Quando uma história de um mito é contada num filme, tudo que sabemos sobre ele acabam sendo apenas fatos, pois quando querem nos mostrar algo maior que ele pode ter sido e foi, um ser humano surpreendente, o que vemos é esse resultado. Falar de “Somos Tão Jovens” poderia até ser mais fácil se fosse um mega fã do cantor, mas apenas curtia suas músicas que sempre foram exemplares e excelentes de escutar e curtir, mas daí a querer ver como ele era um garoto alegre e ao mesmo tempo revoltado, já é outra história. Não digo que a história em si do longa seja primorosa e também não posso falar que tenha adorado o que vi, mas o que vi numa entrevista pedido pela mãe de Renato foi exatamente o que o diretor conseguiu transmitir, um longa sobre um ser humano que desejou mais do que ser apenas um mito que se tornou, claro que esperava conhecer um outro Renato, muito diferente desse que vi no filme.
O longa nos coloca em Brasília, 1973. Renato acabou de se mudar com a família para a cidade, vindo do Rio de Janeiro. Na época ele sofria de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o deixou numa cadeira de rodas após passar por uma cirurgia. Obrigado a permanecer em casa, aos poucos ele passou a se interessar por música. Fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, posteriormente, a Legião Urbana.
Como disse na introdução do texto, o que vemos é algo bem construído usando as músicas do cantor e orquestrado divinamente pelo roteiro de Marcos Barnstein, que conseguiu fazer do cantor não apenas um músico, mas sim um garoto que desejava algo a mais para um Brasil, alguém que fosse digno de ter sua história contada de uma forma diferente, e o roteirista que já fez grandes histórias para o cinema consegue mais uma vez colocar bem sua eloquência nas mãos de um bom diretor, no caso aqui Antonio Carlos da Fontoura que soube dosar bem as músicas para que o filme não ficasse apenas um musical nem ficasse biográfico demais, mas sim um bom divertimento. Como falei também não é a melhor história que já vi e tenha gostado num filme sobre algum personagem marcante, mas no geral o que fizeram é algo muito bem construído e passado para o público.
Ainda irei pesquisar mais se realmente Thiago Mendonça cantou tudo, pois se fez isso passará a ser mais que um ator para se tornar um mito também com a imposição vocal que conseguiu passar de tal forma que achássemos que realmente quem estava cantando era Renato Russo e não um playback por trás. Laila Zaid faz uma Aninha singela e bem interessante de tal forma que a vemos não como uma atriz coadjuvante, mas quase como a protagonista da história pela condução que conseguiu passar. Bruno Torres consegue passar exatamente o Fê Lemos que já vimos em diversas entrevistas, sendo além de um bom baterista um egocêntrico máximo, ficou realmente muito bom o que o ator conseguiu fazer. Daniel Passi quase me convenceu ser gay, tanto pelo visual e pelas atitudes, mas acabou conseguindo fechar de forma a não sair do armário para com Renato. Na tela possuímos muitas outras bandas e cantores desse berço musical que foi Brasília nos anos 70-80, mas ficar falando de cada um individualmente seria um exagero e passaria horas aqui falando, então apenas comento que Ibsen Perucci como Dinho Ouro Preto ficou muito bom.
O visual do longa é outro fato que ficou muito bacana de ser observado, pois retratou uma Brasília interessante dos anos 70 com carros típicos e vários elementos cênicos que retratassem bem a época, poderiam ter aproveitado mais, mas preferiram focar muito mais nos atores, então não aproveitaram tanto algo que seria mais interessante talvez em explorar o que acontecia na época. Agora uma coisa inegável é a fotografia bem colocada para a trama, e nos momentos que temos preto e branco então ficou lindo demais, vale a pena conferir na tela grande somente por isso.
Bom, estamos falando de um cantor que as músicas são tocadas, regravadas e ouvidas praticamente todo dia até os dias de hoje, então falar que a trilha não é perfeita seria uma hipocrisia gigantesca. Praticamente todas as músicas que conheço e até algumas que nunca tinha ouvido na voz de Renato Russo estão presentes no longa, e tirando o rock punk que nunca curti, e já me incomodava no trailer, acabou tocou mais de uma vez chegando a incomodar mais ainda pois fica a música quase inteira na cena, o restante está mais do que perfeito
Enfim, é uma biografia musical interessante que vale mais pela trilha e visual do que para conhecer esse Renato que muitos nem imaginava existir, o retrato que prefiro ter em minha mente continuará sendo outro desse cantor e assim sendo irei preferir esquecer o que assisti aqui. Quem for muito fã do cantor recomendo esperar por "Faroeste Caboclo" que deve retratar melhor pelo menos musicalmente a ideologia que tivemos desse mito. Fico por aqui, mas daqui a pouco tem mais crítica do Festival Varilux de Cinema Francês que estou acompanhando.
8 comentários:
nao gostei, ficou com gostinho de quero mais.
vale a pena ver.
Bem fraco como filme. Você fica esperando embalar, mas o filme acaba e nada. Pensei que teria a fase legião urbana, mas acaba justamente quando começa.
Não gostei do final... não contou como ele morreu nem seu relacionamento com a fama... Parece que o filme ficou sem final, que tiveram que retirar o final e colocaram qualquer coisa no lugar.
Olá... bastante né... ficou faltando praticamente tudo e claro mostrar outro Renato Russo que conhecemos!!
Olá... segundo uma entrevista da mãe do Renato ela queria ver mais essa fase antes dele entrar pro Legião que na seguinte... mas não me convenceu ser daquele jeito que é mostrado no filme, acho que foi mais algo criativo da cabeça da mãe que tudo!
Pois é, economizaram bem viu amigo!!! Poderiam ter pelo menos falado mais como foi o depois daquilo, ou será que vão inventar um filme 2 para ganhar dinheiro??? Aguardaremos as cenas dos próximos capítulos! Abraços!
Acho que terminou na parte que todo mundo queria que tivesse começado... Valeu pelas músicas que são lindas, mas o filme em si foi fraco..
Olá Maria! Exatamente isso, terminou onde iria engrenar, que foi uma pena!!! Mas as músicas são ótimas mesmo!! Agora vá no "Faroeste Caboclo" que é garantia de tudo perfeito! Abraços.
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