Quando o filme "Chico Xavier" lotou todas as sessões possíveis e imaginárias, já falei que ia virar um filão gigantesco, o gênero drama espírita no Brasil, mas desde o lançamento de 2010, os longas baseados nos livros psicografados pelo medium famoso não vêm acertando a mão para empolgar o público e emocionar tanto como o longa do próprio medium. Em "E a Vida Continua..." poderia até ser um longa interessante, mas dois defeitos técnicos pecaram muito forte, a mixagem do som que fez o longa parecer ter sido dublado inteiro e a péssima escolha musical, que todos os outros filmes espíritas vêm pecando em colocar um maldito pianinho sendo tocado durante o filme todo.
Quando o carro da bela e jovem Evelina quebra na estrada, ela não faz ideia de como seus caminhos serão profundamente alterados para sempre. Socorrida pelo gentil Ernesto, Evelina logo fica sabendo que tanto ele como ela estão indo exatamente para o mesmo hotel. Coincidência? Talvez, mas Ernesto não acredita em coincidências. Imediatamente, eles desenvolvem uma amizade tão sólida que persistirá quando ambos passam para o outro plano. Será ali, do outro lado da vida, que Evelina e Ernesto enfrentarão enormes dificuldades e desafios, onde não faltarão surpresas e surpreendentes revelações.
O livro em que o filme foi baseado é considerado um dos best-sellers do medium Chico Xavier e praticamente o filme segue a mesma narrativa do livro, o que atrapalha alguns momentos ficando literal demais, do tipo de uma cena estar acontecendo, a pessoa fala sobre algo, vai lá e mostra o que foi aquele algo, isso num livro funciona, num filme não. E o diretor e roteirista estreante total, que nunca fez ou escreveu nenhum outro filme, apenas atuou em diversos outros, deve ter achado fácil pegar um livro e apenas jogá-lo na tela e que tudo daria certo, infelizmente não acertou a mão na direção fazendo com que o filme não tenha ritmo e quem sabe somente as pessoas que são ligadas à temática espírita vá curtir o longa, os demais que gostam apenas de ver um bom filme com toda certeza sairão decepcionados.
No quesito atuação ficou até difícil analisar pois devido ao problema que falei no começo do texto, tive de me abster rapidamente de ver interpretação vocal dos atores, já que a voz parecia estar saindo antes mesmo do ator falar. Mas mesmo tirando esse problema, achei as atuações do nicho principal Amanda Acosta e Luiz Baccelli bem fraquinhos, tanto que não sustentam suas cenas, dando mais enfoque para os atores que sempre aparecem juntos, os quais já possuem uma bagagem bem maior de filmes, novelas e afins, são os casos de Lima Duarte, Ana Lucia Torre, Rui Resende que nos momentos de diálogos seus fazem boas interpretações.
Visualmente o longa está bem interessante e evita usar um erro grande dos demais filmes do gênero que eram efeitos visuais que eram mais cômicos que bonitos, e assim o filme fica menos técnico e mais próximo a um visual de paraíso, mesmo que ainda assim os ambientes pareçam bem mais com um sanatório, como diz a personagem principal do que com algo que possamos imaginar como um lugar interessante para se passar a eternidade ou até a próxima reencarnação. Outro erro que todos os filmes do gênero vêm pecando é o excesso de fades black e white, cansam visualmente e parecem a todo momento que ou o filme acabou ou algo do estilo e não o que querem mostrar que é algum tipo de passagem, já foi a época que em jornalismo ou em filmes se usavam isso aos montes, hoje é algo muito ruim por a todo momento. A fotografia no geral é bonita, usando bastante cenários verdes, o contraluz funciona para dar um âmbito diferenciado e nos momentos que usam de tecnologia para passar para o lado ruim dos espíritos, também não ficou tão estranho, embora também não tenha ficado ainda bem legal.
Da trilha, me abstenho de falar muito, só que não aguento mais todo filme espírita tentarem convencer e emocionar com um pianinho tocando do início ao fim, vamos ser mais criativos por favor. A marcação de ritmo fica impossível de ser acompanhada, e ao invés de emocionar, passa a cansar.
Enfim, a história em si é bacana de ser vista e se fosse melhor transformada em longa com toda certeza caberia os louvores que o livro tem, mas dessa forma que foi jogado nas telas, a pretensão do diretor de atingir 1 milhão de espectadores só pode ser motivo de chacota, pois não ficou nem um pouco agradável de assistir. Mas também não posso falar que é um filme péssimo visto que já tiveram outros do gênero bem piores, então vou considerar ele como algo mediano. Encerro essa curta semana cinematográfica aqui, mas sexta tem mais. Abraços, boa semana para todos e até mais.
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