Que Clint Eastwood está bem velho todos já sabemos, mas que um papel de fim de carreira lhe cairia bem isso é uma novidade e tanto. Em "Curvas da Vida" temos o ator/diretor de uma forma que poucas vezes o vimos num filme cabisbaixo e mais rabugento do que nunca, tudo bem que seu personagem pedia, mas pode estar assim como o velho personagem Gus, mesmo sabendo de tudo sobre sua profissão, estar chegando ao final de carreira. Embora isso seja um ponto que não venha ao caso nesse momento, a forma que o longa é conduzido podemos ver de duas formas: ou você sabe tudo de beisebol e vê o longa como um filme bem esportivo que lhe trará recordações ótimas sobre jogos(o que não é o meu caso), ou o assiste como um bom drama familiar que pode servir para ajudar a fluir pensamentos sobre como lidar com algumas situações mesmo sabendo tudo sobre o assunto(o que eu preferi fazer e acho bem mais válido).
A história nos mostra que Gus Lobel tem sido um dos melhores olheiros de beisebol durante décadas, mas, apesar de seus esforços para esconder isso, a idade está começando a afetá-lo. No entanto, Gus recusa-se a se aposentar. A coisa se complica quando a diretoria do Atlanta Braves começa a questionar seus critérios, especialmente com a mais disputada seleção de promissores rebatedores se aproximando. A única pessoa que pode ajudá-lo é também a única pessoa a quem Gus nunca pediria: sua filha Mickey, de quem nunca fora próximo. Contra sua vontade, e apesar das objeções de Gus, Mickey une-se a ele em sua última viagem para descobrir talentos na Carolina do Norte, colocando em risco a própria carreira para salvar a dele. Forçados a passar mais tempo juntos pela primeira vez em anos, cada um faz descobertas que podem mudar o futuro.
O filme não diria ser um primor, mas acaba sendo entregue como disse acima de duas formas, e se você for assistir o longa como um filme esportivo sem conhecer nada de beisebol talvez se decepcione mais do que o normal, porém mesmo assistindo-o como um drama familiar, ele peca em alguns pontos chaves principalmente no que diz respeito à falta de química entre os atores. Isso pode ser uma falha grande por ser o primeiro filme em que o sempre assistente de Eastwood assume a câmera e não soube ligar pontos bons dos três protagonistas, que parecem a todo momento estarem atuando sem que um conectasse ao outro, o que era extremamente preciso. Mas também pode ter um pouco de culpa o roteirista iniciante Randy Brown que deve ter deixado arestas muito abertas para que o diretor ousasse e acabou deixando a história superficial. Não digo que o resultado final seja ruim, apenas poderia ter sido muito melhor se o roteiro de um iniciante caísse nas mãos de alguém mais genial, ou que o inverso fosse feito e o roteiro passasse por mãos melhores para aparar essas arestas antes de cair na mão de um diretor "estreante".
As atuações individuais estão bem interessantes, pois conseguimos analisar o perfil de cada um na história, claro tirando o personagem de Justin Timberlake, que mesmo estando bem diante das câmeras e contando sua história rapidamente para a personagem de Amy Adams, aparenta ser apenas um par romântico jogado na história e que não sabe nem o que está fazendo ali, sempre que surge na tela ficamos com a nítida sensação de perguntarmos o porquê dele estar ali, mas como já disse ainda acredito muito no ator e vou preferir acreditar que o problema está na direção/roteiro. O personagem de Amy Adams tinha tudo para ser sensacional no longa mas ele acaba nem tendo tanta conexão com Eastwood nem com Timberlake, e isso dificulta para a atriz, que acaba até fazendo boas expressões em alguns momentos mais dramáticos, mas acaba ficando mesmo é apagada na trama, tirando as cenas finais que é colocada à frente de tudo num ato de tentar arrumar algumas pontas do roteiro, mas já não dá mais tempo de salvar tudo. Como falei no começo do texto, Clint Eastwood com seus quase 83 anos completos está chegando no fim de sua carreira e já dá sinais de aposentadoria, pois não encara um bom personagem há bastante tempo, e embora isso pudesse ser ruim, para o que o filme pedia acabou caindo bem, claro que não é a sua melhor atuação nem de longe, mas a velhice e seus trejeitos rabugentos acabaram dando um ar bom para o personagem Gus, claro se não fosse as cenas finais que não condizem em momento algum com tudo que foi feito no longa inteiro. O personagem de John Goodman é um pouco apagado da trama, mas mesmo assim o ator consegue nos poucos momentos de tela mostrar sua tradicional expressão feliz que sempre consegue nos contagiar, poderia ter tido uma participação maior no longa e quem sabe melhorar um pouco a trama.
O visual da trama embora passe 90% dentro de campos de beisebol, assim como é dito em uma das cenas iniciais mostra belas paisagens da Carolina do Sul que deva ser um dos estados mais rurais dos EUA, e isso agrada um pouco nos momentos que saem do campo de jogo, claro que temos cenas clichés de bares country e etc., mas isso acaba ficando em segundo plano para a história, sendo alguns momentos que poderiam ser limados do filme. A fotografia embora pareça bem agradável não posso afirmar muito sobre se foram erros de filtros do filme ou o rolo muito gasto, visto que o filme só está passando aqui quase 3 meses após sua estreia no Brasil.
Um ponto interessante do longa está nas trilhas sonoras escolhidas, que realçam o bom gosto de Marco Beltrami, que acabei nem citando tanto no filme de ontem("Meu Namorado é um Zumbi"), mas que dá show sempre onde põe suas mãos. Aqui seu trabalho nem é muito forte, mas as boas escolhas embora pareçam simples, encaixam perfeitamente com o que o longa quis trabalhar.
Enfim, não diria que é um filme daqueles que você vai se emocionar com algo ou ficar extremamente feliz por ter visto uma obra prima, mas também não é nenhum daqueles que você fica pensando o motivo de ter pagado para assistir. No geral ele agrada, mas que poderia ser muitíssimo melhor se tivesse em mãos mais experientes com toda certeza seria. Vale a pena como uma escolha para uma sessão de filme em casa, afinal já deve estar para ser lançado em home-vídeo, mas mesmo assim agradeço o pessoal do Cinecult por enviar para cá esse filme já que a distribuidora Warner não quis passar na época da estreia. Fico por aqui hoje encerrando a semana cinematográfica rezando para que venham estreias no fim de semana. Abraços e até mais pessoal.
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