Entre o Amor e a Paixão

4/09/2013 01:54:00 AM |

Já vou dar um spoiler gigante para quem sempre leu as minhas críticas: finalmente uma comédia romântica, ou melhor, um romance que encerra como sempre quis. Pronto prometo não dar mais nenhum spoiler e quem não quiser ler mais nada sobre o filme, e me xingar fique a vontade, mas precisava falar isso sobre "Entre o Amor e a Paixão", pois não posso dizer que o filme tinha me agradado tanto até ter seu desfecho interligando tudo que foi mostrado em mensagens subliminares durante todo o longa, portanto preste atenção em cada detalhe por mais minúsculo e ridículo que possa ser. Outra coisa que irei falar mais abaixo é que nunca imaginei Seth Rogen fazendo um papel mais ou menos sério. Ou seja, vou colocar a conclusão já no parágrafo inicial: Assistam a esse filme.

A sinopse do longa é bem simples: quando Margot encontra Daniel a química é perfeita. Porém, a jovem não pode assumir sua paixão: ela está casada com o renomado escritor Lou. Quando Margot descobre que sua nova paixão vive do outro lado da rua, seu casamento é seriamente abalado.

O bom de a sinopse ser simples é que ela não exercita tanto a ideia bacana que tem por trás dos pequenos detalhes, que como disse no início, são extremamente essenciais para que você não fique tão bravo com o encerramento do filme. O que mais gostei é que a diretora e roteirista Sarah Polley é uma atriz de muitos filmes e renomada que poderia ser extremamente criticada pelo que fez, e isso me impressionou demais, por não fazer o de praxe de qualquer filme, pois esperei até o apito final do juiz para acreditar que o que vi foi aquilo mesmo e sair da sala vibrando mais do que qualquer pessoa que vi saindo emburrado de lá. Outro fato interessante é a forma narrativa que embora seja linear podemos quase mudá-la para uma elipse com muitos altos e baixos, principalmente se colocarmos junto a atuação da protagonista.

Já que comecei a falar de atuação, vamos falar direito sobre Michelle Williams, que pela primeira vez percebi sua real altura que pelo figurino e atores ao seu redor ficou menor ainda. Mas como não estamos aqui para falar sobre estatura, vamos ao que interessa, sua interpretação oscilou muito ao longo do filme, variando de momentos que ficamos de queixo caído até momentos que parece ser uma atriz medíocre sem expressão, o que com certeza não é, mas faltou aproveitar mais dela em alguns momentos e isso chega a atrapalhar um pouco, porém no geral consegue dar muito conta do trabalho e seu fechamento nem vou falar nada, só dizer genial. Já disse um pouco no início sobre Seth Rogen e fiquei pasmo de ver que ele consegue fazer papéis sérios e bem, tanto que demorei para perceber que era ele, pois vi no cartaz seu nome e não tinha ligado o ator ao personagem, pois ficou bem bacana a forma que faz tudo, até nos momentos mais bobinhos. Luke Kirby, assim como ocorre numa das cenas iniciais, sua fisionomia não me é estranha, mas não me lembro de ter visto nenhum outro filme que ele tenha despontado, e aqui embora seja adocicada demais sua interpretação em muitos momentos, acaba agradando no geral, só acho que poderia ter feito um porte mais de protagonista, pois alguns momentos parece ser apenas o vizinho que fica lá no fundo sem fazer parte da trama. Dos demais, a maioria acaba sendo apenas coadjuvantes que tem fala, mas você deve se perguntar por que então Sarah Silverman está no pôster, sendo que ela nem é uma atriz que chamaria tanto o público para um filme, e digo aguarde o final e confira, pois seu detalhe é outro soco no estômago que dá boa parte da explicação final.

Os cenários escolhidos para a trama condizem perfeitamente com tudo, desde o momento que se passa com cada personagem até mesmo com os encaixes perfeitos com a trilha sonora. Fazia tempo que não via um longa que cada detalhe cenográfico também fizesse parte do contexto, e aqui podemos dizer até mais, que os elementos cenográficos são o próprio contexto no qual os protagonistas estão inseridos. A fotografia apelou um pouquinho para o contraluz, acho bacana, pois dá um ar romântico para algumas cenas, mas o exagero foi tanto que quem precisar ler as legendas, ficará um pouquinho incomodado.

Agora vamos falar sobre o show do longa: a trilha sonora escolhida! Já assisti a muitos filmes nessa minha vida, mas um que a trilha falasse por si própria até mais do que os próprios atores fazia tempo, ou nem vi algum até hoje. Você deve falar, mas Fernando eu assisti hoje o filme e algumas músicas nem mostravam nada do que estava acontecendo! Então apenas digo reveja sabendo o final e verá que diz tudo na música. Perfeita a escolha completa, principalmente legendando a canção para que montemos a historinha completa do filme na nossa cabeça.

Pronto, vou parar de falar senão daqui a pouco conto o que acontece e como já disse essa não é e nunca será a proposta de meu blog, portanto não venha aqui esperando que seja como demais sites de crítica de filme que preferem contar o que acontece em cada cena que não encontrarão aqui. Recomendo muito esse longa, não se assuste com algumas cenas, pois embora pareçam desnecessárias, farão muito sentido ao completar do longa, e repito assistam. Fico por aqui, mas nem posso falar que é por hoje, já que já é terça e hoje a noite teremos mais um filme que ainda não vi do Festival SESC Melhores Filmes, então abraços e até mais a noite.


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