sábado, 18 de maio de 2013

Terapia de Risco

Sabe quando você é pego de surpresa por um filme que nem trailer viu nos cinemas e de repente ele estreia, e você vai porque confere todos, e sai da sala falando porque diabos um longa tão bom não teve uma divulgação em massa? É essa a principal sensação que tive em "Terapia de Risco", que é daqueles filmes com uma tonelada de reviravoltas que a cada ação dos protagonistas somos pegos de calças arriadas sem saber o que pensar. E isso é ótimo numa trama policial, principalmente envolvendo milhões de remédios. Como nunca confiei em todos esses psi da vida (psicólogos, psiquiatras, etc.), o longa me deixou mais satisfeito ainda. Então sem que eu ponha mais spoilers aqui, apenas vou dizer uma coisa: vá ver e se deleitar com um filme não muito fácil de entendimentos, mas que possui uma narrativa densa e bem acabada.

O filme nos mostra que Emily e Martin formam um bem-sucedido casal de Nova York, cuja vida sofre um revés quando ele é preso por revelar informações privilegiadas da companhia onde trabalha. Quando está prestes a sair da cadeia, quatro anos depois, Emily é acometida por uma crise de ansiedade e é tratada pelo psiquiatra Jonathan Banks, sob supervisão da Dra. Victoria Siebert, com um novo medicamento, chamado Ablixa. Durante o tratamento, uma morte acontece e a situação sai de controle.

A sinopse em si, já diz até spoilers demais, então se você gosta de um bom filme policial cheio de surpresas já irá sabendo até coisas demais ao ler isso, eu como fui completamente sem saber nada fiquei bem chocado com muitas coisas e isso é o que me agrada muito na filmografia de Soderbergh, pois ele se renova a cada ato que põe suas mãos fazendo recortes bem rápidos que instigam o espectador a não desgrudar os olhos da tela nem por um segundo. O diretor orquestra com maestria cada segundo do filme, nos deixando a cada reviravolta mais confuso e com mais vontade de querer saber como vai terminar tudo. E esse fechamento completo todo só é feito realmente aos 100 minutos da duração total de 106 que o longa possui, para que não tivesse nada a ser enrolado ou enchido linguiça como muitos diretores fazem por ai. Ou seja, mais um exemplar único na filmografia do diretor para que vejamos muitas vezes e sempre sermos surpreendidos com tudo o que foi escrito nesse roteiro denso e bem feito por Scott Z. Burns que repete a dobradinha que deu certo com o diretor em "Contágio".

As atuações é algo que nem precisaria falar, pois poderia apenas citar o elenco de peso que está presente que já teria falado até demais, mas vamos detalhar um pouquinho o que cada um fez de bom. Rooney Mara está tão diferente que se não visse seu nome nos créditos iniciais não acreditaria que novamente essa mulher conseguiu detonar tanto num filme, ela vai num crescente durante toda a história que fica difícil escolher sua melhor cena, pois está perfeita em tudo. Jude Law saiu muito melhor que a encomenda, pois teoricamente é um psiquiatra apenas, mas termina tão bem com toda a investigação que faz que vemos que suas aulas com Sherlock Holmes estão funcionando muito bem. Channing Tatum, eu diria que é mais um coadjuvante de luxo para o filme, pois suas interpretações até estão bacanas, mas como é visto muito pouco em cena acaba sendo "dispensável" para quase tudo. Catherine Zeta-Jones poderia ser chamada para fazer "X-Men", pois é a atriz mais mutante que vejo em Hollywood, consegue fazer papéis tão diferentes e cada um tendo sua própria personalidade, seus trejeitos, que realmente nos impressiona, aqui não seria diferente, embora tenha alguns momentos iniciais que não conseguia achar motivos para o que estava fazendo até chegar ao final e ligar tudo, realmente mesmo aparecendo também bem pouco na trama, ela faz um excelente papel.

O visual do longa é um pouco trabalhado na sujeira, não sei se quiseram deixar ele com ares meio paranoicos como sendo parte do transtorno da protagonista ou se quiseram mostrar que Nova York não é apenas a cidade bonita que é passada nos demais filmes. Temos elementos bem interessantes para toda uma trama policial, mas poderia ter sido um pouco mais trabalhado, pois as evidências de cada ato são mostradas de forma extremamente rápida para que não peguemos nada no ar e isso incomoda um pouco, principalmente quem for mais atento e gostar de ver pistas. A fotografia também trabalhou bem nos tons cinza de forma a sujar mais ainda a imagem, não nos dando praticamente nenhuma cena com luz natural bonita de se ver sem ser na cena de flashback explicativo, o que cansaria um pouco se não tivesse ritmo, mas isso o diretor não deixou acontecer de forma alguma.

Enfim, um filme com tudo que poderíamos falar de excelência, que agrada bastante e toma rumos mais intrigantes possíveis. Eu particularmente adoro filmes com muitas reviravoltas, embora acabe sempre saindo um pouco confuso, o que não foi o caso aqui, pois o diretor soube finalizar bem. Recomendo principalmente para quem gosta de tramas investigativas bem pautadas, e repito, evite ler muito sobre ele, afinal você já leu um texto gigante aqui que posso até ter dito coisas que vão te atrapalhar de gostar mais dele. Fico por aqui agora, mas hoje ainda irei conferir mais um, então na madrugada teremos mais um post por aqui. Abraços e até mais tarde pessoal.


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