É interessante que quando assistimos a um filme não hollywoodiano que faz uma comédia leve e despretensiosa, cheia de atores renomados e com confusões novelescas, todo mundo aplaude, fala que achou o máximo e tudo mais, mas quando é americano, aí não pode, falam horrores, etc. Pois bem, vou remar contra a maré, pois "O Casamento do Ano" é na minha opinião a comédia romântica mais francesa que já vi, o roteiro é leve, cheio de situações que vão se revirando da forma que o espectador sinta que está vendo uma novela das nove, e possui um elenco que é detona nas atuações, então pegue seu balde de pipocas e vá se divertir, pois é isso que o filme proporciona junto de algumas boas risadas e sair da sala satisfeito por ter pago um ingresso.
O filme nos mostra que Missy e Alejandro se conhecem desde pequenos e estão prestes a se casar. Al, como é chamado pelos mais íntimos é adotado e fica feliz com a notícia de que sua mãe biológica irá ao seu casamento. Mas tem um problema... Ela é muito religiosa e não acredita no divórcio. Com isso, o jovem pede para seus pais adotivos, divorciados há anos, para fingirem que vivem juntos e felizes.
Embora não seja nem fã de novelas nem de filmes que acabam levando para esse lado, o que mais me chamou atenção nas reviravoltas que o longa acaba mostrando é que não temos um exagero de cenas clichés, algumas até já foram vistas em outros filmes, mas o diretor Justin Zackham soube dosar elas entre outras que acabaram diluindo bem. Outro ponto fundamental é que com um elenco recheado de bons atores, a trama deslancha facilmente, não ficando presa em nenhum momento, nem se perdendo em situações paralelas que saíssem da proposta inicial do roteiro. Com isso o princípio definido de ter um casamento é feito acontecendo da forma mais inusitada possível e divertindo o público com isso.
O bom de ter um elenco com muito know-how é que mesmo que não deem seu máximo, eles conseguem fazer algo satisfatório, e é bem isso o que temos aqui, pois não temos um Robin Williams excelente como "Gênio Indomável", mas ele consegue nos seus momentos fazer um padre interessante. Não temos uma Diane Keaton de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", mas ainda sabe utilizar seu charme mesmo aos 67 anos com boas doses de sarcasmo entre uma piada e outra. Não temos um Robert DeNiro de "O Poderoso Chefão", muito menos de "Touro Indomável", mas ainda consegue fazer melhor que muitos outros filmes ruins que passou, e agrada sempre seu jeito paizão de ser. Susan Sarandon não está mais tão revitalizada, mas consegue ser graciosa e inteligente nas piadas, sem perder o rebolado. Os mais jovens Topher Grace e Katherine Heigl não são bem os protagonistas, mas quando estão focados conseguem puxar e muito bem a trama para suas cenas, saindo diversas vezes até melhor do que os próprios protagonistas do casamento. E já que comecei a falar deles, Amanda Seyfried, mais conhecida como versão feminina de Nicolas Cage, pois aceita 100 papéis por ano e faz 1 filme com boa atuação, dois medianos, e um onde perguntamos porque ela não faz nada no filme, nesse aqui ela se enquadra nessa última opção, mas peraí o casamento não era dela, pois bem, a pobre aparece em 3-4 cenas e praticamente não faz nada nelas para merecer talvez o cachê de protagonista. E Ben Barnes consegue se destacar um pouco mais do que Amanda, mas também é relevante sua participação no filme tirando a boa sacada que consegue fazer em algumas piadas.
Outro fator que costumeiramente vemos em comédias românticas europeias são cenários maravilhosos para que a trama fique bonita de se ver e esquecermos alguns deslizes, pois bem, aqui também temos um lugar onde conseguiram rodar praticamente o filme todo e agradar, mostrando que é com minúcias e sem precisar exagerar muito que uma boa equipe de arte consegue se sobressair, tudo está com a pompa mais bela possível para um casamento bonito, onde quem desejar casar um dia gostaria de fazer num lugar desses. A fotografia não precisou trabalhar muito com nada inovador, apenas iluminou de forma a manter o lugar com cores bem claras, onde a harmonia reinasse sem precisar que tivesse nenhum brilho, fade, ou algo que viesse revolucionar o cinema.
Enfim, uma comédia romântica bem leve, gostosa de curtir, e que deve ser daquelas para assistir num dia que queremos apenas divertir sem se preocupar com nada que possa acontecer, bem relaxante e que faz rir. Não posso também falar que foi a melhor comédia que vi, mas me agradou bastante no geral com o que vi. Encerro hoje essa semana cinematográfica que foi bem proveitosa, mas na sexta já inicio outra que será bem recheada pela programação que recebi hoje das exibidoras, então abraços e até sexta pessoal.
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