Filmes de ficção científica sempre trabalham bem com nossa imaginação, e quando colocado junto de um apocalipse terrestre, o que temos não pode ser considerado como algo que não nos envolva com entretenimento puro. O longa "Oblivion" que Joseph Kosinski("Tron: O Legado") escreveu, produziu e dirigiu é daqueles filmes que ficamos um pouco confusos com a história de como tudo ocorreu, quem é quem, para onde vai cada coisa, e principalmente com a velocidade da trama acabamos nos perdendo mais ainda, pois é incessante a correria de Tom Cruise, mas claro que o resultado final agrada bastante entre os prós e os contras do longa.
A sinopse nos mostra que em 2077, Jack Harper trabalha na manutenção de equipamentos de segurança, em uma Terra que foi evacuada. Parte de uma gigantesca operação para extrair recursos vitais, depois de décadas de guerra com uma aterradora ameaça alienígena que ainda recolhe o que restou do nosso planeta, a missão de Jack está quase completa. Em duas semanas, ele vai se juntar ao resto dos sobreviventes em uma colônia lunar, longe do mundo destruído pela guerra que ele há muito tempo chamou de lar. Mas a existência pairada nas alturas de Jack é abalada depois que ele resgata Julia Rusakova de uma espaçonave abatida. Atraída para Jack por meio de uma conexão que transcende a lógica, sua chegada inicia uma cadeia de eventos que o força a questionar tudo que sabe.
A história em si é de difícil compreensão por misturar datas e personagens, e quando ocorre determinado ato em uma das cenas consegue deixar mais confuso ainda tudo, claro que se pararmos para pensar, o que a maioria não costuma fazer antes de criticar, conseguimos juntar todas as peças e fazer uma história discernível, mas que na velocidade acaba sendo apagada e alguns até se revoltam com o que vêem. A HQ que o diretor criou já há bastante tempo, antes mesmo de ficar famoso com seu longa de estreia "Tron: O Legado" com certeza deve ser lançada agora com o filme, afinal deve fazer um certo sucesso, pois filmes com Tom Cruise dificilmente não emplacam um grande público. Como disse a história é um pouco difícil, mas como entretenimento o longa agrada demais com muita ação, tiros pra todo lado e uma fotografia de visual impressionante. Temos também alguns pequenos errinhos de continuidade bem visíveis, de coisas sumindo e voltando, mas somente se você for muito chato, assim como sou às vezes, irá ficar prestando atenção nisso.
As atuações estão bem interessantes, até mesmo as dos coadjuvantes bem pequenos, mas vamos começar falando dos principais. Tom Cruise ultimamente já declarou que agora só fará os filmes que o roteiro lhe interessar muito e é impressionante como ele se diverte fazendo longas em que precisa correr, pular e principalmente escalar cordas, chegando alguns momentos que até ficamos ofegantes com o tanto que se exercita em tela, e tudo isso claro agrada demais nesse gênero, então é ponto positivo para sua atuação e claro interpretação de seu texto. Andrea Riseborough tem sua fisionomia que me lembra de outra atriz, pois olhando sua filmografia não me lembro muito dela nos filmes que consta no IMDB, aqui seu papel é bem correto quanto a interpretação, e principalmente ficamos bem felizes com sua cena na piscina, mas sua cena mais forte que precisa chorar é de mostrar todo seu valor como atriz. Olga Kurylenko é daquelas atrizes que em sua expressão ficamos em dúvida de seus sentimentos, mas com o decorrer da história acabamos até torcendo para que dê certo as suas coisas e ela fique bem. Melissa Leo aparece sempre em um quadradinho tão pequeno que se não visse seu nome no crédito com toda certeza não saberia que é sua voz e sua atuação que está presente ali, excelente atuação principalmente por ficar irreconhecível para o público. Bom eu sou fã completo do trabalho de Morgan Freeman, e aqui ele embora esteja com uma roupa ridícula, procura fazer sempre o seu melhor, claro que já vi diversos filmes que ele detonasse, mas aqui fez na minha opinião apenas o seu básico. Nikolaj Coster-Waldau apenas pelas três cenas que aparece já demonstra a garra de quem faria muito bem um filme praticamente inteiro, é uma pena que seu personagem é um coadjuvante que aparece só para alguns detalhes, valeria a pena ter investido mais no rapaz.
O visual da trama é o ponto mais rico de tudo, e gostaria de saber onde foi filmado, claro sem ser as cenas digitais, pois ficou muito bacana a forma que trataram da Terra pós-guerra, com uma cenografia desértica aliada a bons rasantes com a nave, me fez lembrar alguns momentos de "Star Wars". Além dos cenários, os diversos elementos cênicos, principalmente os presentes na cabana do lago ou até mesmo na cena da biblioteca, que conseguimos observar toda a riqueza de elementos que a direção de arte quis nos proporcionar. Aliado a isso, a direção de fotografia soube trabalhar com uma iluminação forte onde o Sol parece ter dominado por completo nosso planeta, não temos quase nenhum momento que a luz seja praticamente apagada, a não ser apenas nas cenas no subsolo, que também temos um ótimo jogo de iluminação para ressaltar os atores.
A trilha sonora embora não tenha sido feita novamente por Daft Punk assim como fez em "Tron", o diretor assimilou muito do que foi usado lá para pedir ao pessoal do M.8.3 e Anthony Gonzales, pois é notória a semelhança e claro agrada bastante principalmente nas cenas finais onde a música nos leva ao foco principal. As músicas escolhidas também para retratar as cenas na cabana usando o bom chiado do vinil são outro detalhe preciosíssimo.
Enfim, como disse o longa vale muito pelo entretenimento que proporciona, não é e nem será algo que marcará nossas vidas cinematográficas, mas diverte na medida do seu tempo e deve agradar a todos que forem assistir no cinema, afinal é daqueles que devem ser visto numa tela bem grande. Recomendo somente dessa forma, que não vá esperando ver o melhor filme de ficção científica, pois nem ele se propõe a isso. Fico por aqui nessa noite, mas como vieram muitas estreias e estava preso com o Festival nos últimos dias, atrasei um pouquinho aqui, então teremos muitas atualizações ao longo da semana, então deixo aqui meus abraços e até mais a noite pessoal.
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