Poder Paranormal
Filmes de suspense são interessantes de se analisar, pois ou chegam ao ponto de segurar a atenção ou acabam dispersando totalmente e acabam virando cômicos. “Poder Paranormal” tem uma forma de condução até que bacana, pois foca em desmascarar charlatões que se dizem paranormais, e se faz interessante até o final que poderia ser melhor, mas agrada na medida do possível.
O filme nos mostra que Margaret Matheson é uma psicóloga especializada no sobrenatural, que estuda os mais diferentes fenômenos metafísicos. Com seu ajudante Tom Buckley, ela tenta provar a origem fraudulenta dos fenômenos, até que Simon Silver, lendário vidente cego, reaparece 30 anos depois de uma ausência enigmática, tornando-se o maior desafio para a ciência e para os céticos profissionais.
O bacana da história que o diretor e roteirista Rodrigo Cortés consegue mostrar é que ele não se prende em filosofia alguma para defender alguma tese, e assim como em seu filme anterior consegue segurar o espectador do inicio ao fim, com a diferenciação de que lá ele só tinha um cenário, e aqui temos diversos e bem conduzidos pelas suas mãos. O problema da história acredito que seja não ter achado um foco final e acabar como na maioria dos suspenses dando uma solução óbvia mas que não era esperada pelo público em si, apesar de ter elementos que são reprisados no final para defender a teoria do diretor e mostrar que eles eram óbvios.
Com o elenco escolhido para o longa não tinha como errar, pois os três nomes fazem o longa andar com as próprias pernas sem que atrapalhe com caras e bocas nem com atuações falhas. Cillian Murphy é um ator que é pouco aproveitado em Hollywood, e em todos os filmes que atua consegue chamar a atenção para si, aqui ele faz um físico que eu chamaria mais de técnico de eletrônica para desvendar mistérios. Sigourney Weaver faz atuações fortes e marcantes, e aqui não é diferente, seu personagem só quebra um pouco o gelo na cena do hospital, mas por ser uma cena rápida não atrapalha. Robert De Niro volta a fazer bons papéis e se faz bem interessante no papel de um vidente místico, alguns momentos são mais fortes e até nos assusta com sua face.
O visual do filme é cheio de elementos interessantes que devem ser observados, pois fazem parte do contexto psíquico que o longa pede. Nesse quesito o trabalho da direção de arte foi primoroso ao escolher os cenários e locações para o filme. A fotografia escura também nos faz ficar prestando atenção para achar coisas intrigantes e em alguns momentos se assustar com o inesperado.
A trilha sonora do filme junto com os ruídos colocados poderiam ser um pouco menos infantis e dar um tom mais sombrio para que a tensão melhorasse mais, porém não estraga o tom do filme, apenas deixa aberto demais para que quem queira se assustar, se assuste.
Enfim, é um filme interessante com boas atuações, mas que poderia ser extremamente melhor se não pecasse em coisas sutis e tivesse um final menos comum. Vale a pena ser assistido pelo menos uma vez mas não é uma obra de arte primordial como foi o filme anterior do diretor. No geral é algo consistente e convincente pelo menos. É isso pessoal, fico por aqui mas essa semana ainda temos mais alguns filmes para conferir, então abraços e até breve.
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