A comédia brasileira aparenta estar numa nova vertente, iniciando agora com "Vai Que Dá Certo" e muito em breve com "Concurso Público" que conferi o primeiro corte e já estava bem bacana. O que mostra essa "evolução", embora muitos possam considerar como cliché é parecer mais com as comédias americanas que possuem um ritmo interessante e divertem sem precisar forçar escatologias ou coisas nojentas, utilizando apenas dos diálogos bem escritos e conseguindo aproveitar o máximo dos personagens caricatos. Não diria que é um filme perfeito, mas pelo menos, consegue divertir bastante a plateia sem apelar.
A história narra o reencontro de cinco amigos de adolescência que compartilham a frustração de não terem alcançado o sucesso que projetaram para suas vidas. A possibilidade de recuperar o tempo perdido surge por meio de uma tentadora e arriscada proposta: o assalto a uma transportadora de valores. O crime (quase), que prometia transformar suas trajetórias, cumpre o seu propósito, mas não exatamente como planejaram.
O mais interessante de falar que a história diverte sozinha, é saber que os diálogos foram escritos por Fábio Porchat que começa a despontar nas telas dos cinemas e aguardem que ainda esse ano vem mais coisa boa dele como ator. Mas falando aqui sobre como foi sua escrita, acredito que soube passar bem o que mais fazia de melhor na MTV e porque não dizer sobre o que faz bem no "Porta dos Fundos". Não posso falar que o longa não possui alguns poucos momentos apelativos, mas eles são tão relevantes para o contexto completo que acabam passando despercebidos. A direção do ótimo Mauricio Farias, que raramente erra a mão, nos diverte pelo ritmo frenético que optou para que seus 87 minutos passassem mais rápido ainda, tanto que quando acaba pela primeira vez uma deixa de continuação de filme brasileiro me deixou feliz por poder esperar e isso na minha opinião com certeza é mérito do conjunto Porchat/Farias que assinam o roteiro completo.
Dos atores, no geral todos tem sua boa participação de tela e fazem muito bem o seu serviço que é de divertir a plateia. Os dois mais interessantes no quesito cômico são Gregório Duviver e Fábio Porchat que conseguem tirar risada do público de tudo que fazem, estão realmente muito bem encaixados para a trama. Danton Mello que diferente de seu irmão, acaba tendo uma frequência menor no cinema/TV vem despontando bastante e agrada com o que faz aqui, talvez pudesse ter sido um pouco menos ansioso em algumas cenas, que aparenta sair a frente da câmera. Natália Lage é outra que estava desaparecida das telas, e no geral agrada, diria que teria atrizes melhores para o papel, mas está com um visual bem bacana, pra não falar outras palavras. Lúcio Mauro Filho usou um visual que se você não se esforçar para reconhecê-lo e ir assistir sabendo que ele está como um dos protagonistas do filme, vai acabar saindo da sala de cinema sem saber que ele estava lá, sua atuação é boa, mas escolheram a pior caracterização possível. Felipe Abib até tenta ser divertido em algumas cenas, mas seu personagem é um dos mais fracos da trama, poderia ter dado mais para agradar mais. Agora vocês vão falar que pego no pé dele, mas Bruno Mazzeo não consegue me agradar, seus personagens sempre possuem o mesmo tique, o mesmo timing ruim que acaba o tornando chato demais, já disse o que precisaria mudar algumas vezes aqui, mas como ele deve ser contratado da Globo Filmes precisa ser colocado sempre para aparecer nos longas.
As locações que a equipe de arte escolheu para rodar o filme foram bem trabalhadas, e o que é melhor evitou ficar tanto em estúdio, um costume muito comum dos longas brasileiros. Dá mais trabalho, isso todos sabemos, mas fica com um visual mais diríamos ambientado com a realidade. Outra opção bacana foi trabalhar com planos mais fechados na maioria das cenas, isso é perigosíssimo por focar mais na interpretação dos atores, mas acabou dando certo.
A trilha sonora de Branco Mello não diria a mais acertada para a trama, pois em nada me remeteu o longa a "Cabeça Dinossauro" dos Titãs, mas as demais que ele optou em colocar ajudaram bastante a dar ritmo para o filme.
Enfim, como disse no começo é uma boa nova vertente de comédia brasileira, espero que continuem nesse nicho ao invés de voltar pra apelação descontrolada que vinha acontecendo. Recomendo para todos que querem dar umas boas risadas e se divertir com o cinema nacional. Fico por aqui com a única estreia da semana aqui na cidade além da animação "Os Croods" que assisti semana passada. Talvez consiga ver mais algum filme em outras cidades da região, mas não garanto nada, então vou desejar já uma boa semana pra todos e até quinta que tem pré já por aqui. Abraços e até mais.
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