Alguns filmes de aventura e ação já entram em cartaz nos deixando preparados para absurdos técnicos, mas algumas vezes não conseguimos relevar tanto e o que era para nos divertir acabam nos deixando nervosos em certos momentos. Em "Jack: Caçador de Gigantes", já temos o problema inicial com o nome, afinal ele não está caçando nenhum e sim sobrevivendo ao que está ocorrendo. Depois temos cenários bem bacanas, claro todos digitais, afinal juntar gigantes com pessoas é algo 100% impossível numa tomada só, e aí entra o famoso erro crasso, pois temos o continuísmo furado a cada três passos dos personagens. Ok, se assistirmos o longa sem nos preocupar com o que acaba acontecendo e apenas nos divertirmos com o que vemos, mas é bacana que as pessoas que assistiram comigo também viram alguns dos erros mais evidentes, então podemos falar que não somos tão chatos assim.
A sinopse nos mostra que uma guerra antiga se reinicia quando Jack, um jovem trabalhador do campo, abre inconscientemente um portal entre o nosso mundo e uma raça de gigantes apavorantes. Soltos na Terra pela primeira vez depois de séculos, os gigantes tentam reconquistar seu território que foi perdido, forçando-o a entrar na batalha de sua vida para impedi-los. Lutando por um reino e seu povo, e pelo amor de uma corajosa princesa, Jack fica frente a frente com os guerreiros incansáveis que pensava serem apenas uma lenda... e ganha a chance de se tornar uma lenda também.
A história em si é bem interessante por contar uma nova versão do conto que ouvimos muito quando éramos crianças, aqui no Brasil conhecida como "João e o Pé de Feijão", mas que foi feita de uma forma envolvendo tantos elementos gráficos que o acredito que mesmo o diretor sendo um "especialista" por ter trabalhado com "X-Men", acabou se atrapalhando um pouco e cometendo algumas gafes com o que tinha em mãos. Não digo que o filme ficou ruim, mesmo porque pelo contrário, a trama ficou bem divertida e deve agradar bastante os menos exigentes que querem apenas ter uma diversão no cinema, pois isto o longa propicia muito bem, mas com o alto orçamento que possuíam em mãos poderiam ter caprichado um pouquinho mais, principalmente nos furos de continuísmo. Vou citar apenas uma cena para não estragar tanto o filme para quem for ver reparem na hora que as flechas atingem os gigantes e logo em seguida estão lá os mesmos novamente.
O longa está repleto de ótimos atores, sendo muitos que vem despontando nos últimos anos. O maior exemplo está no protagonista Nicholas Hoult que agradou bastante em "X-Men: Primeira Classe" e aqui não deixa nada por desejar, correndo para todo lado, fazendo boas expressões e mesmo com furos em suas cenas também acaba deixando alguns relevantes. Eleanor Tomlinson era uma atriz que não conhecia ou pelo menos não me lembro de suas interpretações nos filmes que consta no IMDB, mas no geral embora faça só a princesa indefesa que fica gritando a todo momento, seus trejeitos estão bem enquadrados e a garota fotografa bem quando está em cena, ou seja, tem potencial. Esperava um pouco mais de Ewan McGregor, pois é um dos atores que mais gosto de ver nas telas, mas aqui confesso que fez o básico do básico e poderia ter dado um pouco mais de alma para seu personagem, na cena que fica para brigar com Roderick ficou fazendo as poses mais ridículas que qualquer ator poderia fazer. Alguém me confirma se Stanley Tucci possui cabelo mesmo ou estava usando peruca, pois só lembro-me de filmes com ele careca e aqui se não lesse que ele faz o personagem de Roderick, nunca imaginaria ser o ator, não pela forma excelente que dá para seus personagens, mas sim por estar irreconhecível visualmente. Os demais personagens sem ser os gigantes acabam nem tendo tanta importância para a trama, então melhor nem falarmos tanto de alguns que inclusive olham para a câmera. Os gigantes todos estão bem caricatos e divertidos no que podemos dizer que não assustam ninguém mesmo com todo o seu tamanhão.
No quesito visual, como disse no início, as paisagens estão muito bem coesas com a proposta do filme, mas o excesso digital pecou um pouco, dando trabalho para os editores que esqueceram muitos furos no rolo final. Tirando esses furos, o que vemos é uma terra de gigantes que impressiona visualmente e deveria ter sido até mais explorada, pois os cenários lá de cima eram bem mais envolventes que os do chão, que acabam cansando no momento da guerra. A fotografia também teve bastante trabalho para fazer planos exageradamente abertos que acabaram elucidando mais ainda os erros, porém o trabalho que fizeram mixando imagens reais com digitais acabou sendo algo muito bem feito no quesito do colorido empregado. Quanto do 3D, temos algumas cenas que valem a pena e vemos o resultado tanto em profundidade quanto em coisas saindo da tela, mas temos mais da metade do filme que pode ser assistido até sem óculos, pois não faz diferença alguma, inclusive os trailers que passaram antes da sessão em minha opinião tinham até mais 3D que o filme inteiro.
Enfim, é daqueles filmes que assistimos apenas para comermos uma boa pipoca e se divertir com o que passa na tela, sem que nada nos agregue a mais em nossas vidas. Vale a pena somente para passar um tempo no cinema se não tiver passando nada melhor em sua cidade. Não posso falar que foi algo 100% ruim, mas que esperava bem mais do diretor que estava envolvido e da trama que poderia ser contada. Fico por aqui hoje, mas ainda temos muitos filmes nessa semana para lotar de posts por aqui. Então abraços e até breve pessoal.
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