Alguns filmes conseguem deixar os espectadores numa forma de tensão acima do normal e posso dizer que "Chamada de Emergência" passa dos limites considerados normais para que você não comece a conversar ou com a pessoa do seu lado ou até mesmo sozinho com o próprio filme. E não estou reclamando disso, na verdade até gosto quando acabo ficando nervoso e começo a querer discutir com os protagonistas, pois sempre se metem em burradas. O mais interessante é que não havia dado nada pelo trailer, achando apenas que seria um suspense comum sem nada demais, mas a forma que vai se encaminhando é tão bem amarrada que acabamos nos afeiçoando e mesmo com as cagadas feitas pelos protagonistas acabamos vibrando muito com o final inteligente que o diretor optou para fechar.
A sinopse nos mostra que Jordan Turner é uma experiente operadora do sistema de chamada de emergência norte-americano (911), que precisa lidar com o pedido de socorro da adolescente Casey Welson, que foi sequestrada. O suspense aumenta quando Jordan percebe que, para salvar a vida da menina, precisará lidar com uma conhecida voz do passado.
Embora a sinopse contenha até um pequeno spoiler, ele não é tão forte, então não se preocupem, pois a forma que o longa foi escrito por Richard D'Ovidio tem reviravoltas possíveis para que você fique muito bravo com tudo que vai acontecer ainda. Claro que temos algumas ações bem absurdas tanto por parte da vítima quanto do sequestrador, que vamos entender somente mais ao final do longa o "real" motivo para não liquidar de vez com a vítima como qualquer outro sequestrador faria logo na primeira tentativa de fuga, mas felizmente deram um motivo razoável para tudo e não precisamos falar o velho bordão "isso só acontece em filme ou novela". Alguns irão reclamar, mas se não reclamarem não são nossos amiguinhos críticos não é verdade? A forma que o experiente diretor de séries Brad Anderson optou tanto na montagem também é um fato que ajudou bastante a amarrar a trama, pois embora seja repleta de absurdos, eles acabam fazendo o espectador entrar na história junto com os protagonistas relembrando quase um daqueles episódios do extinto "Você Decide", mas claro que sua marca pessoal deixada para o fim foi muito melhor do que qualquer um poderia votar no programa.
As atuações estão de certa forma bem corretas, com destaque claro para Halle Berry que volta a mostrar que é uma grande atriz e pode segurar sozinha uma boa trama, ou no caso uma ligação telefônica com toda a interpretação favorável de causar angústia até no mais frio espectador, claro que novamente voltamos a ter absurdos, afinal nas cenas finais se você não ficar irritado com as ações dela, você pode com certeza ganhar o Prêmio Nobel da Paciência. Michael Eklund é um ator daqueles que não gosta de ser lembrado, pois olhando sua filmografia vemos que possui quase 100 longas e não me lembro de forma alguma de suas atuações pelo menos nos que eu vi, e o que faz aqui quase não falando nada, apenas ficando muito no gestual, acabará sendo mais um filme que não me lembrarei dele. Vocês se lembram da garotinha do filme "Os Sinais"? Sim, "Abigail Breslin" está crescida agora com 17 anos e continua chorando igual fazia aos 6, mas consegue comover como uma boa vítima e faz tudo, ou quase para conseguir se safar viva, até mesmo os absurdos mais improváveis, mas na hora do aperto se faz qualquer coisa não é mesmo? Dos demais atores, apenas Morris Chestnut tenta se destacar um pouco, mas não chega a ser algo imprescindível para a história.
Os elementos cênicos do filme acabam nem sendo tão importantes nas duas primeiras partes, pois o que temos é apenas um porta-malas com objetos dentro para que a protagonista tente ajudar a ser achada, e uma grande sala de call-center bem equipada para atender todas as emergências que não posso afirmar se é daquele jeito, mas me convenceu um pouco mesmo que parecesse algo mais semelhante ao pregão da bolsa de valores. Porém nas últimas cenas os elementos alegóricos passam a ter uma grande relevância, pois passam, como disse no início, a explicar o porquê o sequestrador maluco não meteu uma bala ou que seja uma pazada na testa da garota que tenta fugir a todo custo, então se você não prestou atenção em tudo que está aconteceu nas cenas da casa do sequestrador se ligue bem agora, senão depois com certeza irá reclamar de tudo, pois mais explicado nas cenas é impossível de fazer a não ser que escrevam na tela em letras graúdas. A fotografia utilizou bem os elementos cênicos para iluminar da forma mais real que dispunha os locais onde se encontram cada protagonista, pois em sua maior parte estão em lugares quase 100% escuros, mas com os objetos as luzes ficaram no mais aceitável fiel ao que iluminariam.
Outro ponto bem favorável do longa está em segurar o filme mais nos diálogos do que nas trilhas, o que costuma acontecer de forma bem inversa nos filmes de suspense. E nos momentos musicais, as escolhas foram bem oportunas ligando cada elemento musical ao momento passado pelos que estão presentes nas cenas.
Enfim, um suspense de sequestro muito bem feito que há tempos não via nos cinemas. Recomendo para todos, com ressalva para os cardíacos ou aqueles que não gostam de cenas que causem nervosismo, mas tirando eles é um excelente filme com todos os elementos possíveis para causar a tensão que o gênero pede. Claro, que como crítico, estou vendo muitos absurdos cênicos e pontuando, mas no geral agrada bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas no fim da noite estou de volta com a última estreia que tivemos nessa semana, então abraços e até breve.
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