O Ataque

9/07/2013 12:29:00 AM |

Se existe um diretor que consegue amarrar o espectador na cadeira do primeiro ao último minuto na maioria de seus filmes é Roland Emmerich, e mais uma vez, agora em "O Ataque", ele consegue segurar uma trama lotada de clichés com uma precisão ímpar para destruir tudo que vier pela frente, fazer com que o patriotismo americano fique altamente taxado, mas ainda assim colocar quase que uma máscara de gás para que consigamos não sair correndo junto com o protagonista para salvar alguém. A agonia que ele consegue nos transmitir juntamente com toda a ação proporcionada, faz do filme mais uma excelente obra capaz de ser vista em diversos momentos sempre de forma interessante acompanhada de muitos tiros e explosões. Outro fator interessante é que mesmo tendo seu trailer exibido exatamente na sessão de outro filme que jurava ser cópia, a trama aqui acaba sendo um pouco mais abrangente, já que colocam um motivo mais cabível do que apenas culpar terroristas por tudo.

A sinopse nos conta que o ex-militar John Cale tinha o grande sonho de entrar para a equipe do serviço secreto que protege o presidente dos Estados Unidos, mas vê sua intenção ir por água abaixo quando não é aprovado na seleção. Sem saber como dar a notícia para sua filha, ele a leva para um passeio à Casa Branca. O que John não esperava era que neste mesmo dia o local fosse atacado por um grupo paramilitar fortemente armado. Com o governo tendo que enfrentar o caos na nação e o relógio correndo, cabe a John encontrar algum jeito de salvar o presidente do ataque.

Muitos vão falar que é mais um filme do mesmo, outros vão ficar impressionados, mas uma coisa é certa, nunca um roteiro valeu tanto para um estúdio, e com isso o que podemos notar é que mesmo o diretor lotando de coisas que costumeiramente já vimos em outras produções, algumas suas inclusive, a história em si é mais convincente do que em outros filmes, pois se olharmos ao nosso redor, sempre tentamos culpar alguém de fora, sejam terroristas, sejam qualquer outra coisa, mas vai mexer com o bolso de alguém pra ver o que pode rolar!! Posso até ter dado um spoiler grande, mas isso é dito logo no começo do filme então não irá estragar nada, além de que é só o começo de tudo. E claro, temos de dizer isso para diferenciar em suma essa produção de "Invasão à Casa Branca", que em Abril deixou todo mundo mega aflito com tudo que estava ocorrendo tanto na tela do cinema quanto fora dela,  porém dessa vez o que está rolando na vida real é bem o contrário do que o presidente do filme tenta fazer. Falar da direção de Emmerich é algo quase impossível de dizer, afinal ele trabalha muito com cenas de ação à primeiríssimo plano, ou seja, os helicópteros, aviões, bombas e tudo mais ficam frente a frente com o espectador, então quem gostar de muita ação não terá do que reclamar.

Nas atuações, Channing Tatum deve estar com o mesmo problema que Nicolas Cage e Amanda Seyfried de estar devendo pro fisco para atuar em 10 filmes por ano, não que ele esteja ruim nesse, muito pelo contrário pois aparenta ter chego no ponto ideal de personagem para seu estilo corporal, mas convenhamos que sua imagem já está ficando desgastada, e esse ano ainda veremos mais duas vezes sua cara nas telonas. Mas tirando esse fator, o que ele faz em cena é por literalmente seu corpo pra bater ou fez muito seu dublê trabalhar, o que não estão falando por aí, já que dizem que ele fez boa parte das cenas, então como além de pular muito e bater muito, ele conseguiu fazer uma boa interpretação de seu texto junto com as caras e bocas necessárias, então vai por essa linha que a chance é grande de cada vez mais gostarmos de seus papéis. Jamie Foxx faz um presidente bem convincente, e acredito que Obama aprovaria sua atuação, além de que seus diálogos são precisos e não ficam vagos como acontece na maioria das vezes que colocam um presidente como protagonista de filmes, além de ótimas piadas que foram colocadas para humanizar o personagem que ele fez brilhantemente. James Woods faz um papel interessante, mas poderia ter sido mais enfático seu problema de saúde ao invés de ser falado por sua mulher e numa ceninha quase nula que nem quase se presta atenção, mas tirando isso, nas demais consegue fazer voz firme e interessante para agradar. Maggie Gyllenhaal poderia ter sido mais precisa e enfática em algumas cenas, mas infelizmente na maioria das vezes os atores não tem como mudar roteiro, então seu personagem acaba ficando tão em segundo plano em muitas cenas, que acaba sumindo de foco, mas quando está em cena domina bem o plano. Dos demais personagens todos que tem falas, fazem bem seus papéis, pelo menos não atrapalhando o andamento, mas vale destacar a garotinha Joey King que com 14 anos já tem uma filmografia bem interessante e aqui mesmo fazendo algumas caras estranhas de apavoro se sai muito bem na maioria das cenas.

Uma equipe que deve sofrer nas mãos de a Emmerich é a de arte, afinal tudo que constroem, ele vai lá e em uma cena e põe no chão, tem de rezar muito para que as câmeras, os atores, e tudo mais estejam mais do que prontos para não ter um erro sequer, senão lá vai mais milhões. Mas isso não é problema em Hollywood, ou melhor, no Canadá que é onde filmaram reconstruindo praticamente tudo de forma incrível com os US$150 milhões de orçamento, onde a equipe foi brilhante, e juntamente com a equipe de efeitos especiais, fizeram um trabalho completo para quem gosta de um bom filme de ação sair babando. A fotografia trabalhou com uma gama mais escura para prender a atenção, mas pelo diretor optar mais por uma câmera mais fechada sempre no mano a mano com os atores, não tivemos problema com escuridão nenhuma, sendo possível ter nitidez de todos os movimentos e objetos.

Então é isso, temos mais um longa no hall de Emmerich que conseguiu fazer mais um score positivo, de forma que pela quantidade de efeitos e ação recomendo muito mais assistir numa sala grande do que na sua casa em DVD/Bluray ou qualquer outra forma, pois perderá toda a impressão que é a marca fundamental do diretor. Gostei bastante do que vi e embora tenha algumas cenas puxadas para "Duro de Matar", "Missão Impossível" e tudo mais de filmes com cenas impossíveis de acontecer, o que nos é mostrado aqui até chega a ser convincente em alguns momentos e me agradou. Fico por aqui agora, mas nesse final de semana, aparecerei várias vezes em suas timelines e e-mails, afinal estreou filme a rodo por aqui, ainda bem, então abraços e até bem breve pessoal.


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