Camille Claudel 1915

5/05/2013 01:10:00 AM |

Depressivo, essa é a palavra que representa “Camille Claudel 1915”, um filme que nos coloca praticamente junto da protagonista internado no hospício, ouvindo os mesmos sons apenas de vento, ou gritos e gemidos dos demais pacientes e isso chega a ser um transtorno, para não dizer entediante. Ainda bem que assisti esse longa agora a tarde, pois se fosse de noite com toda certeza iria dormir, não pela maravilhosa atuação dos protagonistas e coadjuvantes, mas pela falta de ritmo e sonoridade qualquer do longa que desse um ritmo mais adequado para ele.

A sinopse é bem simples, pois o longa nos situa no Inverno de 1915 e mostra a vida reclusa da escultora Camille Claudel. Internada pela família num manicômio no sul da França, ela aguarda a visita do irmão, Paul.

A história poderia ter sido menos sofrível se tivéssemos algum tipo de movimentação maior, mas assim como o diretor Bruno Dumont quis transmitir a mesma sensação da protagonista para os espectadores, o filme chega a cansar demais, embora tenha conseguido até belas tomadas para passar todo esse sentimento de reclusão de uma escultora famosa num hospício abandonada pela família. Outro ponto que temos a reclamar é que o momento inicial de leitura textual, explicando melhor os motivos que levaram ela para os hospícios, sua história e tudo mais é praticamente uma metralhadora de informações numa velocidade quase impossível de ser lida, espero que a Califórnia Filmes ao lança-lo comercialmente de um jeito nisso, pois senão é o mesmo que não colocar nada para ser lido ali, nos textos finais já não ocorre isso sendo perfeita a explicação.

A atuação de Juliette Binoche pode ser perfeita até fazendo apenas um jantar, pois a atriz é impressionante em qualquer papel que pegue dando sua alma para que o espectador acredite realmente no que está sendo passado, aqui o filme seria imensamente pior se não contasse com ela. Jean-Luc Vincent aparece somente ao final para dar um texto forte sobre sua inspiração ao dom de querer ser padre ou algo do tipo, no melhor estilo teatral, que na minha opinião não chegou a ser útil para a história, mas acabou que foi bem feito e num palco seria altamente aplaudido. Os atores coadjuvantes até irei pesquisar mais se realmente são loucos ou fizeram essa interpretação perfeita para o filme, pois o que fazem incomodam muito de forma a ser quase perfeita sua loucura, de tal forma que talvez até tenha pesadelos depois com a personagem Lucas.

O local onde se passa o filme é muito bonito e consegue retratar perfeitamente aonde estamos, de tal forma ao barulho dos ventos incomodar demais, tanto que os microfonistas devem ter quase ficado surdos ao fazer o filme. Os elementos cênicos são mostrados a todo o momento para representar bem quase como parte atuante do filme, dando a sensação próxima da loucura mesmo colocando eles como objetos para a protagonista ver e se emocionar com cada coisa.

Enfim é um filme duríssimo que poderia até ser mais ameno e assim tornar degustável, pois quem não estiver preparado para se tornar um preso de hospício, praticamente se sentirá bem mal ou dormirá com as demoradas pausas entre um diálogo e outro, se tornando cansativo demais para qualquer pessoa. Como disse vale ver somente pela Binoche que ficaria bem até dando receita de sopa no programa da Ana Maria. Encerro aqui esse texto, mas ainda temos muitos outros hoje ainda no blog. Abraços pessoal!


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