Alguns filmes podem causar indignação no público que assiste, outros mostram o quanto algumas situações podem funcionar em qualquer lugar no mundo mesmo indignando a população. O que ocorre em "A Negociação" é algo que estamos completamente acostumados a ver na vida real, que é gente rica se livrando das leis somente utilizando das falhas que podem existir por linhas tortas dos próprios códigos ou usando de bons advogados apenas. Não diria que é um filmaço, mas é bem intrigante tudo que se passa no longa. Mas fica aqui minha queixa para quem for fazer um filme: nunca termine com um corte seco com o ator principal de costa, isso irrita completamente o público e faz parecer que o projecionista do cinema errou na montagem. Já é o segundo filme que vejo isso acontecer e vejo as pessoas saindo reclamando da sala pensando que teve erro.
O filme nos mostra que Robert Miller é um magnata que está fora de si e ansioso para vender seu império, antes que suas fraudes sejam descobertas. Mas as coisas não saem exatamente como planejou e ele agora terá de buscar ajuda em lugares inusitados.
O bacana da história e claro da montagem que o diretor optou está na ideologia de que tudo pode piorar, mas como temos dinheiro damos um jeito. E aliado à tudo isso, acabaram entrando num fato gigantesco de preconceito que o diretor e roteirista estreante em longas Nicholas Jareck poderia ter até sanado com algumas das cenas finais, mas preferiu deixar claro sua opinião. Por ser seu primeiro filme acredito que ele pode melhorar e muito ainda sua mão crítica, deixando ela ou mais suave ou menos explícita, pois não tivemos meio termo na sua opinião. Isso é bom? Sim, mas num filme de drama policial poderia deixar questões mais abertas para que o próprio público julgasse o que é correto ou não.
Nas atuações temos um brilhantismo de Richard Geere tanto que lhe rendeu a indicação ao Globo de Ouro, não diria que é sua melhor atuação, mas faz um papel difícil de manter a linha tênue que consegue do início ao fim sem perder nem a pose nem a classe que um executivo magnata deve ter, seus atos são sempre bem colocados e medidos friamente. Susan Sarandon embora apareça pouco, nos momentos que está em tela faz bem seu papel de mulher traída que claro desconfia do marido, mas sem demonstrar, poderia ter feito a sua cena final de forma mais impactante. Brit Marling é uma atriz que desconhecia, mas gostei de sua feição e imposição nas cenas que tem diálogos fortes e acredito ter potencial para mostrar em mais filmes como fez aqui. Agora muitos irão contra minha opinião, mas o grande nome do filme é Nate Parker, pois consegue mostrar toda a interpretação em pouquíssimas cenas como nunca e faz seu fechamento de forma impressionante que lhe deram.
O visual do longa não é muito trabalhado, mas consegue passar as sensações necessárias para retratar restaurantes e lugares que pessoas de alta grana frequentam, poderiam ter valorizado um pouco mais o tribunal pelo qual o personagem de Nate passa que ficou extremamente pobre, nem parecendo um julgamento, mas como não conheço a mecânica jurídica pode ser que tenha algum lugar daquele jeito. A fotografia do filme soube trabalhar bem com a iluminação técnica para drama, mas poderiam ter colocado mais tons puxados para o vermelho para focar ainda mais problema para o personagem do Geere que fica sempre com tons negros ou brancos.
Enfim, é um filme que poderia pegar um pouco mais pesado por tudo que foi sendo levado do início até o fim, e acaba brando demais. Mas por ser o primeiro filme que o diretor escreve e põe suas mãos, acredito que saiu bem até demais. Recomendo o filme principalmente para quem gosta desse gênero de acusações e tramas que acabam fazendo você julgar algum estilo de crime, mas como disse o diretor deixa bem marcada a opinião dele. Fico por aqui hoje, com esse filme que atrasou bastante para aparecer aqui pelo interior, mas essa semana ainda tem um mais atrasado ainda (praticamente o dobro do tempo) que é "As Vantagens de Ser Invisível" na terça-feira. Então abraços e até terça pessoal.
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