Girimunho

4/04/2013 11:42:00 PM |

Não tenho nada contra filmes autorais, mas convenhamos que alguns que acabam passando em festivais nos deixam pensando que podemos fazer qualquer porcaria e lançar que com certeza acabará passando pelo Brasil todo. O caso de "Girimundo" até pode ser agradável por ver uma senhora recitando poemas, cantigas e causos caipiras, de forma bem interiorana, mas chega um momento do filme que vemos que não irá passar daquilo e é aí que começa a cansar muito e aqueles que não estão acostumados com isso ou dormem ou como algumas pessoas do meu lado começaram a resmungar: "que filme chato".

A trama gira em torno da vida de dona Bastu que, após a morte de seu marido, o ferreiro Feliciano, tenta perceber nos pequenos sinais do dia a dia e em suas lembranças os elementos que irão ajudá-la nesta passagem. Aproximando de seus sentimentos, de sua maneira de ver o mundo e de reinventar a vida, o filme acompanha sua transformação ao lado dos netos e de dona Maria do Boi, senhora forte que carrega em seu tambor as tradições de seu povo.

A história em si, na minha opinião como sempre falo, não é ruim, mas sim mal colocada num longa metragem. Acredito que se a trama tivesse sido adaptada e interpretada ao invés de ter sido "retratada" por personagens reais, tivesse dado um gás um pouco maior para a trama, não que a velhinha esteja de forma sensacional fazendo seu papel, mas existem algumas passagens que vemos a senhorinha ou um ônibus passando pela tela por vários minutos sem levar a lugar nenhum para a trama, e isso cansa muito, eu mesmo que não costumo em nenhum filme ficar com vontade de dormir, hoje raspei na trave e por muito pouco não apaguei deixando até mesmo meu celular cair, foi onde ouvi o rapaz e sua namorada que estavam do meu lado falando sobre estar achando uma chatice aquilo, e coloco mais é que estamos num festival que se fosse numa sessão comercial com certeza muitos teriam saído da sala. Mas esperamos até o final sem que nada mudasse muito.

Falar das atuações hoje nem convém muito, pois assim como vimos nos créditos os atores são as próprias pessoas, então elas praticamente se interpretam a si mesmo. Não digo que elas foram ruins, mas como disse a trama poderia ter sido mais bem desenvolvida e com atores fazendo os papéis ficaria mais chamativo. Dos que aparecem claro, Dona Bastu é a que mais tem presença de tela, e desenvolve muito bem suas falas e seus trejeitos mostrando ser uma senhora como diria no interior "porreta".

O visual interiorano ficou muito bem retratado e aliado à boa fotografia empregada o que vemos em tela é algo bem interessante e bonito de se ver, é uma pena como disse e repito que o longa cansa muito, senão seria algo que nossos olhos brilhariam com o local que foi filmado. Inclusive nas cenas mais escuras o trabalho feito para que enxergássemos tudo ficou muito bacana.

Enfim, não recomendo o filme, pois é extremamente cansativo, observei que algumas pessoas na sala se divertiram relembrando os causos que provavelmente ouviram de seus avós, mas só isso, pois tirando esse ponto positivo, o que temos é uma exibição visual duma vida cotidiana e nada mais. Fico por aqui hoje, amanhã começo com as estreias da semana e na segunda estarei de volta com o Festival SESC Melhores Filmes, claro que para quem não viu ainda no fim de semana possui vários filmes que estarão sendo exibidos à R$4,00 então aproveitem a programação clicando aqui. Fico por aqui hoje. Abraços e até mais pessoal.


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