O que falar quando um filme é tocante porém cansa demais assistir? Essa pode ser a melhor definição de "Amor" que teve 5 indicações ao Oscar e mais vários prêmios ao redor do mundo todo. O filme não posso falar de forma alguma que é ruim, muito pelo contrário, é um filme extremamente tocante e triste, muito bem interpretado porém com um ritmo tão devagar, mas tão devagar que há certos momentos que pensamos que assim como ocorre com a personagem nos minutos iniciais do filme, o rolo parou. E essa falta de ritmo com certeza fará com que muitos que irão ver o longa no cinema saiam irritados com algo que era apenas para emocionar o público.
O filme nos mostra que Georges e Anne são professores de música erudita que já passaram dos 80 anos. A filha, que possui a mesma profissão, vive fora do país com o marido. Um dia, Anne é vítima de um acidente e o amor que une este casal é posto à prova.
A história em si é lindíssima de uma forma que o diretor e roteirista Michael Haneke soube conduzir com uma mão certeira principalmente no quesito de direção de atores, pois o que fez com os dois protagonistas é algo que com muita certeza foi árduo e difícil de se conduzir, mas o resultado final impressiona. Só acho que ele poderia ter opinado melhor na edição de forma a dar um ritmo mais consistente para o longa, ok que algumas cenas ficariam menos dramáticas, mas convenhamos que não tem nexo uma cena de Georges perseguindo um pombo com um paninho ter quase 5 minutos, sendo que já tivemos antes uma cena praticamente igual de duração menor. Se tivesse ajustado o ritmo com certeza teríamos ainda um longa com cerca de uns 95 minutos ao invés de longos 127, e que continuariam emocionando e tocando fundo na grande ferida nacional que é melhor que vocês vejam ao invés de eu soltar um spoiler aqui.
Os protagonistas do longa fizeram um trabalho tão perfeito que deu até vontade de pesquisar mais filmes deles e ver se sempre saíram dessa forma, pois é algo impressionante. Emmanuelle Riva, aos seus 85 anos de idade conseguiu ser indicada ao Oscar e a mais 9 prêmios, tendo já ganhado 3, por sua belíssima atuação, que emociona e traz todo o sentimento que só a idade que possui saberia fazer bem feito. Jean-Louis Trintignant faz tudo com tanto amor por sua esposa de uma forma que nem sei se existem mais homens no mundo que fariam isso ao final da vida por uma mulher, seus movimentos impressionaram durante todo o longa. Isabelle Huppert poderia ter se destacado um pouco mais nos momentos que está em cena, mas a emoção que termina o filme é clara e precisa. Os demais atores e atriz apenas fazem pontas, o que não justificaria ficar explicando cada um, apenas um destaque negativo para a cena com Dinara Drukarova que não sei se foi cortado alguma parte, mas ela sendo demitida ficou aberta demais e acabou toda cena sendo brigas jogadas ao vento.
O visual do longa que se passa praticamente todo dentro do apartamento do casal, está muito bem preenchido de forma a mostrar bem o que eles eram no passado e na cena que Anne está folheando o álbum de fotos fica tudo mais evidente. Não diria que foi perfeito a retratação, mas diria que está muito boa. A fotografia soube trabalhar bem mesmo nas cenas de completa escuridão não precisou de luzes para mostrar os sentimentos expressados pelos atores, e sempre que as luzes entravam em cena eram muito bem encaixadas.
Enfim, é um filme bem bonito, mas que não agradará muito o público que for assistir pela falta de ritmo como disse. Tenho de dar parabéns mais uma vez à Imovision que mesmo sendo pequena não despreza nunca o interior, mandando sempre na data seus longas. Quanto as premiações só acho 100% justificável as de Emmanuelle, pois filme estrangeiro com toda certeza ainda ficaria com o desprezado "Intocáveis". Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta pelo menos 1 filme para conferir essa semana, então abraços e até breve.
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