Fazia tempo que um filme "cult" não me divertia tanto. Posso abrir o texto com essa frase com certeza, pois o filme "Deus da Carnificina" escolhido para abrir o 10° Festival de Cinema de Ribeirão Preto é um filme que normalmente as pessoas não assistiriam pela história, talvez sim pelo elenco recheado de oscarizados, mas que embora dramático tem uma liberdade cômica maravilhosa que faz rir do primeiro ato até o último de forma como raras comédias conseguem fazer.
O filme mostra que em Nova York, o casal Nancy e Alan Cowan vão até a casa de Penelope e Michael Longstreet. O motivo do encontro: o filho do primeiro casal agrediu o filho do segundo. Eles tentam resolver o assunto dentro das normas da educação e civilidade, mas, aos poucos, cada um perde o controle diante da situação.
Pelo roteiro ser adaptado de uma peça da Broadway ganhadora de inúmeros prêmios, Polanski foi genial ao montar um filme onde você se enxerga no meio de uma discussão que poderia acabar facilmente mas que não tem fim ao ser incrementada pelos dilemas do relacionamento matrimonial, o que era uma conversa consensual sobre os filhos se transforma numa imensa DR(discussão de relação) em conjunto. As tomadas de cena ambientadas praticamente num único cenário que também foi retirado do teatro nos faz envolver mais ainda com os personagens de forma que aqueles que gostam de uma boa briga(famosos por adorar botar fogo numa confusão) irão a cada golpe dialogado soltar um "NOSSA", "VIXE" e por aí vai.
Em questão de atuação, o quarteto principal e praticamente único, pois existem apenas vozes de outros atores nos telefones tirando eles, conseguem colocar em cena tudo de bom que sabem fazer e lhes renderam indicações e prêmios em outros filmes. É até difícil destacar qualquer um deles, pois Jodie Foster, Kate Winslet, Christopher Waltz e John C. Reilly literalmente detonam no segundo ato. Mas se me obrigassem a destacar um colocaria o papel de Christopher Waltz que consegue irritar qualquer ser humano com a quantidade que fala no celular no filme.
A parte cenográfica, embora seja passado quase que 99% do filme num único ambiente é bem incrementada, com elementos utilizáveis para dar um pouco mais de vida ao filme sem precisar que os atores se desloquem para que o filme tenha gás, e o melhor é que os elementos fazem parte à todo momento da história, interferindo ou incrementando o momento dos personagens, uma ótima sacada.
Enfim, poderia falar muito mais do filme, mas prefiro que todos vejam, pois é um filme que vale muito a pena. Agradável de assistir como poucos dramas conseguem ser. Caso não passe em nenhum festival em sua cidade, alugue o filme e veja, pois entra como mais um dos obrigatórios da grande lista de bons filmes que o diretor já fez. Bom, foi um ótimo início de semana cinematográfica que com o festival de cinema rolando por aqui além das estréias da semana, vocês até ficarão bravos com a quantidade de posts que colocarei no blog, mas o objetivo é que eu consiga ver tudo. Então até amanhã com 2 posts novos. Abraços pessoal.
2 comentários:
Nossa Coelho, como esse filme é MUITO ruim !!!
Esse é um daqueles casos que eu não concordo contigo, nem um pouco.
Além de claustrofóbico, é arrastado, chato, um purgante !!!
É o tipo de história que deveria apenas ser baseada na original ou nem ser levada ao cinema. Só se salva o linguarudo, mas com 1/3 do filme você só não sai do cinema pq pagou o ingresso.
Olá, nem sempre podemos gostar dos mesmos filmes né... hehehe... esse eu achei bem interessante e olha que não costumo gostar de filmes de festivais. Ainda quero ver a peça brasileira para ver se aproxima do longa. Abraços.
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