Gostaria de saber que tipo de alucinógeno Adam Sandler tomou ao inventar de escrever uma continuação para um filme, dos poucos dele que conseguiram esse feito, que me fez rir muito em 2010? Porque só vejo essa solução para elucidar "Gente Grande 2", no qual passei 101 minutos com no máximo dois sorrizinhos de canto de boca e uma risada na única cena divertida do longa que mesmo sendo boa termina com escatologia desnecessária. Ele conseguiu alguns feitos de juntar novamente quase todo o elenco do anterior, mas esqueceu de um simples fator: que comédias necessitam fazer o público que pagou para ver elas, rir e infelizmente quem for esperando algo do filme com certeza sairá da sala mais decepcionado do que qualquer coisa. A união de piadas ruins, com alguma tentativa emocional final e um propósito completamente inútil no meio resume em único saldo: acabar com a carreira de Taylor Lautner que se qualquer produtor assistir a esse filme com certeza não o chamam pra mais nada.
A sinopse nos mostra que Lenny, Eric, Kurt e Marcus voltam a morar na mesma cidade. Lá, suas vidas seguem o curso natural dos adultos, seja pela existência dos problemas com as esposas para uns, com os filhos para outros, ou tudo junto e misturado. A coisa dá uma complicada quando os marmanjos pretendiam matar a saudade num dia de folga e acabam encarando os jovens da região, que agora dominam o lugar. É quando eles acabam tendo que enfrentar alguns fantasmas do passado, entre eles a covardia diante de valentões e o famigerado bullyng na escola. Mas algumas surpresas estão para acontecer, como a chegada de um filho rebelde para Marcus domar, uma possível gravidez e uma festa de arromba, que não vai deixar pedra sobre pedra.
Lendo a sinopse poderíamos até ir ao cinema empolgados, não é mesmo? Mas por favor, não façam isso, pois se pra quem estava sem expectativa nenhuma foi frustrante, fico imaginando para quem for pronto para rir muito. O propósito até poderia empolgar, pois embora as piadas toscas que Sandler escreve acabem divertindo na maioria de seus filmes, aqui aparentam que ele está ficando velho demais ao tentar ser moralmente correto com o lance família e às vezes prendendo trocar uma boa piada que faria tradicionalmente por uma escatologia inútil que mais choca do que faz rir. Não costumo colocar spoilers no texto, mas vou citar exatamente as 3 cenas que mais me agradaram: a da brincadeira do pneu, os trejeitos engraçados da família de Tim Meadows com seus "quêêê?" e as primeiras cenas de Nick Swardson na Kmart, pois tirando elas é triste ver o que Dennis Dugan dirigiu de uma forma tão inversa a do primeiro filme que fiquei pensando ser outro diretor, apesar de que ele já fez outras cagadas junto com Sandler que divertiram bem mais do que nesse lançado hoje.
Um ponto favorável do filme como disse foi conseguir reagrupar praticamente todos os atores importantes do primeiro, mostrando que Sandler como produtor funciona, já que tem uma boa amizade com todos do elenco, e o mais interessante é a química entre todos do grupo que mesmo eles sabendo que não estão fazendo nada muito além, pelo menos se divertem que é o que aparentam. Sobre as interpretações do texto vou preferir não opinar, visto que a Sony preferiu não mandar pelo menos uma cópia legendada para o interior, então além de tudo assisti ele dublado, portanto espero quem sabe que as piadas tenham dado mais certo na versão legendada. Os destaques cômicos na versão dublado ficaram para a família de Tim Meadows que embora tosco demais fazem rir e para David Spade que cai nas piores enrascadas já escritas prum filme. O destaque negativíssimo ficou para Taylor Lautner que conseguiu quase fazer um ator de jardim da infância numa tentativa frustrada de zoar as fraternidades das universidades americanas, tudo bem que seu caché deve ter sido excelente, mas o garoto que está tentando apagar seu personagem de Crepúsculo se sujeitar a isso é literalmente destruir a carreira. Dos demais, cada um na sua "técnica" já conhecida tenta agradar um pouco mais fazendo o que já fez no filme anterior, destacando de melhor entre eles a criançada que manda bem nas cenas que aparecem.
Outro fator que costuma agradar nos filmes de Sandler, já que como disse é um bom produtor, é o quesito visual, pois sempre procura colocar diversas locações para retratar os acontecimentos dos seus filmes, e aqui não é diferente, mesmo com muitas cenas acontecendo em locais externos, tudo está sempre cheio de elementos que desenhem cada momento da trama. O destaque claro fica para a festa anos 80 que consegue retratar vários personagens conhecidos da maioria dos cinéfilos que já conferiram músicas, clipes e filmes dessa década, além de algumas piadas internas que são bem sacadas, mesmo não fazendo rir.
Enfim, fui esperando ver algo razoável e saí sem nem metade do que esperava, que seria ruim até estava pronto, mas gostaria que pelo menos me divertisse e fizesse rir, que com certeza teria cumprido o papel pelo menos do gênero que está classificado. Quem puder ver legendado e quiser comentar abaixo o espaço está aberto, mas infelizmente não o recomendo da forma que vi no cinema. Fico por aqui neste fim de semana, já que só vieram para o interior esse e o Percy Jackson, mas volto na terça com um atrasado do Cinecult e na quarta com mais uma pré-estreia. Abraços e até lá pessoal.
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