Caça aos Gângsteres

2/05/2013 11:45:00 PM |

Quais são os pontos-chave de um bom filme de máfia: muito tiro, personagens mal encarados e um roteiro bem amarrado de modo que não tenhamos dúvidas de que a maioria precise morrer para termos um final satisfatório. Tirando que o roteiro de "Caça aos Gângsteres" poderia ser um pouquinho mais afinado, o longa possui todos outros elementos de sobra para divertir o espectador e fazer com que torçamos muito para que os vilões sejam pegos.

O filme nos apresenta Los Angeles, em 1949. Impiedoso, o rei do crime Mickey Cohen, nascido no Brooklyn, comanda a cidade recebendo os lucros desonestos das drogas, armas e prostituição e, se tudo ocorrer conforme ele deseja, de todas as apostas feitas a oeste de Chicago. E faz tudo isso não apenas com a proteção de seus capangas, mas também de policiais e políticos sob o seu controle. É o suficiente para intimidar até mesmo o mais corajoso e durão dos tiras... a não ser que ele faça parte da pequena equipe secreta de policiais alheia ao Departamento de Polícia de Los Angeles, liderada pelos sargentos John O'Mara e Jerry Wooters, que se unem para tentar acabar com Cohen.

A história do filme é até bem convincente tirando que sendo baseada em fatos reais, o que o protagonista diz ao final do filme é meio improvável (que nunca ninguém ficou sabendo da existência de tal esquadrão). Outro problema do roteiro ou quem sabe até da direção para cima de Sean Penn é que além de ter algumas cenas rápidas demais que mereciam ser longas e outras longas demais que mereciam ser rápidas é que acho que faltou um pouco mais de crueldade e afins para o vilão, pois ele não faz muito por merecer sofrer, apesar da cena inicial bem cruel, no restante parece ser apenas um mafioso que quer tudo para ele e mais nada. Tirando esses detalhes, o que vemos no filme é o tradicional que estamos acostumados com filmes sobre a máfia, feito de uma forma bem redonda, com visual bem montado também (aliás falando nisso gangsteres só usam as mesmas roupas em todos os filmes?), e claro vários clichés de outros filmes, tendo inclusive cenas idênticas. As opções de ângulos e movimentos que o diretor do excelente "Zumbilândia", Ruben Fleischer, faz aqui até relembraram um pouco seu filme anterior, pois temos muitos movimentos em slow-motion e acelerações com a câmera olhando de todos os modos possíveis. E isso é bacana, pois nos deixa sempre querendo ver mais, apesar de o slow cansar um pouco em determinados momentos.

No quesito atuação, temos um elenco muito bom, que nos envolve com dinamismo e garra para com seus personagens. Rezo para que Josh Brolin não vire comediante, pois com a face sempre brava que possui, iria fazer o que fez em MIB3 que é ser um ponto não cômico da trama, aqui seu jeito cai perfeitamente para o personagem, pois um policial ex-combatente de guerra tem de estar sempre com a cara amarrada procurando salvar o planeta, e ele faz com toda a garra possível, somente a cena final que é um caso que não me conformo em filme algum você estar com uma arma apontada para a pessoa querer partir para o braço, mas convenhamos que os diretores adoram isso. Sean Penn começa todo no ódio e maldade, mas vai amenizando de uma forma que ao final se não tivesse dado alguns tiros poderíamos falar que é quase um político que só faz maldades, mas não parte pra crueldade, seus trejeitos colocados no personagem ficaram interessantes principalmente por ser um ex-lutador, belo trabalho de composição que ele fez. Ryan Gosling poderia ter composto melhor já que diz ser um ex-combatente de guerra, algumas cenas suas são bem colocadas, mas no geral parece estar deslocado no filme. Emma Stone está bem no papel, mas como a história não está tanto encaixada para ela, e seus pares fica entre Sean Penn e Ryan Gosling, acaba sumindo um pouco sua atuação. Anthony Mackie mostra bem suas expressões, mas como é um personagem secundário não tem tanta ação. E até Michael Penã está bacana na história, mesmo tendo poucas falas, tem momentos bem interessantes de se ver. E no geral também temos personagens secundários bacanas que dão liga para a mistura mesmo sem aparecer muito na história, apenas fazendo pontas.

O visual do longa tentou puxar para a época em que se passa o filme, mas não me convenceu estar em 49, se não fossem os carros e a forma que a polícia agiu, aparentava algo mais próximo dos anos 60-70, mas como não sou um especialista em moda para dizer, apenas achei esquisito alguns visuais. Agora se teve um fator marcante no longa é a fotografia imposta, pois com muitas sombras sempre muito bem encaixadas com uma iluminação sempre puxada para o tom amarelado caiu como uma luva para que a tensão do filme ficasse sempre nos milésimos anteriores da cena que viria, sem que nada fosse revelado antes, e esse pode ser considerado um ponto chave do longa.

Enfim, é um filme bem bacana, com escritos dizendo ser baseado em fatos reais, não posso confirmar nada visto que nasci bem pra frente, e que traz um pouco de saudosismo de filmes do gênero policial que costumavam pintar mais nas telas e andam um pouco em falta principalmente pro público que adora esse estilo e não anda vendo muitos exemplares pelas telonas. Ah e Recomendo para todos o longa que conta com muitos tiros pra tudo quanto é lado e fico por aqui nessa semana, mas na sexta já temos muitos novos filmes pintando por aqui, então abraços e até breve pessoal. Ah e a lista do Oscar está atualizada ok?? Não deixem de conferir o que achei de cada candidato ao grande prêmio do cinema: temumcoelhonocinema.blogspot.com.br/p/oscar.html


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