Centro Histórico

11/27/2013 12:14:00 AM |

Se existe uma coisa que tenho pavor é curtas feitos sob encomenda para homenagear algo. E isso fica pior ainda quando os autores resolvem querer enfeitar o doce para não levar a lugar algum. Pois bem, "Centro Histórico" foi feito para celebrar a cidade de Guimarães, e embora em Portugal tenha sido super aplaudido pela população, como não estudamos nada da História dessa cidade e nos filmes não conseguem passar praticamente nada que realmente nos motive a estar vendo aquilo, não tem como assimilar, muito menos gostar de nada do que é mostrado, tendo uma esquete dramática que mostra que os pequenos comerciantes da cidade estão velhos demais para conseguir sobreviver numa cidade nova, uma ficção absurda sobre pactos de guerra, um documentário sobre uma fábrica que durou vários anos e a memória que as pessoas passaram sua vida ali possuem, e pra fechar com chave de ferrugem um passeio turístico mostrando estátuas da cidade.

Este longa-metragem coletivo celebra a cidade de Guimarães, no norte de Portugal. Que histórias tem para nos contar a cidade que viu nascer o Reino de Portugal? A resposta a esta pergunta nos é sugerida através de segmentos de quatro renomados realizadores: Aki Kaurismaki com o curta "O Tasqueiro", Pedro Costa com "O Lamento da Vida Jovem", Victor Erice com "Vidros Partidos" e Manoel de Oliveira com "O Conquistador Conquistado".

Não tenho nem muito do que falar, já que disse praticamente tudo que se passa nos 4 curtas no parágrafo inicial, e infelizmente não posso dizer nada de bom sobre praticamente nenhum, mas vamos tentar passar ao menos o que eles passaram pra mim, já que não posso analisar eles exatamente por não conhecer nada da História da cidade. "O Tasqueiro" chega a ser até razoavelmente bem produzido e consegue agradar pela ideia de que os pequenos comerciantes estão sofrendo para manter seus estabelecimentos abertos na cidade, com chegada de grandes empreendedores, e fica nítido que sua clientela não vai mudar, muito menos com suas tentativas ruins de mudanças, além de ser semi-mudo, o curta cansa pela deprimência que passa para o público. Em "O Lamento da Vida Jovem" é visto que jovens acabam fazendo pactos para conseguir benefícios nas guerras da vida, e quando são afrontados pela cobrança até brigam, mas temem não conseguir resolver frente à morte, os exorcismos que a ficção tenta passar é estranha e chega a beirar um purgatório o qual ninguém gostaria de passar, pois além de extremamente parado, a forma como tudo desenrola é entediante e desgastante. O melhor dos quatro curtas sem dúvida é o documentário "Vidros Partidos", que por uma visão de ex-empregados, um músico que não precisou trabalhar na fábrica e um ator que interpretou o filho do dono da fábrica conseguem eximir seus sentimentos e lembranças de como era o trabalho e a satisfação dos empregados de uma das grandes fábricas que durou muito tempo e deu emprego para praticamente todos da cidade, porém necessita de cortes melhores para que não ficasse monótono demais na duração exagerada. E pra finalizar o longa quis dar o tempo para ser inscrito como longa, e chamou o diretor mais velho em atividade no cinema para fazer um city tour pela cidade e gravar mostrando a ironia de um guia turístico ao mostrar que o que importa na cidade ainda são as estátuas em "O Conquistador Conquistado.

Pronto pessoal, não posso dizer mais nada do filme, que iria recair como ironia se falar qualquer coisa boa sobre ele, tão quanto o último curta. Recomendo somente para algum professor de História que queira incluir no seu pacote falar sobre a cidade de Guimarães, do restante fiquei com dó até de quem pagou na Mostra para assistir esse filme, pois pelo contrário, deveriam ser pagos para assistir e criticar para os diretores, para que eles fizessem algo melhor e só depois lançasse isso em qualquer lugar. Fico por aqui hoje, mas amanhã estarei de volta com uma pré-estreia da Difusora FM de um dos grandes lançamentos da próxima sexta, então abraços e até breve pessoal.

PS: Iria dar um jeito de dar nota 0, mas como o documentário achei interessante ao menos faltando apenas uma edição melhor, ficaremos com nota 2.


1 comentários:

Maíra disse...

Cara, concordo que o filme do Kaurismakï é terrível, mas você não entendeu nada sobre o Costa. É pena.

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