Existem filmes que poucas pessoas irão curtir ao assistir, um desses é "Cosmópolis", não que ele seja ruim, mas sua linguagem é algo pouco usual de ser conferida, e muitos irão se cansar, porém o filme é de um nível de diálogos que poucas vezes iremos ver num filme só, o que mostra que sim, Robert Pattinson tem salvação e consegue fazer um filme decente, desde que tenha um diretor decente por trás dele.
O filme nos mostra que Eric Packer é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão: cortar o cabelo no seu barbeiro, localizado do outro lado da cidade. Para isso, o gênio de ouro das finanças terá de atravessar, em sua limousine, uma caótica Nova York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilômetro percorrido.
O interessante do contexto do longa é ir vendo a decadência do personagem e o acréscimo na dramaticidade, para chegarmos num final triunfal que tivemos de perguntar para nossa amiga que foi junto e leu o livro o que ocorreu lá, e claro que não vou revelar aqui. É indicativo, mas se tivesse colocado acho que ia sair do cinema vibrando. O problema do longa para uma maioria que confere filmes no cinema é que ele é muito dialogado, sem quase ação em si, e isso pode cansar um pouco, mas a idéia da loucura toda do filme que David Cronenberg coloca nele é algo impressionante de bom.
No quesito atuação, como disse acima sob uma boa direção Robert Pattinson pode ter bons diálogos e interpretar bem, no começo achei que fosse odiar seu jeito de expressar, mas foi engatando uma boa forma e acabou perfeito. Paul Giamatti está sensacional, sua cena final é de mostrar porque mereceria estar no topo, além de onde está, seu personagem é de ficar obcecado com o tanto de diálogos que tem em poucos minutos, um show! Em compensação Sarah Gadon tive vontade de querer tampar o ouvido em todas as cenas que aparecia, um tédio só sua voz, sua interpretação, tudo, se no filme ela aparecesse mais com certeza seria o pior filme que já vi. Os demais personagens tem pequenas passagens pelo carro do protagonista, mas não decepcionam nem um pouco.
O visual do longa inicialmente é bem simples, pois fica praticamente 90% dentro da limousine, mas ao andar um pouco nos locais que o protagonista sai do carro mostram uma cenografia bem trabalhada para que não canse tanto visualmente e agrada em cheio, como já falei muito e vou continuar a falar, até na cenografia a última cena é perfeita. A fotografia pesada é bem interessante também, e o diretor soube usar bem a dimensão das câmeras para ficar mudando de planos sem que exigisse uma rapidez de pensamento.
A trilha é forte tocando bem baixo em alguns momentos até sumindo e outras vezes dominando o espaço, fazendo com que o longa tivesse um ritmo próprio nem acelerado demais nem tão parado. E isso é um prato cheio. Confesso que no início poderia ter acelerado um pouco mais, pois bate uma preguiça na lentidão, mas logo depois pega ritmo.
Enfim, é um longa bem diferente dos padrões e mostra um bom nível intelectual de filme. Como disse não é um filme que muitos gostarão, e muito menos é comercial, tanto que veio para o Brasil com míseras cópias e só consegui ver agora no Cinecult depois de 2 meses que estreou no país. Mas valeu a pena esperar para ver no cinema, pois o filme é bem interessante. Só mudaria o ritmo talvez para ficar menos cansativo. É isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda restaram alguns filmes da semana passada para conferir, já que com o feriado e a estréia do maior blockbuster do ano entupirá as salas e não virá mais nada para o interior. Abraços e até breve pessoal.
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