Três Histórias, Um Destino

11/08/2012 09:20:00 PM |

Como muitos sabem, não sou uma pessoa religiosa, e assistir um filme enfadado completamente em cima de uma ideologia me assustava, principalmente ao ver que o filme "Três Histórias, Um Destino", era baseado no livro de uma igreja forte como é a de R. R. Soares. Mas como todos sabem, assisto tudo que aparece aqui pelo interior, e cá estou eu a escrever após assistir este longa no cinema e posso falar, se todos os livros de ideologias religiosas fossem tão bem produzidos como esse longa foi, com toda certeza esse nicho de filmes seria um sucesso no Brasil.

A sinopse do filme é longa, mas ajuda a entender um pouco mais sobre o longa, ela mostra que cada um pode trilhar a própria história e ir ao encontro do seu destino. Mas, às vezes, durante esse percurso, as circunstâncias parecem nos engolir diante de um grande desafio, e acabamos nos perdendo no caminho.Frank é um dedicado líder religioso que se torna obcecado pelo poder e pela ambição desenfreada. O que falará mais alto: o lado espiritual ou a vida material? Jeremias é fruto de uma família desestruturada que aprende na “escola das ruas” a se virar sozinho. Só um milagre poderá salvá-lo de um futuro trágico. Elizabeth foi educada por uma mãe superprotetora, mas, ao conhecer seu grande amor, experimenta, pela primeira vez, a liberdade para a qual não estava preparada.Três histórias diferentes, três pessoas buscando a mesma resposta para seus dilemas: como traçar um novo rumo na vida?

O bacana do longa que como disse inicialmente foi muito bem produzido pela Uptone Pictures, a qual nunca havia ouvido falar, é que mesmo a história sendo 100% religiosa, sim meu caro leitor, a cada 20 palavras ditas no longa, uma é igreja, isso se não for mais, o filme é levado de forma a passar sim como filme e não um conto para ser mostrado apenas nos cultos da Igreja da Graça que é onde o pastor que escreveu o livro é missionário. Portanto se você não se prender à nenhuma religião e gostar de ver um filme, não irá se decepcionar com o que vai ver na tela. Claro que existem alguns exageros, afinal como disse o livro é religioso, então temos toda hora o longa querendo lhe mostrar a salvação e tudo mais que só a Igreja pode lhe trazer, e com praticamente no minuto 80 se marquei bem o tempo temos a situação que se não fosse rápida teria destruído todo o longa com uma cena caricata de coisas demoníacas, que na minha opinião se tivesse sido eliminada não atrapalharia em nada o andamento do longa e muito pelo contrário melhoraria ele. Mas tirando esses pormenores o diretor e escritor estreante Robert C. Treveiler consegue transmitir um bom longa para o cinema. Só achei uma pena o que a Graça Filmes fez com o longa de somente exibir no Brasil todo somente cópias dubladas, ignorando o fato do filme ter sido rodado integralmente nos Estados Unidos, não atrapalha, mas como sempre digo é estranho ver pessoas mexendo a boca e saindo apenas alguns sons.

Os atores principais do longa fazem bonito em cena, dando boas interpretações para seus personagens. Daniel Zacapa faz o ambicioso perfeito, e mostra exatamente um lado que vemos muito em diversas pessoas e principalmente em alguns pastores por aí, então ao mesmo tempo que serviu para mostrar o errado deve ter dado uma pontada em muitos da própria igreja. Zoe Myers também faz bem seu papel, mas ela é a mais afetada pela dublagem, pois com toda certeza sua voz e timbre de interpretação não é o que a dubladora pôs na entonação de sua voz, mas o que vemos de expressões faciais, mostram que o que fez está dentro do contexto. Daniel Samonas também faz bem o que lhe é proposto, e mostra o trabalhador que no namoro tudo é lindo, mas depois do casamento só trabalha, também achei estranho sua dublagem. O papel de Jeremiah é dividido entre 3 atores pois o longa passa pela infância, juventude e maturidade do personagem, mas embora as crianças tivessem sido muito boas nas interpretações, quem dá o show final, mesmo que fosse apenas no finalzinho é Kevin L. Johnson que faz um pastor jovem e muito bem encaixado para com seu personagem. Os demais atores acabam fazendo pontas e tendo poucas falas e expressões, mas como disse por se tratar de um filme dublado é difícil analisar cada ator, então ficarei apenas com os principais.

No quesito visual, temos muitas locações e todas com bastante elementos para dar a noção completa do espaço onde o longa se passa, o que como disse mostra um ótimo trabalho da equipe de produção, tudo dá medidas para o longa, situando o espectador completamente de onde o personagem está e isso na minha opinião conta muito para todo tipo de filme. Os planos e a luz usada pelo diretor de fotografia também mostra um ponto a favor do filme, pois temos belas imagens sendo tratadas com minúcias em cada momento.

A trilha sonora também foi muito bem escolhida, e o encaixe da música-tema brasileira Maravilha, a qual não sei se está colocada realmente no longa completo ou foi colocada apenas na versão brasileira do longa, cantada pelo cantor Thalles Roberto agrada no momento que é colocada e após os créditos iniciais entra o clipe dela misturando cenas do filme que acabamos de assistir com o cantor a interpretando, que ficou bem legal.

Enfim, é um longa interessante principalmente no quesito técnico, pois como história é complicado falar principalmente por não ser uma pessoa que entende do assunto religioso. Se visto apenas como filme, muitos que forem contra algumas coisas religiosas podem até reclamar e não gostar, mas se colocar a ideologia em cima e não ligar tanto para o quesito religioso com certeza será um longa muito bem aproveitado. Acredito que quem for muito religioso, principalmente evangélicos, irão se emocionar bastante com o longa e sairão completamente satisfeitos, e os demais como disse podem aproveitar com certeza, pois está bem feito. Como disse no início, se todos os filmes baseados em alguma religião se espelharem nesse para fazer uma boa produção, com certeza os filmes baseados em livros de qualquer padre, ou medium ou pastores, com toda certeza seriam ótimos de se assistir. Bem é isso, fico por aqui nesse momento, mas já vou para mais uma sessão, então daqui a pouco tem mais crítica aqui no blog. Abraços e até daqui a pouco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Amei.
Também não sou muito religiosa mas acredito em deus. Ver esse filme foi mais que legal. e essa sua critica foi também muito boa, estou de acordo com tudo que disse ! continuarei acessando o seu blog vu? beijinhos.

Amanda Leite

Fernando Coelho disse...

Olá Amanda, que bom que gostou do blog, pode vir sempre e comentar que respondo tudo!!! Quanto do filme é engraçado, que não vi praticamente nenhuma crítica, o povo precisa parar de ter preconceito com certos filmes, eu vejo tudo, independente de saber se vai ou não gostar, pra daí poder opinar se é bom ou não. Abraços!

marcosomag disse...

Ainda não ví o filme, mas fiquei curioso pois a capinha do DVD denota uma produção bem cuidada. Mesmo para quem não é religioso acho que situações limite são muito interessantes de serem analisadas pois existem coisas que nenhuma ciência pode explicar e realmente tiram pessoas de situações muito difíceis. Se Shakespeare disse que "nossa vã filosofia" não pode explicar muitas coisas, quem sou eu para o contestar?

Fernando Coelho disse...

Olá Marcos, se conseguir a versão legendada para ver acredito que vá gostar até mais. Mas é um filme muito bacana e muito bem feito. Como você citou Shakespeare, realmente existem coisas que precisamos de algo a mais para explicar e o filme é bacana por não forçar tanto isso. Abraços!

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