Dezesseis Luas

3/03/2013 11:11:00 PM |

Alguns filmes conseguem se encaixar num gênero que poderíamos classificar até como fora dos padrões comuns do cinema, pois já estão virando um nicho de mercado que é o de literatura adolescente. Com o sucesso que a saga "Crepúsculo" fez nos cinemas, com o final da saga somente nesse ano teremos o lançamento de quatro filmes baseados em livros que conquistaram a juventude mundial. Para iniciar o ano temos "Dezesseis Luas" que poderíamos até assistir com um pé atrás principalmente pelo péssimo pôster e cartazes que escolheram para ilustrar o filme, mas no geral até agrada um pouco, principalmente os espectadores que não conhecerem nada da história assim como eu, pois pelo que andei ouvindo os fãs do livro estão bem bravos com o que viram nas telas do cinema.

A história nos mostra que Ethan Wate é um estudante do colegial que mora em Gatlin, um pequeno vilarejo na Carolina do Sul. Ele vive isolado dos outros jovens em uma sociedade intolerante, perturbado pelos sonhos com uma garota misteriosa. Um dia, uma nova adolescente chega ao local: Lena Duchannes, que também tem problemas de adaptação. Logo, os habitantes de Gatlin descobrem que ela possui poderes sobrenaturais. Ethan e Lena se apaixonam e agora devem lutar contra uma maldição se quiserem ficar juntos.

A história em si diria que é bem fraca e simples, pois segue a mesma linhagem de todos os filmes românticos fantasiosos que já vimos no cinema, o que vale a pena prestar atenção é apenas na condução que o diretor e roteirista Richard LaGravenese("P.S. Eu Te Amo") soube fazer para retratar tudo do livro para as telas sem que ficasse artificial demais, e tirando alguns efeitos especiais toscos (principalmente os raios), o longa consegue convencer bem tanto a forma de romance no famoso estilo Romeu e Julieta de ser como a fantasia que há por trás da história. E como disse na frase que coloquei no Twitter, até estava me convencendo de ter um final 100% diferenciado, mas não teve jeito de me enganar e terminou diríamos 99% comum.

Assim como tem sido feito em todos os filmes desse gênero, os atores são praticamente desconhecidos das telonas e até se saem diríamos, corretos. Alden Ehrenreich tem bons momentos e até mostra certa lida com as câmeras, mas existem algumas cenas que parece estar tão perdido no quadro que ficamos nos perguntando será que ele sabe o que está fazendo ali, suas falas também não são as melhores, mas vindo de um livro então não podemos falar muito né. Alice Englert também parece um pouco deslocada, mas deve melhorar bem se a saga continuar com os outros livros, pois deve ter mais tempo para poder assimilar melhor o personagem e claro quem tiver lido o livro deve poder falar, mas acho que agora já saberá que rumos tomar diferente da adolescente bobinha e perdida que até faz bem aqui. Viola Davis aparenta ter um personagem bem chave para a trama toda, mas no corte final que foi colocado nos cinemas ficou faltando um pouco mais para nos convencer disso, sua atuação sempre é ótima, mas como sempre aparece e desaparece aqui tão rapidamente ficamos meio soltos do que realmente ela poderia ter feito para engrandecer o filme. Jeremy Irons está muito bem no seu papel e mesmo aparecendo pouco faz com que os principais até se apaguem um pouco quando está em quadro, não posso falar muito sobre seu personagem sem dar spoilers, mas no geral agradou bem. Emma Thompson faz muito bem seus dois papéis no filme de forma que fica até um pouco difícil dizer quando temos um personagem e quando temos outro sem ser pela entonação na fala (não quero nem pensar como ficou o filme dublado!!!). Emmy Rossum até tenta aparecer com seu personagem, mas é mais no visual provocante que vai agradar os homens que forem assistir ao filme, do que qualquer palavra que venha a falar durante a exibição.

A direção de arte que assinou as duas partes do filme "Amanhecer" volta para fazer uma cidadezinha do sul padrão, mas as florestas tão conhecidas do público teen que conferiu a saga. Não sei se isso foi proposital, mas acabou ficando bem semelhante em quase tudo. Achei bacana a proposta da casa assombrada por fora, mas mega high-tech clean por dentro, só não entendi o porquê, mas achei bonito. A fotografia no geral está bem bacana, afinal está presente um grande mestre das sombras Philippe Rousselot que raramente erra, e seu jogo de luzes consegue maquiar bem alguns falsetes que existem pelo filme conter muitos efeitos especiais. Já que comecei a falar dos efeitos, vamos lá, no quesito maquiagem temos um grande acerto, pois os personagens ficaram bem interessantes e os efeitos digitais usados para esse quesito caíram bem, porém contrataram com certeza a pessoa errada para fazer raios e efeitos de choque, pois ficaram extremamente artificiais causando até certo constrangimento de ver algumas cenas, mas tirando esse estilo de efeito os demais estão condizentes.

Acredito que a trilha sonora pecou um pouco, pois ela nem dita o ritmo para o longa nem faz o principal num romance que é emocionar. Poderiam ter caprichado um pouco mais nesse quesito que com certeza teríamos um atrativo mais forte para a trama.

Enfim, é um filme padrão do gênero, que se seguir a linhagem deve ter muitas continuações afinal a série é composta de 4 livros, então se tivermos bilheteria aguardem os próximos anos que virão para suprir os fãs, que pelo que li estão um pouco bravos com a adaptação, mas que livro não teve reclamações de suas adaptações não é? Não posso dizer que me apaixonei pelo filme, mas também não achei péssimo como imaginei que seria. Aqueles que gostarem de um romance fantasioso no cinema até sairão contentes com o que verão, claro que bravos com alguns efeitos, mas no geral felizes. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda temos apenas mais um filme que veio para o interior, então até breve pessoal.


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