traga alguma boa felicidade cinematográfica em si. Fico por aqui, mas ainda essa semana tem mais por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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