Já disse aqui algumas vezes que filmes de ficção científica, zumbis e outras coisas difíceis de acreditar, estão bem longe da minha predileção, mas sempre gosto bastante de observar toda a técnica empregada para tentar amenizar um pouco e ao menos sairmos felizes com o que vemos, mesmo que continuemos não acreditando em nada do que vimos. Em "Guerra Mundial Z", o que posso dizer num âmbito geral é que ele é o estilo de filme que você não tem quase nenhum momento de fôlego, tendo ação do início ao fim e com isso acaba agradando mais do que decepcionando. Porém se você tentar buscar qualquer coisa crível demais no filme pode sair um pouco desapontado com o excesso criativo dos roteiristas, o que em momento algum estarei dizendo sobre os ótimos diálogos.
A sinopse sem revelar muito do que ocorre é a seguinte: O mundo está sendo invadido por zumbis e as Nações Unidas lutam contra o tempo para evitar o pior. Enquanto isso, Gerry Lane, repórter da instituição e enviado especial para a zona de conflito começa uma série de entrevistas com sobreviventes do ataque.
A história que é baseada no livro homônimo de Max Brooks é bem interessante e embora seja difícil de acreditar na forma que ocorre as coisas junto com a forma criativa, mas inteligente que arrumam para criar uma forma de combate contra os zumbis, acabamos nos envolvendo com a trama que o diretor conseguiu montar para o "primeiro" filme de uma possível trilogia. Coloquei entre aspas justamente porque ainda está em debate se irão realmente investir nos outros dois, visto todos os problemas que ocorrem durante as gravações desse que estreia sexta-feira por aqui. Mas caso não continuem, não temos problema algum com isso, pois o longa possui um começo, meio e final completamente aceitáveis caso encerre apenas com esses 116 minutos. Outro ponto sábio que a equipe de produção soube fazer é utilizar o que o diretor Marc Foster costuma fazer de melhor na maioria dos filmes que dirige, que é pegar um ator grande de chamariz e economizar aos montes com o restante do elenco, e isso acabou ficando bem interessante, pois não somente Pitt tem boas falas, mas sempre todos que interagem com ele acabando entrando em boas linhas filosóficas. No nível de planos e sequências, o diretor optou por uma câmera frenética na maior parte do tempo, mas não deixou que isso estragasse todo o contexto final e ficasse parecendo nem um filme de guerra maluco, muito menos uma bruxa de Blair.
Como tirando Brad Pitt, a maior parte do elenco é completamente desconhecida vou ser bem econômico nessa parte do texto falando que longe de ser a melhor atuação de Pitt, o que vemos aqui é ele mais engajado em parecer mais homem do que um Deus, como costuma fazer na maioria de seus filmes de ação, claro que na cena do avião, muitos irão falar que é 100% impossível o que ocorre, mas vamos tentar tampar o sol com uma peneira e ver o resultado final pelo menos satisfatório. Fana Mokoena tem boa expressividade nas cenas em que aparece, mas como são bem poucas, nem podemos afirmar que ele seria um elo forte para a trama, quem sabe num segundo filme. Dos demais, apenas Daniella Kertesz em sua estreia de longas vale a pena ressaltar, pois consegue incorporar bem seu personagem tanto nos momentos que está em fúria de soldado como nos momentos que precisa demonstrar dor.
O quesito visual do filme é um ponto que chama muita atenção, afinal todo o cenário é praticamente destruído, e aliado à alta quantidade de figurantes (pelo menos é o que a maioria dos sites estão falando, afinal duplicar tudo ficaria falso demais), o que conseguimos ver é algo que podemos corresponder muito bem à quando pisamos em um formigueiro e todas as formigas saem correndo de forma desesperada. E isso na tela fica lindo demais de ver, tanto que quero muito ver os bastidores depois com todo o aparato de chroma-key e afins para ver todo o povo correndo desesperadamente de forma quase que coreografada. Além disso, a equipe de arte trabalhou com minúcia total para que cada elemento fosse bem encaixado para a trama, colocando o orçamento num disparo monstruoso de US$190milhões. A fotografia está toda trabalhada em tons cinzentos, parecendo muito com formatos de HQ antigo, daqueles que prezavam mais os traços do que a arte conceitual em si, e isso ficou bem interessante de forma que quando acontecem as explosões, é quase que um ponto diferenciado no meio de tanto cinza. O 3D está bem usado no quesito de profundidade, funcionando bem, não é dos melhores que já vi, mas agrada bastante tirando algumas cenas que por ser um filme de muita ação acaba embaçando um pouco deixando muitos borrões, além disso, funciona também para assustar com pessoas aparecendo ou voando do nada em nossa direção, o que logo de início já causa um certo desconforto para aqueles que não curtem muito levar alguns sustos.
Enfim, é um filme que vale a pena o ingresso dispendido, mas que não faz muito o gênero que prefiro assistir. Ele agrada bastante pela velocidade que optaram fazer, e graças a Deus refilmaram o terceiro ato quase que inteiro, pois li num site como seria originalmente e tenho certeza de que ficou bem melhor a opção que fizeram. Recomendo principalmente para quem gosta de filmes de ação que podem ser completamente ignorados de qualquer ponto que se possa acreditar, mais ainda na cena do avião, mas no geral acredito que muitos irão sair no mínimo satisfeitos com o que irão ver. Como meu amigo disse, filmes de zumbi não têm muito mais do que mostrar, mas pelo menos aqui souberam fazer diálogos inteligentes. Fico por aqui hoje, encerrando a semana já com esse que irá estrear na sexta, mas o que posso adiantar é que teremos muitas outras pré-estreias já nessa nova semana que inicia, além claro de outros filmes que virão normalmente. Abraços à todos e até sexta.
2 comentários:
Muito bom o filme é de tirar o fôlego, ele acaba rapidinho e você nem vê!! Quero só ver como vai ser o 2. abraços
Fala grande Eder, o filme além de veloz é curto com apenas 116 minutos, para deixar claro continuações! Mas gostei bastante, agora é esperar pra ver o que vem pela frente. Abraços!
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