É sempre interessante ver filmes franceses, pois já vou sabendo que ou vai ser algo muito bacana ou vai avacalhar por completo. Quando é uma comédia romântica ou drama cômico romântico como está mais na moda não tem como errar na fórmula do não existir meio termo. "A Delicadeza do Amor" felizmente se encaixa no perfil dos bons filmes, pois agrada com um roteiro bem simples, meio imaginário de personagens, mas que cumpre bem seu papel e faz você sair da sala com uma boa leveza.
O filme nos mostra que Nathalie tem uma vida maravilhosa. Ela é jovem, bonita e tem o casamento perfeito. Mas quando seu marido morre num acidente, seu mundo vira de ponta cabeça. Nos anos seguintes, ela foca em seu trabalho, deixando seus sentimentos de lado. Então, de repente, sem mesmo entender o porquê, ela beija o homem mais inesperado: seu colega de trabalho, Markus. Esse casal incomum embarca numa jornada emocional.
O roteiro em si é bem linear sem grandes picos de mudanças, apenas algumas passagens de tempo estranhamente rápidas que atrapalham um pouco a narrativa, mas tirando isso é bem leve de assimilar e gostoso de ver. Os irmãos diretores também conseguem fazer um tom leve na direção sem forçar o riso ou a pena comum de ser imprimida com certa rigidez. Além da forma delicada que tratam o amor ser bem bonitinha, mas altamente improvável nos dias de hoje.
As atuações estão bem colocadas nas mãos de Audrey Tautou e François Damiens que embora tenham uma boa química entre si, fazem personagens que pouco se veriam nas ruas(e principalmente nas empresas) hoje. Audrey é uma excelente atriz, isso é fato, mas acho que a rispidez criada para o personagem pesou um pouco sobre seu semblante, tanto que é natural se ver no filme que ela está nervosa com o papel. François consegue fazer praticamente num único filme e único personagem, três interpretações diferentes, não sei se o papel pedia ou se ele acabou fazendo ao acaso, e isso da mesma forma que agrada, confunde o espectador deixando no ar o que o personagem realmente sentia, apesar de que as palavras finais são bem profundas e acertam no alvo. Dos demais personagens, praticamente não temos nenhum que salte os olhos da interpretação, pois todos aparecem bem pouco, colocaria apenas um chamariz pequeno para o personagem de Bruno Todeschini que nas cenas de escritório faz um bom papel, mas na cena do bar já não convence como um bêbado.
A plástica visual do longa é bacana, contando com diversos elementos cênicos, principalmente na cena logo após a morte do marido de Nathalie, mas embora sempre presentes em cena uma gama grande de objetos, a maioria acaba nem sendo útil em si para a cena, apenas compõem o cenário mesmo. Os cenários externos esses sim vale de detalhes para se observar tanto para o ambiente criado em si, quanto para o teor da fotografia que foi escolhida para dar o tom da cena. Bem montado nesse quesito.
As baladas escolhidas para a trilha são bem interessantes, variando de todos os gêneros possíveis para dar o ritmo que cada ato do filme pede, porém perde um pouco a nuance de deixar o filme com um tom único, variando de pastelão até algo inusitado como na cena do presente.
Enfim, casais apaixonados irão adorar o filme e pessoas solteiras irão sair reclamando de ser 100% impossível de ocorrer algo do tipo, mas no geral todos sairão felizes com o resultado que pagaram para assistir. Não diria que é o melhor filme francês que já vi, principalmente pelos defeitinhos que apontei no texto acima, mas é um filme que reveria. Fico por aqui, encerrando a semana cinematográfica do interior, mas sexta estou de volta com as estréias, então abraços e até lá pessoal.
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