O gênero documentário ultimamente anda muito prostituído por matérias jornalísticas que acabam sendo incrementadas e acabam virando um programa televisivo muitas vezes até chato demais. Além disso, a maioria costuma atingir um nicho específico de espectadores que querem ver ele ou acabam gostando quando vai assistir aleatoriamente. Então o que fazer para se aprofundar num tema e ao mesmo tempo não deixar ele com uma cara jornalística chata? A resposta vem rapidamente quando você assiste a um filme do qual você jamais assistiria, e sai emocionado com tudo que é mostrado de forma embasada e demonstrada sob diferentes aspectos. Com essa descrição que coloquei posso dizer que embora tenha um formato até bem jornalístico, "O Renascimento do Parto" é uma obra muito bem captada que soube primar por uma linha e defendê-la até o fim sem que os depoimentos caíssem em contradição nem soassem "comprados", como dizemos quando o diretor induz o entrevistado à dizer o que ele quer, e com isso acaba agradando tanto quem é ou sonha em ser pai/mãe quanto quem tem certeza de que não quer ter filhos.
O filme nos mostra que a realidade médica e obstétrica mundial encontra-se em grave condição não por aspectos de infraestrutura, mas devido a questões éticas e de coerência. De fato, o número de cesarianas e partos com intervenções traumáticas é alto demais para o nível recomendado. Alguns especialistas relatam suas experiências e questionam a opção médica dominante na hora do parto, além de outros elementos científicos que envolvem o futuro do homem.
O recorte escolhido pelo diretor Eduardo Chauvet e a roteirista Érica de Paula é interessante pelo fato de desmistificar algo que muitos acreditavam ser o melhor tanto para a mãe quanto para o bebê, e tenho certeza absoluta que muitos, mas muitos mesmo, médicos devem ter ficado com verdadeiro ódio mortal sobre eles por mostrar isso, já que alguns trabalham como dito no filme em processo fabril de nascimentos.
Algumas pessoas ao verem o filme poderão assimilar ele com algo crítico e bem mostrado como em alguns programas televisivos da atualidade, mas a montagem que o diretor optou em fazer usando imagens de arquivos dos próprios entrevistados, juntamente com uma cenografia mais leve que as dos programas, fazendo do longa um ponto subjetivo interessante que eu colocaria praticamente como obrigatório para qualquer pessoa que tenha o desejo de ter um filho, e aqueles que não possuem essa vontade devem ver para ajudar seus entes queridos que tiverem essa vontade, pois eu desconhecia praticamente 95% das coisas mostradas ali e fiquei simplesmente perplexo com muitos dos fatos.
O único erro do longa na minha opinião foi querer classificar ele para pessoas que entendam bem sobre o processo de nascimentos, uma vez que aparecem durante toda a exibição inúmeros termos médicos, hormônios, remédios e procedimentos que pareciam sair de filmes de ficção científica, então acho que no mínimo uma legenda mesmo que absorvida de uma imagem ao fundo melhoraria e muito o entendimento de todos e faria ele ficar mais do que perfeito, mas tirando esse pequeno detalhe é possível entender no contexto geral a maioria dos termos, pois os entrevistados ao menos se esforçaram em não ser extremamente técnicos e mostraram que além do conhecimento que possuíam, tinham também um bom dom da palavra.
Enfim, recomendo ele para todos sem exceção e como disse, para aqueles que pretendem ter um filho passa a ser obrigatório assistir esse magnífico documentário. E mesmo que você não seja fã do gênero documental, não se preocupe, pois passa bem rápido com a dinâmica escolhida pelo diretor para mostrar tudo aliado à boas canções motivacionais de fundo. Bem é isso, espero ter passado bem minha opinião de recomendação desse longa e ainda nessa semana tenho mais um para conferir e compartilhar com vocês minha opinião, então abraços e até breve pessoal.
PS: Só retirei 1 coelho mesmo da nota pelos termos técnicos, mas o filme é lindo demais e valeria nota 10 facilmente.
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