Os Sabores do Palácio

5/06/2013 12:18:00 AM |

Um filme delicioso de assistir e imaginar os sabores de cada prato apresentado. É assim que posso definir “Os Sabores do Palácio”, que conseguiu ilustrar em um longa doce e gostoso tudo que pode se passar com uma chef de cozinha ao cair num regimento duro e difícil de se lidar, onde o machismo predomina e tudo poder atrapalhar os planos de uma pessoa que é a política. O longa poderia tomar outra direção, mas a forma escolhida pode ser considerada a melhor possível, tornando tudo bem leve e agradável, com pitadas cômicas algumas vezes mas sem pesar a mão.

O longa nos mostra que Hortense Laborie é uma respeitada chef que é pega de surpresa ao ser escolhida pelo presidente da França para trabalhar no Palácio de Eliseu. Inicialmente, ela se torna objeto de inveja, sendo mal-vista pelos outros cozinheiros do local. Com o tempo, no entanto, Hortense consegue mudar a situação. Seus pratos conquistam o presidente, mas terá sempre que se manter atenta, afinal os bastidores do poder estarão cheios de armadilhas.

A história não é nem um pouco complicada, e diferentemente dos demais filmes que venho acompanhando no Festival Varilux, esse pode ser o que se mostra mais simples de todos e o que mais consegue deixar visível um filme gostoso e sem preocupações de ter uma consciência cinematográfica. E não vejo isso como algo ruim, mas como algo interessante de poder assistir algo sem precisar ficar se preocupando com firulas que alguns diretores procuram colocar para complicar suas histórias, então teria de parabenizar mesmo Christian Vincent pela forma que conseguiu adaptar um livro tão bem. Realmente é algo comovente e gostoso de ver, até emocionando ao final de tudo.

As atuações estão na medida exata para agradar o público que for assistir. Catherine Frot está maravilhosa como chef de cozinha e possui toda uma interpretação forte e consistente para manter o papel na linha precisa entre ser bem dócil e saber agradar sem que pisem em seu calo, excelente papel realmente que fez com todo charme possível.. Arthur Dupon está bem encaixado como confeiteiro e tem bons momentos cômicos com a protagonista, fazendo de sua interpretação algo bem jovial e bacana. Jean d'Ormesson faz um presidente um pouco fora dos padrões, mas agrada por ser extremamente gentil nas cenas que passa junto da protagonista.

O visual mostrado tanto no palácio quanto na ilha na Antártica é bem interessante, mostrando cozinhas bem distintas que servem para agradar seus cozinheiros. Os elementos cênicos aqui no caso são as comidas e dou graças a Deus que vim para o cinema almoçado senão estaria morrendo de fome com o tanto de comidas gostosas que me foi apresentado na tela do cinema, um deleite visual muito bem feito. A fotografia foi tradicional, mas conseguiu mostrar e iluminar bem todas as comidas que foram bem feitas pela equipe de arte.

Enfim, já disse que é um filme bem leve que me agradou bastante e deve ter sido uma delícia de fazer, afinal todo dia a equipe deve ter comido coisas deliciosas. Recomendo ele para todos que gostam de ver um longa que não precise pensar muito e apenas aproveitar uma boa sessão de um filme bem feito, pois é isso que será mostrado sem nenhuma firula, tendo apenas algumas reviravoltas que nem chegam a incomodar. É algo sem erros praticamente que vai agradar bastante a todos. Fico por aqui agora, mas esse foi apenas o primeiro dos quatro longas do Festival que irei conferir hoje, então abraços e até daqui a pouco.


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