Fazia tempo que não assistia a uma sessão ainda mais de pré-estreia com público onde senti tanta tensão que ao olhar para os lados nos poucos momentos de respiro, o que via eram pessoas debruçadas tensas sobre seus joelhos respirando ofegante, e olha que nem somos um povo que torce tanto para os Estados Unidos, então já consigo fico imaginando a reação que deve ter sido em algumas salas no país de origem de "Invasão à Casa Branca". Muitos irão sair da sala de cinema reclamando do excesso de americanismo e tudo mais, porém é inegável a forma caprichada que foi feito o longa e toda a tensão que ele consegue causar no público, tanto que acredito que nem em muitos filmes de guerra eu tenha saído duma sessão com a sensação de que um filme foi pesado na questão mortes mostradas.
A sinopse em miúdos nos mostra que Mike Banning é um ex-oficial do serviço secreto com um passado sujo, que tem a chance de se redimir ao se tornar a única esperança dos EUA contra terroristas que tomam o controle da residência oficial do presidente americano, a Casa Branca.
Claro que a sinopse poderia ser mais detalhada, mas estragaria muitas surpresas que ocorrem durante os 120 minutos de tensão que Antoine Fuqua nos coloca, vocês vão até reclamar a quantidade de vezes que vou falar a palavra tensão e seus derivados, mas não existe outra palavra que resuma tanto o que se sente num filme desses. Existem cenas que podemos falar que são extremamente falsas, principalmente na entrada de Butler à Casa Branca com um simples revolver enquanto os terroristas estão atacando todos com milhões de armas, mas vamos deixar isso como o que os diretores costumam falar ser liberdade poética, mas tirando esses pequenos detalhes que poderiam até estragar completamente o filme, o que temos num contexto maior acaba sendo de um primor que poderíamos colocar Fuqua como um diretor que pode prometer muita ação no que fizer daqui pra frente, e claro, sem decepcionar. O mais incrível que ainda podemos falar é que os roteiristas dessa trama terrorista completa são dois estreantes, portanto EUA fiquem com medo e recomendaria até prender os dois, pois o que saiu dessas duas mentes é algo que vocês deveriam ficar com muito medo. Brincadeiras a parte, o que Katrin Benedikt e Creighton Rothenberger fizeram é um roteiro muito bem amarrado que faria qualquer país se borrar com uma invasão tão bem premeditada.
Os atores desse elenco são daqueles que não costumam fazer filmes ruins, mas dessa vez eles capricharam muito na forma de atuar e conseguir envolver os espectadores, em diversas cenas ao acabar o sufoco que passamos que temos vontade de aplaudir o que ocorre, e não duvido de ocorrer em algumas sessões por aí. Gerard Butler em alguns momentos, eu tenho certeza que pensou ser uma mistura de Silvester Stalone com Arnold Schwarzenegger, pois sai atirando, dando socos e voadoras, tramando as mais absurdas formas de fazer com que os terroristas sofram o máximo que puder para conseguir seu objetivo, dito isto podemos falar que ele foi muito bom em todas as suas expressões e simplesmente detona nos bons diálogos. Aaron Ekhart poderia ter sido mais enfático em alguns diálogos que soaram meio bobos, mas no geral agrada bastante como presidente e nas suas cenas iniciais mostra porque ainda é um dos atores preferidos para diversos filmes. Preciso falar algo de Morgan Freeman? Esse senhor de quase 76 anos não erra a interpretação nem no pior filme que estiver, sendo simplesmente perfeito, e esse ano ainda veremos ele no melhor estilo Nicolas Cage de ser em pelo menos mais dois filmes, talvez três, mas mesmo apelando para quantidade, ainda aposto todas minhas fichas nesse ótimo ator que não vai estar ruim em nenhum. Rick Yune consegue fazer um antagonista, porque não dizer um ótimo vilão de forma a ficarmos com raiva e torcer pro pior final que pudesse acontecer com ele, o cara é muito bom também no que faz, dando show de interpretação nos diálogos, mas poderia falar um inglês menos americano para ficar mais legal. Angela Bassett e Melissa Leo são duas atrizes que andam trabalhando bastante e ainda bem não estão nos decepcionando, só que achei um pouco forçado alguns diálogos de Leo, claro que ela apenas estava seguindo um roteiro, mas é aquele momento que só pessoas dos EUA ficaram felizes com o que é dito, o restante vai torcer pra que os terroristas metam uma bala na testa dela logo. Dylan McDermott esperava mais dele, principalmente na sua cena mais forte, tanto que acaba sendo aquele personagem que não tem um motivo bem explicado para o que fez e acabamos nem nos lembrando de que esteve no filme. Enfim, poderia falar bem mais de outros personagens, mas como possuem pontas pequenas, melhor ficar por aqui falando apenas que o garotinho Finley Jacobsen ainda precisa estudar bastante para ser uma das crianças prodígio de Hollywood.
O quesito visual do filme é daqueles onde a equipe de pirotecnia trabalhou sem dó nem piedade para com a equipe de cenografia, fico na torcida para que as cenas não tenham precisado ser refilmadas, pois tudo, sem exceção é destruído e assim como é dito na última fala do filme, "o seguro deve cobrir". Não digo isso com ironia, pois o trabalho de destruição e explosões está muito bem feito, os tiros ficaram bem reais parecendo uma destruição em massa à população daquelas que você não gostaria de estar nem perto quando acontecesse uma. Embora tenha a maioria de suas cenas passando em dois locais fechados, tudo é bem focado e lotado de elementos cênicos para valorizar bem o que está acontecendo, tendo até nosso querido Lincoln que já foi mostrado como uma personalidade forte sendo usado como algo forte. A fotografia do longa só tenho elogios, pois ela é a principal responsável por toda claustrofobia que conseguiram passar, trabalhando mesmo em cenas bem escuras com a iluminação correta para que o espectador se sinta ali e não que tenha dificuldade de ver o que acontece ali, como temos visto em diversos filmes. Ou seja, um trabalho perfeito da técnica.
Enfim, é um daqueles filmes que poderia passar horas discutindo sobre ele num bar com amigos, pois possui todos os elementos que vão desde uma boa trama para prender o espectador de tanta tensão, como tem ação suficiente para ao final darmos aquela suspirada de ufa, acabou. Ou seja, se você ainda não está convencido com todos os elogios que fiz para a trama, fica novamente aqui o convite para a estreia que ocorre na próxima sexta dia 05/04 para que assista o quanto antes, pois vale muito a pena o valor investido para ver no cinema e é daqueles filmes que não terá o mesmo efeito assistir em casa. Fico por aqui, mas ainda temos muitos filmes nessa semana, tanto de estreias de atrasados por aqui quanto do Festival SESC Melhores Filmes que inicia na quarta-feira. Então abraços e até mais tarde, que nessa segunda ainda tenho mais posts para apresentar pra vocês.
PS: Só não estou dando a nota máxima para o longa, devido algumas cenas bem falsas que não poderiam ocorrer nem no filme mais ficcional possível, mas tirando isso valeria nota 9,5 ou 10 com certeza.
2 comentários:
Filmaço Fernando.
Você nem vê a hora passar, é ação do início ao final. Valeu a pena ver.
Fala Gustavo!! Realmente, não esperava que fosse gostar tanto quanto gostei desse filme... como você disse: muita ação mesmo!! Nem olhei no relógio desa vez, afinal não dá tempo de olhar!! Abraços!
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