Comédias românticas geralmente possuem uma fórmula pronta, e isso as vezes incomodam um pouco, principalmente por sabermos a que final iremos chegar. Porém o bacana de analisarmos é como chegar a esse final tradicional. O que vemos em "O Lado Bom Da Vida" é a tradicional fórmula de mostrar um problema e trabalhar ele entre os personagens principais, fazendo dele um filme bonitinho, mas que não vai incrementar a vida de ninguém. E tirando a magnífica atuação de Jennifer Lawrence numa cena que até Robert De Niro fica de boca aberta para atuação da novata, daqui 3 meses ninguém lembrará desse filme.
A trama gira em torno de Pat Solatano, um cara que perdeu tudo - sua casa, seu trabalho e sua esposa. Ele agora vive com sua mãe e o pai, depois de passar oito meses preso. O homem está determinado a reconstruir sua vida e voltar com sua esposa, apesar das circunstâncias difíceis de sua separação. Porém, quando Pat conhece Tiffany, uma misteriosa e problemática garota, as coisas se complicam. Tiffany se oferece para ajudar Pat a reconquistar sua esposa, mas somente, se ele fizer algo muito importante para ela em troca.
A história em si é bem simples e não surpreende em momento quase algum, e isso acaba incomodando um pouco, pois embora tenha ações cômicas, o foco do longa é sim no drama pessoal dos protagonistas, e claro por isso chamou tanto a atenção da academia para estar concorrendo à tantos prêmios, pois não é um filmaço que emocione sendo um drama ou nos faça rir de rolar como deve ser em uma comédia, ficando no meio termo de tudo. O drama pessoal passado pelos protagonistas é cativante e motivante ao mesmo tempo, e a forma dita no final é bem bonita de se ouvir, mas esperava algo a mais para um longa tão falado. O que o diretor e roteirista David Russell tenta fazer em alguns momentos é nos passar a mesma sensação dramática que fez no seu longa anterior, mas em alguns momentos ele abandona o peso da mão e sabendo que era comédia romântica acaba relaxando demais na dramaticidade e torna o filme leve demais. Alguns movimentos de câmera acelerada me deixaram pensando pra que isso, e ficaram esquisitos para a trama, mas no geral o filme unindo a leveza com as boas atuações acaba sendo gostosinho de ver numa noite sem muita coisa passando na TV.
Quanto da atuação, já expressei bem o que achei sobre Jennifer Lawrence, pois o que essa garota faz é de se impressionar demais, claro que já está virando carne de vaca aparecendo em mil filmes, mas cada vez mais mostra seu valor, na cena das apostas frente a De Niro não deixou pesar nem um pouco a experiência do grande ator e destrói na atuação, tenho 99,9% de certeza que sua indicação e prêmios que está levando provêem desta cena, pois é impressionante o que faz e se faz valer o filme somente por causa dela. Bradley Cooper também está bem em cena, mostrando um lado forte que a depressão pode causar, e seus surtos aparentam terem sido bem pesquisados para o que faz em cena, demonstrando um bom domínio do que faz, agrada no geral, mas assim como o filme tem alguns momentos de lapsos que nem parece estar no filme e em outros faz uma dramatização memorável, acabou ficando estranho. Robert De Niro já está meio passado para fazer graça, mas seu papel humano mostrando realmente a idade que tem coube perfeitamente para o longa, somente algumas cenas de briguinhas relevantes que acabaram ficando estranhas para seu personagem, mas acaba agradando. Jacki Weaver ainda estou me perguntando o motivo da indicação ao Oscar, pois acredito que outras atrizes coadjuvantes tenham se saído muito melhor que ela nesse filme, claro que tem momentos tocantes, mas não faz mais que o básico de uma mãe protetora para com seu filho surtado e seu marido apostador maluco. Um ator que embora faça apenas algumas pontas soltas no longa mas vale a pena destacar é Chris Tucker, pois ele é o fator comédia da trama e agrada demais nas cenas que está presente.
O desenrolar visual da trama é bacana, pois o diretor soube trabalhar junto com a equipe de arte, os ambientes separados de forma a dar amplitude para cada âmbito do filme, relacionando cada cenário com algo que possa dar algum sentido para os momentos que os protagonistas vivenciam. Só achei um pouco exagerado o local de competição de dança, parecendo mais uma festa do que um campeonato. A fotografia trabalhou de forma interessante, seguindo de forma tradicional, mas sem deixar de inovar com luzes e sombras em momentos chaves, valendo ressaltar a caminhada noturna dos protagonistas como uma cena bem interessante no quesito fotografia.
A trilha sonora do longa conta com boas canções, inclusive a música que faz o protagonista surtar em vários momentos é uma das boas antigonas que souberam resgatar para dar um charme para o filme, poderiam ter empolgado um pouco mais apenas, mas não decepciona no contexto final que quiseram atingir.
Enfim, como disse no início, não é um filme ruim, mas está muito longe de ser algo que daqui 3 meses seja lembrado, pois é mais uma historinha comum que teve a sorte de contar com um elenco excelente e ter uma história bacana para ser trabalhada tando o lance dramático como pontos cômicos. Vale assistir pela atuação de Jennifer e caso nada mais esteja passando de bom em sua cidade, senão opte por outros. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais por aqui. Abraços e até breve pessoal.
4 comentários:
Esse Coelho é um amargurado mesmo, se tiver passando outros filmes, escolham esse SIM, depois que acabou o filme metade da sala disse que segurou o choro, a história é ótima, o elenco é ótimo e a parte cômica não é nada forçado.
Eu fiquei apaixonado por esse filme. É uma história simples, mas o desenvolver dela é excelente. Atuações maravilhosas. Mas gosto não se discute.
Ótima Crítica!
Olá... não disse que nada é ruim, só disse ser simples e que é um filme que acabará esquecido. Existem algumas pequenas partes que fazem emocionar, mas chorar inteiro de lavar o filme veja "Os Miseráveis" que daí sim pode se emocionar com algo. Abraços.
Olá Mateus, é o que falo sempre, cada um tem um gosto... até gosto bastante de comédias românticas, mas essa achei bem simples, salvando claro o elenco que poderia ter até ganhado o SAG como melhor elenco caso não fosse "Os Miseraveis", mas como resolveram roubar tudo esse ano para "Argo" então né. Não disse no texto mas acredito que casais apaixonados talvez se identifiquem mais com o longa, mas ainda assim afirmo que em breve a maioria que gostou desse não se lembrará dele. Valeu por ter gostado da crítica. Abraços.
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