Filmes policiais passados no futuro estão querendo voltar à moda, alguns vão ser fracos e sem conteúdo, contando apenas com uma alta produção, tiroteios e mais nada que implique uma satisfação e outros feitos com baixo orçamento e visual magnífico para encher os olhos e fazer você falar nossa. "Dredd" se encaixa nessa segunda opção, o que causa um espanto bem interessante, pois não esperava nada desse filme, apenas tinha ouvido alguns amigos falar que era baseado numa história em quadrinhos e que teve uma versão mal feita pelo Stalone no passado.
Na cidade violenta e futurista de Mega City One, a 120 anos no futuro, a polícia tem autoridade para agir como juiz, júri e carrasco. O juiz Dredd, o mais temível deles, recebe uma missão: fazer um teste com uma juíza novata, a poderosa médium sensitiva Cassandra Anderson. No que seria apenas um dia de treinamento, os juízes aparentemente seguem para uma cena rotineira de crime, num cortiço conhecido como Peach Trees, administrada pelo clã da Ma-Ma. Quando eles tentam prender um dos capangas da organização criminosa, ela manda fechar o prédio de 200 andares e sai na captura dos juízes, que agora se encontram encurralados, numa luta implacável pela sobrevivência.
O interessante da história é que tudo ali embora esteja lotado de tiroteios ocorrem de forma a seguir com a história, do tipo dos juízes quererem sair dali com a justiça feita, não apenas fugirem ou matarem alguém, e isso faz com que mesmo você indo numa sessão da meia noite no cinema, sua atenção fique presa. Outro ponto extremamente favorável da direção de Pete Travis, que não tem uma vasta carreira, é que ele soube segurar o filme com as próprias mãos, pois com um orçamento baixíssimo para esse estilo de produção de apenas 45 milhões, ele faz tudo com perfeição de grandes nomes.
As atuações estão num nível muito bom também. Karl Urban faz uma postura muito rígida e em momento algum decepciona como um juiz violento na medida que tem de ser até mesmo quando é ferido em combate, proferindo diálogos de boa sonoridade para que sua atuação tenha um bom peso, já que seu personagem vive por trás de uma máscara que não dá para ser vista suas expressões. Olivia Thirlby se mostra mais segura do que nos filmes anteriores, mas nem por isso falha fazendo a interpretação de uma novata que precisa ser aprovada em seu teste, ela mostra a doçura mesmo estando sob um forte ataque de tiros e na cena onde entra na mente da pessoa, sabe dar um show de diálogo e persuasão, muito interessante esse ponto. O único porém do filme é que achei a vilã Ma-Ma, interpretada por Lena Headey muito bobinha, sempre acuada, fazendo umas caras e bocas meio sem motivo, ficando apenas como uma chefe do crime que manda fazer e foge quando o bicho pega, o roteiro ou a atriz poderiam ter dado mais para a personagem.
Agora falemos dum quesito altamente interessante do longa, o visual. Ainda não me informei se foi filmado com a câmera Phanton, mas acredito que sim, pelos efeitos visuais perfeitos em slow-motion que são usados perfeitamente dentro da linguagem e uso correto pois fazem parte do que a droga de mesmo nome do efeito(slo-mo) faz com o cérebro das pessoas. O que havia falado que faltou no filme "2 Coelhos" e "Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras" de usar o efeito slow ótimo da câmera com o 3D, aqui ficou perfeitamente casado, e o que vemos na tela é um espetáculo visual de partículas caindo em câmera lenta passando pelos nossos olhos com o personagem ao fundo sem desfoque. A fotografia embora seja escura, não atrapalha em momento algum de que distinguamos cada personagem e agrada muito, pois toda sujeira e os tiros passam a fazer parte do contexto do filme de uma forma bem interessante.
Já que iniciei a falar do 3D, mais do que recomendo assistir o longa na tecnologia, passa a ser uma obrigação visual de ver o longa no cinema para ver tudo que é possível ser feito com uma boa câmera, temos profundidade, bons efeitos visuais e boa dinâmica tudo dentro de um contexto, nada que esteja colocado com a tecnologia apenas para agradar quem quer ver coisas voando da tela.
Outro ponto que já está incomodando é a trilha sonora futurista ao estilo "Tron" ou Daft Punk de ser. Caberia algo melhor para o filme, pois na metade da ação já estamos cansados de ouvir o mesmo. Pelo menos ela serve para manter o ritmo frenético do filme, mas que preferiria outro estilo com certeza preferiria.
Enfim, é um filme que vale o preço caro do ingresso 3D e também tem conteúdo para ser visto. Preferi não falar muito dos quadrinhos, pois não conheço, mas meu amigo que assistiu comigo e conhece a HQ disse que ficou bem fiel, então deve agradar esse nicho também. Torço para que tenha bilheteria, pois a produtora já pensa em transformar uma trilogia, então aguardaremos uma boa continuidade, já que esse tem começo, meio e fim sem necessitar de outra história para que finalize a trama. É isso, fico por aqui, mas esse final de semana está recheado de estréias, então abraços e até mais pessoal.
2 comentários:
Olá Fernando! Hoje resolvi assistir novamente esse filme em 3D e pra ser sincero... não vejo nada de 3D nesse filme. Parece que o filme está dentro de uma caixa, socado la e só. Mas é um filmaço. A mesma impressão que tive no cinema tive com BD 3D e não agradei muito do 3D desse filme. Valeu! "Abraços"
Estranho Mauro, quando vi achei tantas boas perspectivas, mas vocês que são mais viciados em 3D talvez entendam melhor e vejam mais diferença do que eu nos longas 3D. Abraços!
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