Costumo medir os filmes pelo gênero que são enquadrados, e quando vejo que a classificação é suspense, o mínimo que espero é ficar arrepiado em alguma cena para classificar ele como bom e se ficar preso na cadeira do cinema então já sobe o nível. Pois bem, quando vi o trailer de "Os Escolhidos" há muito tempo atrás fiquei bem curioso para o que seria mostrado, já que não é muito revelado do que se trata, tanto que as cenas iniciais assusta sem ligar, mas a hora que nos é revelado o que é, aí é que veio o primeiro arrepio nesse Coelho que vos digita, ganhando seu primeiro ponto na classificação. Porém logo após a revelação, poderiam ter incrementado melhor a forma de assustar ou até mesmo revelar novas coisas para gerar mais tensão no espectador ao invés de simplesmente ir jogando os fatos e ocorrendo tudo que já havia sido mostrado no trailer. Então apenas temos um filme interessante, mas que poderia ir muito além, porém ver ele sozinho em casa pode deixar um pouco mais tenso do que numa sala cheia.
A sinopse nos mostra que a família Barret leva uma vida pacata e tranquila no subúrbio, mas isso começa a mudar quando uma série de estranhos e misteriosos eventos passa a fazer parte de sua rotina. A família acaba descobrindo que existe uma terrível e mortal força atrás dela e precisará lutar por sua sobrevivência.
O roteiro em si é bem explicadinho e mistura alguns fatos científicos com misticismo, o que mostra que Scott Stewart sempre procura pesquisar bem para fazer seus filmes, como já vimos em "Padre" e "Legião", porém diferentemente do que fez nesses outros que segurou mais a trama, aqui ele preferiu já jogar para o espectador logo de cara tudo o que pensa e ao final quando coloca o personagem estudioso, esse já revela com todas as letras para quem não tiver entendido nada ainda. O fato é que é um bom suspense, os planos que o diretor opta por filmar acabam revelando coisas de repente e assim acabam assustando e dando aquele gelo, mas poderia ser bem mais tenso se não fosse revelado tão rapidamente logo no começo do que se trata, mas vale a pena ser conferido, de preferencia em casa sozinho para ficar mais cheio de paranóias.
As atuações estão bem convincentes para o gênero, de maneira que todos agradam mesmo que um pouco nos seus papéis, tirando um pouco o garoto mais velho. Já que falei mal dele, vamos dizer o porque, achei Dakota Goyo muito bom em outros filmes e aqui parece que ele desligou fazendo um papel bem mediano que não diz nada, apenas aparentando um adolescente problemático, porém poderia ter desenvolvido melhor isso não sendo apenas tolo, seu final é interessante, mas ficou devendo interpretação. Josh Hamilton mostrou bem o desespero tanto do desemprego quanto o fator temor de pai em querer proteger seus filhos de coisas ruins e com isso agradou no tom que adotou para fazer seu personagem. Keri Russel já vem conquistando prêmios pelo que anda fazendo na TV e no cinema conseguiu ter um semblante bem preocupado com tudo que ocorre, mas ainda poderia ter sido mais temerosa quanto alguns fatos, já que 90% das mulheres não sairiam correndo pra fora de casa ver o que está acontecendo numa situação de pânico, porém isso é do personagem, então suas faces agradam quanto aos atos que presencia. Kadan Rockett é daqueles garotos que fico pensando como a família faz para trabalhar tão bem em filmes de terror/suspense e depois conviver como se nada tivesse acontecendo, pois ele manda muito bem na interpretação tanto no fator imaginativo quanto na hora do vamos ver mesmo. J.K. Simmons faz de sua participação curtíssima um fato marcante, tanto para as caras e bocas que faz quando está explicando o fato para os protagonistas, quanto em segurar bem a ponta, uma pena que explica demais, mas ficou bem encaixado o personagem para ele.
O visual da trama foi bem escolhido tanto para não gastar muito, quanto para deixar as cenas tensas. Foi trabalhado apenas com duas casas, muitos elementos cênicos para insinuar tudo e alguma maquiagem para realçar os fatos. Também não foi necessário muitos efeitos especiais para assustar, visto que tudo tem forma então com apenas US$3,5 milhões fizeram um filme que já rendeu US$17 milhões. Ou seja, mais um sucesso barato nas mãos dos produtores de "Atividade Paranormal" e "Sobrenatural", fazendo com que saibam muito bem escolher os roteiros que vão enfiar seu dinheiro. Outro fator bem interessante está na fotografia de David Boyd("The Walking Dead") que trabalhou muito bem com as cenas escuras, gerando a tensão necessária para cada cena, além disso soube fazer com que os fatores de suspense se encaixassem com o enredo, não deixando eles soltos como costumam fazer.
A trilha de Joseph Bishara já está virando um cliché tradicional do gênero de terror/suspense, portanto fica teoricamente mais fácil saber as cenas que acontecerá algo que vá nos assustar, mas isso não atrapalha a forma criativa que consegue colocar dentro de cada filme.
Enfim, é um filme bom que poderia ser bem melhor. Vale mais a pena ser visto em casa do que no cinema, portanto quem quiser esperar sair para home-video não irá se arrepender, mas aqueles que preferirem ver em companhia de mais pessoas vá enquanto durar nas salas escuras que não acredito ficar muito tempo em cartaz. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas ainda nessa semana teremos mais filmes para conferir e comentar aqui com vocês. Abraços e até bem breve.
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